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O que se esconde atrás de uma pessoa desarrumada?

 
Tem sido amplamente defendido pelos especialistas que, viver num ambiente arrumado e organizado é a chave para a felicidade, no entanto, há pessoas que habitam espaços onde a acumulação e a desordem são uma constante. O que se passa?

Em poucas palavras, os entendidos afirmam que, por trás de uma pessoa desarrumada ou que acumula objetos está sempre presente o medo.
 
Assim, é preciso registar que, é muito difícil que alguém tenha a casa arrumada quando acumula objetos, quando tem pouco espaço e quando dedica pouco tempo à sua organização e arrumação. Se há pessoas que possuem esse sentido de arrumação, há muitas outras que se afastam dessa realidade pelos mais variados motivos.
 
Na posição dos especialistas, importa introduzir o fenómeno da acumulação de objetos com a desarrumação, uma vez que, o mesmo, cada vez mais recorrente, também encerra alguns fatos curiosos.
 
Uma pessoa que acumula muitos objetos esconde dentro de si muitos “pesos” do passado, no entanto, há dois tipos de acumulação de pertences: os antigos e os atuais.
 
A acumulação antiga refere-se aos objetos que, supostamente possuem muito valor sentimental e dos quais não nos queremos desfazer, mas não temos espaço para os guardar. Ao mesmo tempo, habituamo-nos tanto a guardar tudo que, chega a um ponto em que já não sabemos o que é significativo e instalamos o caos dentro de casa. Note-se que, há pessoas que não usam determinadas divisões da casa por falta de espaço devido ao que acumulam. Isso é muito recorrente por exemplo nas dispensas e garagens, mas também no escritório ou no quarto de hóspedes.
 
A acumulação atual, por outro lado, refere-se a todos os objetos quotidianos que utilizamos, mas que não colocamos novamente no lugar. Roupas, artigos de casa de banho, brinquedos, papéis ou qualquer coisa que tiramos do lugar e depois deixamos num espaço qualquer. É comum que vamos encontrando desculpas como falta de tempo para justificar a desarrumação, mas na prática, a casa fica desorganizada e ninguém se entende, mas parece que todos aprendem a viver assim.
 
Segundo os especialistas, a acumulação de ambos os tipos, reflete os medos do indivíduo. No caso da acumulação antiga, a pessoa tem medo de se desprender do passado. Tem medo de assumir o novo e deixar o antigo e, em vez de aceitar isso, constrói uma falsa sensação de segurança com os objetos que vai guardando. Na acumulação atual, o que existe é o descontentamento por algo que acontece no presente e que temos medo de enfrentar.
 
Na mesma sequência, os entendidos nesta matéria explicam que, por trás da desarrumação também existem um conjunto de medos que importa clarificar e diferenciar:
 
•Quando a desordem se concentra na cozinha, isso quer dizer que, existe uma fragilidade emocional ou ressentimentos que não foram superados.
 
•Quando o caos se concentra atrás das portas, significa que há medo de ser rejeitado pelos demais, ou que existe a sensação de estar a ser vigiado.
 
•Se a desordem está na entrada da casa, supõe-se que existe um medo de se relacionar com os outros.
 
•Quando há muitos objetos empilhados na garagem, isso implica medo do novo.
 
•A desordem nos corredores fala de dificuldades em comunicar o que se pensa e o que se sente.
 
•Quando existe desorganização na sala de jantar, significa que a família exerce muita influência e que quer controlar todos os seus elementos.
 
•A desordem em toda a casa expressa apatia, sensação de revolta pela vida e preguiça para consigo mesmo.
 
•Os objetos desorganizados na sala significam medo e recusa em estabelecer relações com os outros, ou em abrir-se para o mundo.
 
No geral, a desarrumação constitui uma procura de segurança, através de uma “cortina” que parece proteger o indivíduo das mais variadas situações.
 
No caso particular dos objetos, os especialistas definem que, se escondem muitos medos no ato de deixar por exemplo uma secretária com papéis acumulados, uma vez que isso demonstra a necessidade de controlar tudo pelo medo de ser enganado e representa uma enorme frustração face à tarefa que se desempenha.
 
Se uma pessoa esconde objetos por baixo dos móveis, isso quer dizer que, existe um medo oculto da opinião dos outros.
 
Por fim, é importante registar que não faz bem à saúde física e mental viver num espaço desorganizado, sujo e onde estejam muitos objetos acumulados. Faz-nos bem viver em harmonia e livres desses pesos do passado, por isso, temos de começar a mudar mentalidades e iniciar um novo estilo de vida onde exista tempo para a casa; para limpar os espaços e os objetos.
 
Ao mesmo tempo, é essencial que ganhemos coragem para nos desfazermos de objetos que já não nos fazem falta e que só ocupam espaço. Um truque é envolver toda a família no processo; atribuir tarefas e cada um aprender a limpar o que suja e o espaço que mais utiliza. Fazer uma lista e tentar cumpri-la diariamente é um bom ponto de partida. Depois, a família deve unir-se em torno da limpeza a fundo pelo menos uma vez por semana, já que, faz bem à relação, melhora a convivência e, claro, ajuda a que a casa esteja sempre limpa e arrumada.