Dicas

Quando sentimos necessidade de investigar a “ex” do nosso parceiro

 
São cada vez mais as pessoas que entram neste círculo vicioso sem que se apercebam e, as consequências podem ser desastrosas.

Tudo começa com a simples curiosidade em saber como era a mulher que o nosso companheiro amava, mas aos poucos, não só acaba com a relação atual como prejudica grandemente a nossa saúde psicológica.
 
O problema estende-se a homens e a mulheres e tem vindo a crescer na última década devido essencialmente ao fácil acesso que se tem a muita informação através das redes sociais.
 
Um amigo em comum, o conhecimento prévio do nome e de algumas características são a base para que a curiosidade se instale. A Internet oferece muita diversidade de redes sociais, pelo que se torna cada vez mais fácil descobrir algo sobre os “ex” e até manter a investigação sobre a pessoa.
 
É evidente que, a maioria das pessoas sente essa curiosidade, mas torna-se patológico ,quando se passa da simples necessidade de saber como era a outra pessoa para uma obsessão, medo e ciúme.
 
Há pessoas que se inspiram tanto no “ex” da parceira ou do parceiro que passam muito tempo a tentar adivinhar como era a relação, como seria a pessoa atual nessa relação e até tentam imitar alguns traços que julgam poder ser do agrado da pessoa que está ao seu lado.
 
Na prática, concentram-se tanto no passado e na necessidade de responder às perguntas que se colocam que se esquecem de viver a sua relação com a pessoa que amam.
 
Em muitos casos, é ditado o fim do relacionamento precisamente porque há falta de atenção, de cuidado, de entrega porque simplesmente se está concentrado no passado, no que foi e no que poderia ter sido.
 
Muitos psicólogos relatam que, estas pessoas chegam a adoecer física e psicologicamente porque deixam de cuidar de si mesmas, passam a sentir-se mal com o que são e com o que gostariam de ser em virtude de uma obsessão pela relação anterior do seu parceiro.
 
Em muitos casos, o parceiro atual dá azo a isso estando sempre a falar no assunto, mas nem sempre é assim. Essa curiosidade nasce de um sentimento de inferioridade e do desejo de ser diferente e mais amado. Depois, pensa-se que a relação do parceiro acabou e que a sua também pode terminar, o que aumenta o medo, o ciúme, a vergonha e a necessidade de não fazer o mesmo. No entanto, acaba-se por fazer exatamente o oposto, pois ao não darmos atenção ao nosso relacionamento e ao imitarmos o anterior que terminou, estamos a caminhar no mesmo sentido.
 
A pessoa que passa o seu tempo a investigar o passado amoroso do parceiro sofre muito porque não consegue desfrutar da sua relação atual, já que, está sempre focada no tempo anterior do seu companheiro e, na maioria das vezes, acaba por perder a pessoa que se cansa de ser sempre alvo de comparação e de memória do passado.
 
Segundo os especialistas nesta matéria, quando investigamos os ex-namorados da pessoa que amamos, tornamo-nos alguém de quem não gostamos. Existem muitas pessoas que não conseguem deixar de fazer isso, como consequência, estão cada vez mais infelizes e com sentimentos negativos a seu respeito, sem esquecer que, na maioria das vezes, desenvolvem-se comportamentos extremos como a imitação da outra pessoa nas mais variadas situações, o que aumenta o desprezo por si mesmo, sem esquecer o tempo que se perde nessa investigação e que condiciona a qualidade de vida e o bem-estar. Há inclusive quem o faça pela noite fora e que não durma em função dessa curiosidade que já passou a vício.
 
O burnout é evidente e é muito fácil cair num comportamento psicopatológico.
 
De acordo com os especialistas,  é importante lutar contra isso e, nesse sentido, aqui estão algumas dicas:
 
- Pondere a hipótese de desinstalar as redes sociais durante algum tempo e encontre uma nova ocupação para esses momentos do dia.
 
- Controle melhor o tempo e a utilização do smartphone para ter a certeza de que não está a cometer excessos no que se refere à investigação da vida da “ex” do seu parceiro.
 
- Evite conversar sobre o assunto seja com o seu parceiro, seja com pessoas ligadas ao passado dele.
 
- Dedique um tempo de qualidade ao seu parceiro, para cuidar da relação. No final das contas, se isso é o que mais lhe interessa, vai poder prová-lo. Procure amadurecer, cuidar da sua identidade e segurança pessoal. Só assim poderá construir um vínculo em que o ciúme e o medo não se encaixem.
 
Depois, é importante falar com quem se ama e confessar o que se está a passar, pois assim será muito mais fácil receber ajuda e compreensão. Ninguém entra neste vício de forma intencional, muito menos com o intuito de prejudicar alguém, simplesmente somos humanos e deixamo-nos levar pela mera curiosidade, mas quando nos damos conta, já estamos dependentes dessa informação.
 
Se necessário, consulte um psicólogo, uma vez que, uma terapia será sempre o melhor suporte não só para se libertar desta patologia como para aprender técnicas que o ajudem a melhorar a autoestima e a autoconfiança.
 
Fátima Fernandes