O executivo municipal realizou esta quinta-feira, no âmbito das comemorações do Dia da Cidade de Loulé (1 de fevereiro de 1988) uma visita aos principais investimentos em curso, que totalizam 30 milhões de euros.
O périplo iniciou-se junto ao Centro de Saúde onde decorre a obra do futuro Edifício de Serviços de Saúde de Loulé. A previsão aponta que o prazo de conclusão da empreitada aconteça até ao final do ano.
Num investimento de 6,2 milhões de euros (65% a cargo da Câmara e 35% a cargo do Ministério da Saúde), o espaço terá quatro valências distintas, divididas por dois pisos: Unidade de Saúde Familiar "Lauroé", atualmente a funcionar em contentores junto ao Pavilhão Municipal, destinada a 14 mil utentes, a Unidade de Cuidados para a Comunidade "Gentes de Loulé", para 70 mil utentes, as instalações do Agrupamento Central de Centros de Saúde do Algarve - ACES Central e a sua sede - que irá transitar de Faro para Loulé -, bem como o primeiro Centro de Saúde Universitário, em articulação com a Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve, explica nota da autarquia, enviada à comunicação social.
Quanto ao atual edifício, será alvo de "uma requalificação profunda", ao abrigo de uma candidatura ao PRR (apoio até 800 mil euros), prevendo-se que a empreitada tenha um custo de 1,2 milhão de euros, financiado pelo Município.
Outra visita passou pelas obras da 2ª fase da Circular de Loulé que poderá estar acabada em pouco mais de um ano. Um projeto que permitirá retirar do centro da cidade o tráfego de passagem, em particular o de veículos pesados, num investimento de 4,2 milhões de euros.
Esta empreitada corresponde ao prolongamento da Circular, a partir da ligação da rotunda de Querença/Ameixial na EN 396, junto ao Pavilhão, à rotunda das Barreiras Brancas na EN 270. Numa extensão de 1722 metros, os trabalhos preveem a criação de duas novas rotundas – uma que ligará a povoação das Barreiras Brancas, e outra a da Pedragosa, ao centro da cidade. Uma das novidades da via é que terá um passeio pedonal, ciclovia e arborização.
Já na zona nascente da cidade, junto à Mina de Salgema, o executivo municipal foi ver como está a decorrer a obra de habitação na Clona, com 64 fogos (23 T1, 28 T2 e 1 T4, bem como 2 espaços destinados ao uso comercial). A obra de maior envergadura da Estratégia Local de Habitação do Concelho de Loulé tem um valor de 11,8 milhões de euros, com um cofinanciamento de 4,2 milhões de euros (financiamento PRR de 30 fogos em regime de arrendamento apoiado). Prevê-se a sua conclusão num espaço de 15 meses.
No Bairro Municipal "Frederico Ulrich", as 18 moradias, que vão ser ampliadas numa primeira fase, estão neste momento "despidas" já que está a ser reforçada a estrutura existente para dar resposta "às necessidades de espaço destas famílias". Este investimento será de 2,9 milhões de euros, também com financiamento do PRR.
Ao nível da educação, depois de ter sido inaugurada no início deste ano letivo a Escola EB1/JI Hortas de Santo António 2, no mesmo agrupamento está a ser ampliada a Escola EB2,3 Engª Duarte Pacheco. Os trabalhos serão realizados numa área de 900 m2, em 2 blocos, e permitirão criar 8 novas salas de aula. Por outro lado, serão criados novos espaços como uma cozinha pedagógica/formação CEF com sala de refeições, e um novo espaço para receber pais e encarregados de educação. Está ainda prevista a reformulação de arranjos exteriores da envolvente da ampliação e a implementação do sistema de produção fotovoltaica para autoconsumo na cobertura. A previsão do final da obra será este ano. O valor do investimento é de 1,6 milhões de euros e, segundo justifica a autarquia, "vem dar resposta ao número crescente de alunos na cidade".
Finalmente, a comitiva esteve no Heliporto Municipal onde estão em fase de conclusão os trabalhos de ampliação da infraestrutura, com a criação de um novo hangar e aumento da plataforma. A obra permitirá mais do que duplicar a capacidade de aeronaves estacionadas, aumentando a capacidade de resposta às operações aéreas de emergência e proteção civil na região do Algarve. Haverá ainda uma nova zona administrativa que dará apoio às operações. O investimento rondou os 3,3 milhões de euros e estima-se que, no final de março, esteja concluído.
O autarca de Loulé aproveitou para fazer um balanço do trabalho desenvolvido, tendo apontado as principais áreas em que o executivo se tem focado.
Falou da adaptação à mudança do clima, "um desafio com o qual todos nós estamos confrontados, em todo o mundo". A autarquia "tem agarrado este dossier" e um dos frutos é o facto de ter o primeiro Plano Municipal de Ação Climática do país. Loulé foi também pioneiro no reconhecimento da emergência climática. Vítor Aleixo destacou, entre outras iniciativas levadas a cabo neste campo, o programa "Loulé Solar", que já permitiu instalar 2 megawatts de "energia limpa" com origem no sol, ou a criação das comunidades energéticas como a de Alte. Em termos de mobilidade suave, o concelho tem mais de 40 kms de ciclovias construídos, mas também os transportes públicos gratuitos que promovem "uma mobilidade amiga do ambiente".
A escassez de água na região não foi esquecida, onde o Município tem apostado particularmente no combate às perdas na rede e os dados revelam esse esforço: em 2019, a quantidade de água não faturada rondava os 41% e, em 2023, esse número desceu para 27%. Também a "excelente performance" das empresas municipais na zona litoral faz com que o concelho já se encontre abaixo dos 20%, classificado pela ERSAR como "município bom na gestão dos recursos hídricos".
No domínio das obras públicas, o autarca deixou o reconhecimento ao "grande trabalho que tem sido feito" e que tem colocado Loulé nos lugares cimeiros do Anuário da Ordem dos Contabilistas nos últimos anos. No concelho de Loulé, em 2022 o investimento de capital rondava os 29 milhões de euros, passando para 39 milhões de euros em 2023, um aumento do valor em obras de 33%. Já no contexto da cidade de Loulé, entre empreitadas concluídas em 2023 e as que estão este ano em curso, a autarquia está a investir 47 milhões de euros.

Vítor Aleixo falou das transformações que se estão a operar na cidade no domínio da inovação e investigação científica, numa "parceria estratégica" com o ABC – Algarve Biomedical Center. É o caso do laboratório de genética, neste momento em construção junto ao cemitério de Loulé; o centro de simulação e cirurgia médica, a funcionar na Rua de Betunes, ou um equipamento de ressonância magnética de última geração que em breve funcionará junto ao Centro de Saúde. Todos estes equipamentos irão futuramente ficar integrados no edifício do ABC, junto ao Estádio Municipal.
Ao nível do envelhecimento ativo, o autarca considerou ainda o centro de competências cujo edifício irá nascer na avenida Parque das Cidades, em Loulé, e que constituirá o "centro nevrálgico" para esta nova política governamental.
Quanto à cultura e património, o responsável recordou a obra feita ao longo dos últimos anos na cidade, tendo destacado em particular a musealização dos Banhos Islâmicos e a programação do Cineteatro Louletano e o Loulé Criativo.