Segundo adianta nota do Município de Loulé, os 18 conselheiros da cidadania de Loulé (representantes do ensino secundário e profissional do concelho, nomeadamente Escola Secundária de Loulé, Escola Secundária Dra. Laura Ayres de Quarteira e Escola Profissional Cândido Guerreiro de Alte, e alunos/as do 3º ciclo das escolas do concelho) presentes no plenário, viram aprovadas, por unanimidade, as seis propostas apresentadas que visam apoiar os jovens NEET (Not in Education, Employment or Training) do concelho. Ou seja, jovens com idade compreendida entre os 15 e os 29 anos que não se encontram a trabalhar, não estudam e não frequentam qualquer tipo de formação.
Carlos Silva Gomes presidiu aos trabalhos, tendo como 1ª secretária Helena Coelho e 2ª secretária Leonor Guerreiro. O presidente da Assembleia destacou os objetivos do projeto: “sensibilizar os jovens para as questões do poder local, designadamente no âmbito das suas atribuições e competências e do funcionamento dos órgãos do Município (Câmara Municipal e Assembleia Municipal); aproximar os jovens dos eleitos locais e incentivar o interesse dos jovens pela participação cívica na definição das políticas municipais; realçar a importância do contributo dos jovens para a resolução dos problemas de âmbito local, dando-lhes voz junto dos órgãos municipais; promover a cidadania participativa das crianças e dos jovens”.
A primeira proposta, apresentada por André Revira e Rodrigo Brito, diz respeito à criação de um Programa de Voluntariado Municipal, em parceria com as associações de estudantes. Um espaço onde os jovens possam sair da sua zona de conforto e desenvolver as suas competências sociais, tornando-se mais ativos na sociedade, em estreita colaboração com o Banco Local de Voluntariado de Loulé.
“Conversas que Orientem” foi a segunda proposta em discussão, apresentada para o debate pelos conselheiros Leonor Guerreiro, Martim Martins e Rita Figueiredo. A ideia é que alunos voluntários do 12º ano partilhem as suas experiências escolares e escolhas académicas com estudantes do 9º ano.
A proposta de criar mini-estágios e atividades práticas para jovens, em parceria com empresas locais, da autoria de Josiane Neres, Ana Marques, Beatriz Borges e Guilherme Martins, visa proporcionar uma primeira aproximação dos estudantes ao mercado de trabalho.
Por outro lado, a organização de uma Feira das Oportunidades, proposta pelos conselheiros Ana Nazar, Helena Coelho e Diogo Mendes, pretende constituir-se como um evento anual, reunindo universidades, estudantes universitários, alunos de cursos profissionais de diversas áreas, oferecendo o esclarecimento sobre diversos percursos.
Já a proposta “Desloca-te e Conhece-te” passa por criar um programa de articulação profissional intermunicipal, visando empregar jovens NEET em empresas do concelho e de outros municípios com necessidades urgentes de mão-de-obra, através da promoção de estágios profissionais por parte da autarquia, durante um período definido. Os preponentes foram Sebastião Felício e Artur Leite.
Finalmente, foi aprovada a criação de um Centro de Inserção na Vida Ativa em Loulé (CIVAL), proposta apresentada por Raquel Santos, Daniel Sousa e Noor Damásio. Um espaço de escuta, orientação e apoio personalizado, começando pelo acesso a oportunidades no mercado de trabalho e esclarecimento de dúvidas. Os parlamentares sugeriram, desde logo, um espaço para albergar este Centro, localizado no CECAL, no Parque Municipal de Loulé.
Da parte do executivo municipal, o vice-presidente David Pimentel e os vereadores Ana Machado (pelouro da Educação e Juventude) e Abílio Sousa (pelouro das Obras Municipais) referiram a “exequibilidade das propostas”, algumas num espaço de tempo mais curto do que outras, e mostraram o empenho da autarquia para a sua execução. Deixaram também algumas sugestões para que as propostas sejam implementadas da melhor forma, e em plena articulação com os serviços que o Município já oferece.
Durante a sessão, o vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé fez um balanço das cinco propostas apresentadas na 1ª Assembleia Municipal Jovem, realizada em abril de 2024. A realização de palestras nas escolas do 3º Ciclo para dar a conhecer a realidade do ensino secundário e a oferta formativa é já uma realidade, havendo já algumas atividades a decorrer como é o caso do projeto “Rumo ao Futuro”, a acontecer na Escola Drª Laura Ayres, em Quarteira.
Quanto à construção de um polidesportivo em Alte, David Pimentel frisou que tudo está a ser feito para que “esse projeto passe de uma intenção”. “Não temos ainda terreno mas estamos a gizar um plano alternativo para podermos ocupar uma área que a Escola Profissional de Alte já tem”, disse.
Quanto à criação de um espaço direcionado para a Associação de Estudantes da Escola Secundária Drª Laura Ayres, o vice-presidente adiantou que está a decorrer um projeto para levar a cabo uma requalificação deste estabelecimento de ensino.
Outra das propostas de 2024, respeitante à adequação dos horários dos autocarros e gratuidade para os jovens estudantes, disse que, para jovens até aos 23 anos, os transportes são gratuitos. Entretanto, já houve também uma adaptação dos horários às necessidades dos alunos.
Finalmente a conversão total da frota de autocarros para elétricos está igualmente a acontecer. A autarquia recebeu dois autocarros 100% elétricos para o transporte escolar e a transformação dos transportes urbanos para viaturas mais “amigas do ambiente” é já uma realidade: a autarquia irá passar para 14 autocarros “sem emissões”.
Sensibilizar os jovens para as questões do poder local, designadamente no âmbito das atribuições e competências da administração local e do funcionamento dos órgãos do Município: Câmara Municipal e Assembleia Municipal, aproximar os jovens dos eleitos locais e incentivar o interesse dos jovens pela participação cívica na definição das políticas municipais, são objetivos da Assembleia Municipal Jovem de Loulé.
“Vocês têm aqui um excelente capital social, têm jovens que já são políticos no sentido da palavra cidadão, são políticos que têm um papel fundamental e que estão cheios de vontade para trabalhar na relação e na colaboração com os representantes políticos”, disse o investigador do MyPolis, Ilpo Lalli.
“Este é um dia importante para podermos sentir aquilo que vocês têm para partilhar connosco. E isso só é possível por causa do 25 de Abril, a liberdade de todos termos uma voz ativa para concordar ou para discordar. Só é possível evoluirmos com base no debate de ideias, numa troca sincera de opiniões”, referiu David Pimentel que substituiu o presidente Vítor Aleixo que não pôde estar presente na sessão.
Para concluir os trabalhos, o presidente da Assembleia, Carlos Silva Gomes, disse: “Pensamos que esta continua a ser a melhor forma de celebrar o 25 de Abril e a melhor homenagem que lhe poderemos prestar. A maior aposta no futuro saudável da nossa democracia que podemos fazer, é com os jovens e para os jovens”.
Em maio irá decorrer mais uma Assembleia Municipal Jovem, desta vez com alunos do 3º ciclo e com o envolvimento de alunos do 1º e 2º Ciclos a assistir.