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Quando a atração sexual diminui, o que fazer?

Quando a atração sexual diminui, o que fazer?
Quando a atração sexual diminui, o que fazer?  
Foto - Freepik
A maioria de nós preocupa-se com o facto de o/a parceiro/a mostrar pouco interesse sexual, contudo, o essencial é entender as causas.

Segundo os terapeutas de casal, existem inúmeras razões para uma diminuição do desejo sexual, mas o mais importante de tudo é que o casal converse sobre o assunto abertamente e que procure encontrar soluções.
 
Quando a pessoa que está ao nosso lado não mostra vontade de se envolver connosco, normalmente pensamos que perdeu o interesse e que já não gosta de nós, mas em muitas situações, não é isso que acontece.
 
Uma situação de stress, uma preocupação persistente, a má comunicação entre os parceiros, um problema de saúde, a toma de alguns medicamentos, são alguns exemplos do que pode limitar o interesse pela intimidade, contudo é essencial que as pessoas abordem o assunto sem medos e sem tabus para que, em conjunto, possam pedir ajuda ou criar soluções, pois como bem sabemos, a sexualidade é uma área fundamental no seio do casal, ainda que não seja tudo.
 
Um dos pontos que muitos parceiros sinalizam em consulta de acompanhamento é o medo de já não serem atraentes para o outro. Esse aspeto provoca inibição e receio em abordar o assunto com quem se ama, mas é precisamente esse o caminho para começar a ultrapassar o problema.
 
Nem sempre o amor acabou ou o interesse pelo outro diminuiu, simplesmente a vida agitada, as responsabilidades, o stress, problemas no trabalho, familiares, falta de dinheiro ou outros, acabam por comprometer a iniciativa de “desafiar o outro” para a intimidade.
 
Também acontece com regularidade que, desde o início da relação, um dos parceiros seja mais ativo e “ousado” do que o outro e, quando tal não acontece que a parceria amorosa se ressinta.
 
Como muito mais do que o sexo, a intimidade está associada ao alimento do amor, é natural que a diminuição da atividade sexual dê lugar a dúvidas e medos que só podem ser ultrapassados com uma conversa franca e honesta, mas segundo os entendidos, muitos casais optam pelo silêncio, pelo sofrimento calado e por fazer com que esse medo da perda aumente.
 
É ainda relevante analisar se foi a outra pessoa que mudou ou se o leitor também alterou algo no seu comportamento, pois em muitas situações, a pessoa cansa-se de ser sempre ela a ter a iniciativa e fica à espera do parceiro, o que pode levar a que nenhum tome esse primeiro passo.
 
Depois, é crucial analisar se houve alterações repentinas e sem um motivo aparente ou se as mesmas têm vindo a manifestar-se gradualmente no tempo e quais as causas. Mais uma vez, a conversa franca e honesta ajuda a esclarecer o que se passa.
 
Ocorre com alguma regularidade que as pessoas se isolem em si mesmas, que cultivem os problemas e que não os partilhem com quem está ao seu lado, o que leva a um afastamento crescente e logo, a uma redução da intimidade.
 
Um casal que não partilha as alegrias e os momentos menos positivos também não se aproxima muito e, quando existe algum constrangimento, por muito pequeno que seja, dá azo a que a intimidade fique comprometida, alertam os especialistas.
 
Muitos casais relatam que o parceiro evita todo e qualquer tipo de contacto físico sem que exista um motivo aparente. Em vez de questionar a sua capacidade de amar e de ser atraente, tente uma aproximação como meio para abordar o assunto, mas de forma delicada e compreensiva.
 
Tente entender o que possa estar a passar-se com o outro antes de tirar conclusões precipitadas. É evidente que as pessoas também deixam de amar-se, que o desejo diminui quando temos interesse por outra pessoa ou que simplesmente deixamos de gostar de quem está ao nosso lado, mas em qualquer um destes cenários, é preciso saber falar para que se possa ultrapassar o mau ambiente e o desconforto que, ao não ser esclarecido, ganha proporções destrutivas para ambos.
 
Também ocorre com alguma regularidade que, um dos parceiros apenas marque presença nos encontros sexuais e que não se entregue, que não mostre interesse e criatividade, situação que também deve ser refletida pela própria pessoa e em conjunto para que possa ser interpretada, pois quem ama, deseja, a menos que esteja com algum problema ou a tal falta de interesse em manter a relação.
 
Registam os especialistas que, também não é muito gratificante praticar sexo com alguém que não mostra muito interesse e capacidade de entrega, pelo que, pode estar aqui mais uma linha de análise para conversarem.
 
Existem parceiros que também não dão muitas “asas à imaginação” e que acabam por entrar numa rotina achando que a intimidade é uma “chatice” e algo aborrecido. Este ponto também não ajuda a acender a chama do casal e ainda menos predispõe para que a intimidade ocorra com muita frequência. Em muitos casos, há problemas associados que podem passar por físicos e/ou mentais. Os traumas de infância, situações mal resolvidas, problemas no seio do casal, facilmente podem explicar esta situação, esclarecem os entendidos nesta matéria.
 
Registam ainda os estudos que, há pessoas que não encaram o sexo como uma prioridade no casal e que o praticam, mas com pouca frequência, dando primazia a outro tipo de momentos em conjunto, o que também é aceite, deve ser conversado e respeitado, especialmente se o outro membro do casal é mais ativo.
 
Depois, há quem goste de inovar na cama e quem prefira alimentar a mesma posição, o que também deve ser conversado e, quem sabe se, aos poucos, é possível encontrar um equilíbrio que agrade a ambos.
 
Muitos parceiros amorosos queixam-se de que, é comum que o/a parceiro/a faça críticas, que demonstre que não gosta de determinados comportamentos, posições, afirmações e daí por diante. Como uma relação é constituída por duas pessoas, é fundamental que impere o respeito, que se pense antes de falar e o que se vai dizer sabendo que, tudo o que é depreciativo, não é bem-encarado por ninguém, logo, devem encontrar-se formas mais agradáveis de confidenciar o que se passa ou o que se deseja.
 
É também recorrente a queixa de alguns parceiros relativamente à ausência de elogios ou outras manifestações afetivas que contribuem positivamente para aproximar as pessoas e, especialmente por manter a sexualidade viva. Em vez disso, há quem opte pelas reclamações, pelos comentários depreciativos, pela falta de paciência no dia a dia e, no seu conjunto, tudo isso reflete-se na intimidade, já que o nosso cérebro regista tudo e acaba por não encontrar prazer em estar com a outra pessoa e ainda menos para se despir de preconceitos e de maus pensamentos para poder envolver-se.
 
A vergonha também é um ponto relatado por muitos parceiros que dizem sentir-se inibidos perante a intimidade, perante o facto de mostrarem o corpo e tal como são a uma pessoa que, em muitos casos, não a ajuda a sentir-se mais confiante.
 
Para ultrapassar um qualquer problema, a primeira solução é sempre dialogar, mostrar-se recetivo e não ter receio de ser vulnerável. Quando o problema é demasiado grande para ser enfrentado e resolvido a dois, o pedido de ajuda profissional é a melhor opção a tomar.
 
Se optarem por permanecer juntos, os parceiros devem comprometer-se em mudar aquilo que não está bem e em cumprir aquilo que foi acordado, concluem os especialistas, lembrando que, para que uma relação se mantenha viva e ativa, ambos os parceiros devem empenhar-se e valorizar-se não apenas na intimidade, mas em todas as áreas de vida, pois quando estamos bem connosco próprios e com o outro, o desejo e a atração acontecem naturalmente.