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Como é que um psicopata vive o amor?

 
Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que, um psicopata é uma pessoa com características narcisistas, incapaz de experimentar emoções, culpa ou remorso e que se aproveita dos outros em seu próprio benefício.

É alguém que apresenta uma psicopatologia e que entra numa relação sempre com o intuito de satisfazer as suas próprias necessidades, pelo que, a forma como entra num qualquer relacionamento é sempre muito distinta da de alguém sem essa perturbação.
 
Ao mesmo tempo, é de anotar que, o sofrimento existe para a pessoa que se apaixona por ele e que entra na relação com expetativas elevadas, acreditando que ele irá mudar e que se irá apaixonar porque, o psicopata dá lugar a essa ilusão com as suas elaboradas técnicas de manipulação.
 
É comum que a pessoa com este transtorno faça com que a sua vítima acredite nas suas mentiras e artes de sedução, o que acarreta muitas ilusões e dor. Por seu turno, o psicopata nada sente e pouco se incomoda com o lado do outro, apesar de querer mostrar o contrário.
 
No DSM-5 (Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais), a psicopatia é apresentada como um “transtorno de personalidade antissocial”. Essa alteração implica os seguintes sintomas ou características:
 
• Comportamento social desviante.
• Manipulação em relação aos outros em seu próprio benefício.
• Falta de respeito pelas regras ou direitos dos outros (desprezo e violação dos mesmos).
• Falta de empatia e capacidade de experimentar emoções.
 
No entanto, a sua capacidade intelectual está totalmente preservada, o que dá lugar a muitas estratégias para obter o que pretende.
 
Estima-se que até 3% da população pode sofrer de um transtorno de personalidade antissocial e, segundo os entendidos, é importante evidenciar que, não é fácil diagnosticar esta patologia, sendo o médico psiquiatra a pessoa mais habilitada para o fazer, no entanto, é possível que, as pessoas que se relacionam com este tipo de características que se apercebam de desvios e que possam estar mais atentas para que se protejam.
 
De acordo com os especialistas, «os psicopatas desvalorizam os outros para que se sintam importantes e para que alcancem o que pretendem, o que nos leva a pensar que são incapazes de amar, ficando-se apenas pela capacidade de usar os demais a seu belo prazer».
 
Assim, uma pessoa psicopata, não sendo capaz de experimentar emoções em geral, também não sente amor e, portanto, não se pode apaixonar como a maioria das pessoas, pois não possui essa capacidade, defendem os mesmos entendidos nesta matéria.
 
Por outro lado, sabemos que o amor romântico para a maioria dos “mortais” envolve intimidade, paixão e compromisso, e é uma emoção muito humana. No entanto, para um psicopata, o amor assume um significado diferente, assim como o ato de se apaixonar.
 
Segundo Vicente Garrido Genovês, «a falta de empatia padecida pelo psicopata impede-o de sentir prazer ao observar a felicidade dos outros. O prazer dos outros só lhe provoca inveja e ganância». Neste sentido, as pessoas que sofrem desta patologia vivem o amor muito á sua maneira e com o seu próprio sentido e significado, o que nem sempre é entendido pelos demais devido ao facto de colocarem sempre o seu interesse pessoal acima de qualquer sentimento.
 
Como não conseguem ter emoções, acabam por viver as relações por puro interesse e como meio de satisfação de desejos pessoais. Na prática, o psicopata investe o seu tempo e energia fazendo tudo para que o outro se apaixone por ele, não dando nada em troca.
 
Recorde-se que, as pessoas com psicopatia podem ser de ambos os géneros, muito embora seja mais comum que os homens apresentem esta psicopatologia.
 
Para o psicopata, o amor é como um jogo de sedução, no qual ele pode conseguir o que quiser (sexo, dinheiro, companhia, objetos valiosos e outros bens materiais). mas não o amor em si.
 
Para conseguir seduzir as suas vítimas, suporta-se de técnicas muito elaboradas de manipulação, recorre frequentemente á mentira e ao engano do outro e fá-lo através da imitação dos demais. Por norma, é muito observador e consegue perceber como é que os outros casais funcionam. Imita essas técnicas e acaba por envolver a pessoa pretendida no seu jogo até que a mesma se aperceba que está a ser enganada, mas a relação pode durar anos sem que a vítima consiga provar as mentiras de que é alvo.
 
É comum que as pessoas se apaixonem por psicopatas e que vivam um quotidiano infernal devido á falta de empatia, de amor, de respeito e às muitas mentiras em que se veem envolvidas, o que as arrasta para problemas graves de saúde mental que requerem tratamento e uma ajuda médica especializada.