Dicas

Dicas para identificar uma pessoa mentirosa

 
Todos nós gostamos de saber se a pessoa com quem falamos é sincera ou mentirosa sendo que, esse facto ainda ganha mais expressão quando se trata de alguém que nos é próximo como o nosso parceiro, um familiar, amigo ou um colega de trabalho. Para o ajudar nessa tarefa, apresentamos-lhe as 6 dicas do Psicologia Online.

Em primeiro lugar, é preciso diferenciar as mentiras que se dizem para evitar ferir o outro num determinado momento, daquelas que se usam de forma sistemática e que constituem a Mitomania que é patológica.
 
De acordo com a mesma fonte, a maior parte das mentiras que se dizem na convivência social é inofensiva sendo a sua causa única e exclusivamente direcionada para evitar magoar o outro, pois se disséssemos tudo o que nos passa pela cabeça, certamente que viveríamos ainda mais conflitos com os demais.
 
Neste sentido, o Psicologia Online adianta que, existe uma enorme gama de mentiras usadas nas mais variadas situações sendo de analisar as causas mais comuns:
 
• Para não ofender a sensibilidade dos outros;
 
• Para respeitar as fantasias infantis;
 
• Para não magoar o/a parceiro/a;
 
• Para melhorar a sua imagem;
 
• Por timidez;
 
• Para se eximir e evitar punições;
 
• Para defender a privacidade.
 
Para saber se alguém lhe mente, é importante que observe a sua expressão facial, porque as marcas da mentira aparecem na face. Para provar se um sentimento expressado pelo rosto é realmente autêntico, devemos avaliar também a coerência entre todos os sinais de expressão facial (olhos, nariz, boca, etc.) e a coerência com os gestos involuntários realizados por outras partes do corpo (mãos, braços e pernas) para comprovar se são congruentes entre si ou não. Os gestos mais sinceros são aqueles que não se podem controlar e que são realizados involuntariamente. Alguns exemplos são:
 
• Evitar o olhar;
 
• Olhos que olham para baixo e que desviam o contacto visual com o outro;
 
• Olhos que olham para longe;
 
• Pestanejar;
 
• Mover de repente a cabeça;
 
• Respirar de forma grave;
 
• Desobstruir a garganta ou engolir;
 
• Esconder os lábios.
 
Fique também atento às frases típicas ditas nas mentiras, uma vez que, a comunicação mentirosa é reconhecível. Quem mente é lacônico e reticente; as suas afirmações são frequentemente construídas e esquemáticas, mas excessivamente perentório. As frases são, na maioria das vezes, ditas em tons que se levantam e se baixam. O mentiroso assume posições claras e precisas, aponta com energia, de modo que, a linguagem e o tom de voz reforçam a fraqueza do que afirma. As frases de pessoas mentirosas mais típicas são:
 
• "Eu nunca mentiria...". Em geral, aqueles que reagem de forma excessiva e que se colocam em posições demasiado rígidas têm algo para ocultar.
 
• Defende-se com acusações. O mentiroso fala pouco, não se desequilibra, e toma posições firmes contra quem mente, com um excesso de ênfase, colocando sobre o outro a responsabilidade da acusação.
 
• Não faz perguntas lógicas. Por mais que o mentiroso possa responder habilmente, manipular e desviar, não terá energia suficiente para fazer perguntas críveis durante muito tempo.
 
• "A verdade é que..."Se a intenção de contar a verdade é declarada e enfatizada, há motivos para suspeitar que quem fala tal verdade não quer dizê-la.
 
• Utiliza escrúpulos falsos. Tenha cuidado quando alguém lhe disser "não lhe quero dizer isto, mas..." e ou "não o quero prejudicar, mas..." e o faz.  O seu verdadeiro propósito é dizê-lo, mas sem sofrer as consequências.
 
• O mentiroso habitual controla-se mais. As pessoas que geralmente mentem falam muito rápido e num tom bastante agudo; os que dizem mentiras esporádicas e ocasionais sentem-se mais incomodados, e preferem mentir em voz baixa; o mentiroso mal preparado, por outro lado, fala lentamente porque procura as palavras adequadas.
 
• Nega-se a responder. Usa frases do tipo: "não creio que eu seja a pessoa mais adequada para falar disso".
 
• Apenas repete a pergunta. O silêncio em resposta a uma pergunta é universalmente percebido como um sinal de mentira; assim, para evitar estas suposições, o mentiroso repete a pergunta para ganhar tempo para pensar.
 
• Faz afirmações sem resposta. A psicologia subjacente a este comportamento é a mesma que a anterior: evitar silêncios desconfortáveis.
 
• Dá respostas muito detalhadas. As pessoas que mentem, frequentemente dão respostas ricas em detalhes de duas maneiras: respondendo de forma muito técnica ou muito lenta.
 
Segundo o professor Edward Geiselman existem algumas técnicas para desmascarar mentirosos que vão além da observação do seu comportamento durante um interrogatório. Eis as perguntas mais frequentes:
 
1. Peça à pessoa que lhe conte a história ao contrário. Comece pelo fim e leve-a numa viagem emocionante para descobrir possíveis contradições. Peça para que seja o mais completo, exaustivo e detalhado possível. Isto aumenta a carga cognitiva que a levará ao limite, permitindo descobrir uma mentira em segundos.
 
2. Comece com uma pergunta aberta e entre em detalhes. Fazer perguntas abertas e genéricas que, a princípio, não impliquem em um "sim ou não" claro como resposta e depois, pressione com perguntas mais específicas, mas sempre com o objetivo de fazer com que a pessoa fale tanto quanto o possível.
 
3. Não interrompa o discurso. Deixe-a falar e concentre-se nas suas pausas silenciosas para incentivá-la a seguir em frente.
 
Relativamente às pessoas que são mentirosas patológicas, é de ter em conta: que se trata de alguém que mente sobre tudo, não apenas sobre coisas relacionadas com as relações: mente sobre coisas da sua família, inventa doenças graves ou mortes de parentes, histórias de ações que fez merecedoras de grandes elogios, outras identidades, outros estados civis, etc. O mentiroso patológico é manipulador, egocêntrico, narcisista e nada empático no que se refere à dimensão psicológica de outras pessoas; é um criador de histórias nos confins da realidade.
 
É ainda interessante saber se a pessoa mentirosa pode mudar e, neste ponto, os especialistas do Psicologia Online afirmam que, como qualquer outro comportamento que oferece comodidade e escape ao stress, a mentira pode gerar um vício (tal como a droga, o álcool, etc.) e, portanto, é um comportamento difícil de erradicar. À semelhança do que se passa na dependência química, se não existir uma forte aliança por parte da pessoa e, sobretudo, uma forte motivação para deixar de consumir drogas, é difícil chegar a resultados realmente positivos.
 
Para complicar ainda mais a situação, pode-se acrescentar que frequentemente o quadro da mentira patológica é acompanhado por um transtorno de personalidade mais amplo e penetrante, em geral o transtorno de personalidade narcisista ou o transtorno de personalidade limítrofe. Em qualquer caso, nada é definitivo, e o conselho é, uma vez reconhecido o problema, deve-se pedir ajuda a um profissional qualificado que saiba ouvir tanto as verdades do mentiroso como as daqueles com quem o mentiroso está a conviver.