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Ciência explica benefícios e prejuízos do choro

Ciência explica benefícios e prejuízos do choro
Ciência explica benefícios e prejuízos do choro  
Foto Freepik
O choro é a resposta física a emoções intensas que não se limitam à tristeza.

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Segundo a ciência, o significado dessa reação vai além de derramar lágrimas; envolve um mecanismo cerebral que procura alívio ou calma.

Nesse sentido, «por trás do choro, existe todo um mecanismo cerebral que tem o intuito de permitir a drenagem das emoções negativas, receber apoio e devolver a tranquilidade».

Trata-se de um ato natural, automático. Desde os primeiros momentos de contacto com o mundo que nos habituamos a chorar quando estamos tristes para desabafar tudo o que nos incomoda, seja porque perdemos um ente querido, porque tivemos uma experiência negativa, porque nos sentimos fracos diante dos contratempos da vida ou porque estamos sobrecarregados pela falta de propósito, lê-se numa publicação da revista A Mente é Maravilhosa.

O choro funcional encerra a função de nos levar a pedir ajuda, destaca um estudo de uma Universidade na Colômbia adiantando que, as lágrimas causadas pela tristeza denotam desamparo e necessidade de apoio e são designadas por emocionais. Normalmente acompanhadas por soluços,  sobrancelhas caídas e olhos fechados, estas lágrimas carregam dor, angústia e necessidade de conforto.

As lágrimas também servem de desabafo, na medida em que, influenciam a atividade das neurotrofinas (proteínas que beneficiam a sobrevivência dos neurónios). Estas últimas promovem a plasticidade neuronal, ou seja, uma propriedade do sistema nervoso graças à qual ocorre a aprendizagem. Desse modo, o choro profundo ajuda-nos a encontrar soluções para os problemas, permite que falemos sobre o que nos inquieta e prepara-nos para novas respostas no dia a dia através da libertação do que nos inquieta e do encontro de alternativas.

A ciência também afirma que, chorar alivia o stress, uma vez que, quando ultrapassamos essa dor, encontramos um estado de tranquilidade e sentimo-nos revigorados devido à libertação de endorfinas que nos proporciona um estado de felicidade e esperança, que nos permite alterar algo que nos angustia, procurar alternativas para um problema e seguir em frente.

A Academia Americana de Oftalmologia descreve que, em qualquer situação angustiante, a área do cérebro que ativa as emoções, ou o que conhecemos como sistema límbico, alerta o tronco encefálico ou a ponte. Imediatamente, essa parte envia um sinal ao sistema lacrimal para produzir lágrimas, originando a reação fisiológica que chamamos de choro.

As lágrimas não devem ser reprimidas. Se estamos tristes, temos de libertar essa emoção, no entanto, os especialistas na área da psicologia alertam que, existem consequências se chorarmos demais, são elas:

- Perturbações no sono porque estamos imersos em ansiedade e problemas que precisam de ser ultrapassados e não alimentados;

- Fadiga emocional resultante do ato de chorar que limita a atividade diária, as responsabilidades, as relações que estabelecemos e até a produtividade em casa e no trabalho;

- Deterioração da saúde física: o choro excessivo traz consigo enxaquecas, tensão nos músculos do pescoço e da face, dores de cabeça. Além disso, perdem-se grandes quantidades de enzimas e sódio;

 - Problemas nos relacionamentos interpessoais: familiares, amigos ou parceiros que, às vezes não sabem o que fazer ou como reagir quando veem que choramos muito devido à tristeza, o que gera problemas e mal-entendidos.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dizem que, para lidar com a tristeza e não acabar em longas sessões de choro, o mais importante é reconhecer o que se está a passar, quais as causas dessas sessões de choro, qual a razão dessa tristeza e tentar reagir em vez de alimentar esse estado.

É crucial que, cada um de nós saiba que a tristeza começa a desaparecer quando somos nós a comandá-la, a entender o que nos quer dizer e a ter controlo sobre a nossa mente e os nossos pensamentos. Admitir que se está triste é o primeiro passo para avaliar as alternativas a esse estado emocional, depois, é preciso fazer alguma coisa que nos dê prazer, descansar, alimentar-nos bem, sair, praticar exercício físico, caminhar, conversar, rodear-nos de pessoas que nos façam sentir bem, valorizados, acarinhados, amados e, sempre que necessário, procurar apoio especializado.

Registe que, a tristeza é tão natural como qualquer outra emoção, mas levada ao extremo prejudicamos profundamente, por isso, chore, desabafe, liberte essa dor, mas enxugue as lágrimas, aprenda com as experiências, valorize-se e, aos poucos, reencontre-se, encontre um novo propósito e dê-se oportunidade de recomeçar, afinal, o leitor não é a única pessoa no mundo a estar triste, dá o seu melhor, faz o que pode e está disponível para melhorar-se diariamente, o que são motivos para seguir em frente, mesmo quando as forças não são muitas.