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Como lidar com pessoas competitivas e agressivas?

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Num qualquer ambiente seja ele social, pessoal ou profissional, deparamo-nos com pessoas competitivas e agressivas, pelo que, o primeiro ponto a ter em conta é a necessidade de nos protegermos, sob pena de comprometermos a nossa saúde psicológica e o nosso bem-estar.

Ao mesmo tempo, é importante colocarmos limites em nós mesmos, pois caso continuemos a conviver com esse tipo de pessoa, temos de saber onde está a linha que não podemos ultrapassar quando nos queremos demarcar. Assim, é fundamental sabermos se entramos “no jogo” dos agressivos ou competitivos e até onde podemos ir ou se, simplesmente nos colocamos no nosso lugar e deixamos seguir a sua conduta errática. Seja qual for a sua opção, é fundamental ter em conta que deve ser consciente e responsável para evitar dissabores desnecessários.
 
Na posição dos especialistas nesta matéria, a competição é saudável quando respeita os limites pessoais e os dos outros, como se pode verificar por exemplo na prática de uma modalidade desportiva, contudo, é fácil transpor essa competitividade que, muitas vezes se associa à agressão, para o ambiente de trabalho, para o seio familiar ou grupo de amigos. É por isso que devemos estar atentos e saber como nos podemos proteger.
 
Devemos saber que, as pessoas agressivas e competitivas não hesitam em dominar, manipular e apropriar-se das nossas conquistas para tirarem algum tipo de vantagem. De um modo geral, são perfis altamente prejudiciais que criam ambientes de trabalho caracterizados pelo stress e pela ansiedade, razão pela qual devemos estar muito atentos e tentar perceber o que se está a passar em nosso redor para que possamos mudar algo em nós, pois neles é impossível alterar alguma coisa!
 
É importante assumir que, todos nós, de alguma forma, somos forçados a competir numa qualquer área de vida, no entanto, há um perfil particularmente prejudicial e problemático em muitos dos nossos ambientes de trabalho: são as pessoas competitivas e agressivas. São aqueles homens e mulheres que anseiam crescer na empresa, violando direitos, manipulando e criando climas tão stressantes como complexos para a saúde psicológica.
 
Certamente que, qualquer um de nós conhece uma ou outra pessoa com esse tipo de comportamento seja na família, no trabalho ou no grupo de amigos, pelo que se torna imperioso assumir que são posturas erráticas e definir muito bem uma postura pessoal, sobretudo porque “essas pessoas acabam por dominar o ambiente sempre com a mesma necessidade de colher todos os louros para si”, o que as torna difíceis e, em muitos casos, insuportáveis.
 
Como já referimos acima, qualquer um de nós sabe muito bem que ser competitivo faz parte do próprio ser humano, pois quem se candidata a um emprego sabe muito bem que terá de enfrentar outros candidatos, o mesmo se passa com a passagem de ano na escola, numa modalidade desportiva em que temos de nos superar e enfrentar os outros, contudo, o que queremos reforçar com este apontamento e reflexão é a importância de não viver esse padrão ao extremo.
 
Importa agora saber o que está por trás da personalidade das pessoas agressivas e competitivas e, nesse contexto, a psicologia explica-nos em primeiro lugar que, gera muita ansiedade ter de conviver com pessoas competitivas e agressivas, pelo que, o ideal é não perder a calma, o bom senso e a tranquilidade e saber muito bem que não se quer entrar nesse jogo que só nos acarreta mau-estar e desconforto.
 
Depois, é preciso saber que, por trás de uma pessoa agressiva e competitiva está alguém com uma profunda falta de autoestima. Estas pessoas precisam de notoriedade em quase todos os momentos para que experimentem uma sensação de poder. Para isso, não hesitam em desrespeitar os outros para alcançar os seus objetivos e, assim, reforçar a sua imagem.
 
Por outro lado, esses homens e mulheres vivem num estado de hipervigilância constante. Passam grande parte do seu tempo a compararem-se com os demais ao seu redor, precisamente por essa falta de autoestima. Quando percebem que alguém se destaca mais do que eles, fazem de tudo para os superar e para serem o centro das atenções.
 
Ao mesmo tempo, estas pessoas vivem o modelo de pensamento “preto ou branco” que caracteriza pessoas com uma mentalidade rígida e inflexível. Trata-se de um modelo de vida baseado nos extremos: ter ou não ter, bateu e levou ou ganhar e perder, sem esquecer a típica expressão: “ou estás comigo, ou estás contra mim”.
 
Basicamente estas pessoas não respeitam, nem incluem fatores como: sociabilidade, empatia, sentido de cooperação, etc.
 
Estas pessoas agressivas e competitivas também se podem incluir, no grupo do narcisismo ou personalidade psicopática. O facto de se focarem apenas no seu próprio benefício, de não hesitarem a recorrer à mentira, à manipulação, ao abuso e à intimidação pode delinear perfeitamente esse distúrbio psicológico.
 
Ainda assim, os especialistas advertem que, isso não é a maioria dos casos. Muitas vezes  deparamo-nos com uma personalidade narcisista que procura visibilidade, validação e admiração. Para isso, não hesita em sabotar os direitos dos outros para chegar ao topo.
 
Os mesmos entendidos sublinham que, o efeito que as pessoas competitivas e agressivas criam num ambiente de trabalho é imenso. O clima deteriora-se, a pressão para competir intensifica-se e o stresse aparece, bem como o desgaste progressivo que afeta o nosso equilíbrio psicológico. Para evitar essa situação e proteger-se, a ciência apresenta algumas dicas valiosas:
 
1-Se decidir entrar no mesmo jogo de competição, estabeleça os seus limites. Não faça mais do que aquilo que é capaz de suportar e que vai ao encontro dos seus valores;
 
2-Proteja o seu trabalho. Outro aspeto que devemos ter em conta são os atos negativos que os agressivos e competitivos costumam praticar. Essas pessoas não hesitam em apropriar-se do seu trabalho, saber os  seus códigos de acesso, invadir o seu e-mail, manipular os outros para se voltarem contra si, etc.
 
3-Informe a direção da empresa sobre o que se possa estar a passar já que isso é sempre uma salvaguarda para quem está exposto a uma pessoa agressiva e competitiva. Nessa medida, ao informar os seus superiores sobre o que se está a passar, está a proteger-se e a zelar pela manutenção da própria instituição que ficará com uma má imagem num cenário desses.
 
Tenha em mente que, apesar de a competitividade ser saudável e extensível a todos, não temos de reproduzir os maus exemplos e obter os mesmos resultados negativos. Proteger-se é prevenir, é evitar entrar no mesmo circuito errático. É verdade que é complexa a tarefa de lidar com estas pessoas, mas ao não fazermos o mesmo estaremos sempre num sentido ascendente, pois mais cedo ou mais tarde, essas pessoas vão acabar por se desmascarar e, naturalmente colher os resultados daquilo que praticam.
 
Fátima Fernandes