Somos todos diferentes uns dos outros, mas existem características que dão lugar a mais conflitos do que outras. Se deseja estabelecer melhores relações, viver mais tranquilamente e com mais qualidade e satisfação pela vida, avalie se possui algum destes defeitos e até que ponto isso pode estar a prejudicar a convivência com os demais.
Segundo a psicologia, o primeiro passo para melhorar o que somos e os nossos comportamentos, é tomar consciência das nossas atitudes, é avaliar a forma como pensamos e, quando sabemos que não estamos bem, devemos modificar-nos. Às vezes, basta mudar o modo como pensamos em nós mesmos e nos outros, uma vez que, «tudo tem de partir de nós. Quem quer mudar o mundo, deve começar por alterar os seus próprios pensamentos para depois assumir novos comportamentos», sublinham os especialistas.
Enquanto que as qualidades impulsionam-nos para o autoconhecimento, para a descoberta do mundo e para promover relações positivas, os defeitos limitam-nos, afastam-nos dos outros e impedem-nos de sermos melhores pessoas e de tirar mais partido das relações. Confira se existe algo em si que pode melhorar:
1. Procrastinação: a arte de adiar constantemente as tarefas. Este defeito afeta as relações pessoais, profissionais e sociais, reduz a produtividade e perturba a imagem que transmitimos aos outros. Muitas pessoas adiam as suas responsabilidades só porque não conseguem dizer “não” às distrações, às redes sociais e porque desvalorizam os compromissos e a sua responsabilidade.
2. Perfeccionismo: estas pessoas são eternas insatisfeitas consigo mesmas e acabam por fazer o mesmo com quem as rodeia tornando as relações insuportáveis. Fazem pouco porque acham que nunca vão fazer tudo “perfeito”, logo nem vale a pena começar e exigem o mesmo dos outros desvalorizando-os e criticando-os permanentemente.
3. Indecisão: um bloqueio permanente, medos recorrentes, falta de opinião e tomadas de decisão que acabam por prejudicar o próprio e os demais.
4. Negatividade: estas pessoas não veem oportunidades no que lhes acontece, não reagem, não lutam. Lamentam-se, criticam tudo e todos e não conseguem sair desse labirinto acabando com contagiar todos à sua volta.
5. Impulsividade: ao agirmos sem pensar, acabamos por tomar decisões precipitadas, reagir agressivamente e por prejudicar-nos ao ponto de entrarmos em vícios caminhos desviantes e relações tóxicas.
6. Inveja: o veneno que nos consome a alegria porque passamos a vida a comparar-nos com os outros, a desejar o que possuem e a desenvolver-nos cada vez menos. Estas pessoas focam-se nos demais, nos seus sucessos e nada constroem de positivo para si mesmas, tornando-se ingratas, amargas e eternas insatisfeitas.
7. Intolerância: que se manifesta através da rejeição de ideias, hábitos ou costumes dos outros só porque são diferentes de nós. Estas pessoas apresentam uma visão pouco alargada do mundo, pelo que lhes é fácil o julgamento e a crítica.
8. Falta de autoconfiança: o obstáculo que nos paralisa, desvaloriza e não nos deixa arriscar para aprender mais, para conhecer-nos melhor e evoluir.
9. Orgulho: resulta de uma avaliação pessoal exagerada. Estas pessoas não aceitam nem os seus erros, nem os dos outros, pelo que tornam-se arrogantes, isolam-se e constroem um muro à sua volta que lhes limita a ação, a criatividade e o sentido crítico.
10. Inflexibilidade: esta armadura não nos deixa mudar, adaptar-nos a novos desafios ou sequer tentar fazer melhor porque acreditamos que estamos sempre certos.
11. Preguiça: manifesta-se através da falta de motivação, entusiasmo e iniciativa para realizar o que lhe é proposto, pois tem dificuldade em avançar sem que seja “quase obrigado”.
12. Impaciência: expressa-se através de uma pressa constante nem se sabe muito bem para quê, mas em que a pessoa está sempre sem tempo, sem calma e sem capacidade para esperar.
13. Superficialidade: estas pessoas só valorizam o que se vê, o socialmente aceite e politicamente correto e esquecem-se do real valor do ser humano.
14. Desonestidade: que se expressa através do engano e da mentira que minam a confiança entre as pessoas.
15. Autocrítica destrutiva que faz com que nos desvalorizemos, que percamos a autoconfiança e, consequentemente, que os outros também duvidem das nossas capacidades.
16. Falta de empatia: o que nos impede de compreender, aceitar e respeitar o sofrimento dos outros. Constitui um grande entrave aos relacionamentos respeitosos e saudáveis.
17. Arrogância: a mania de que estamos acima dos outros e que impede um relacionamento fluido, respeitoso, equilibrado e saudável.
18. Ressentimento: um dos defeitos que mais nos prende ao passado e que impede que sejamos livres para amar, conviver e evoluir.
19. Crueldade: expressa-se através de críticas destrutivas, necessidade de ferir o outro, ausência de empatia e de compaixão porque não estamos bem conosco próprios.
20. Reações explosivas e de raiva que se expressam em situações quotidianas que em nada as justificam. Revelam falta de gestão e de inteligência emocional.
21. Necessidade de aprovação social que é um caminho para que se aproveitem de nós e para que não tomemos consciência do nosso real valor e capacidade de autonomia. Ora pode seduzir os outros, ora pode irritá-los por ser entendida como manipulação ou vitimização.
22. Ganância: são pessoas que querem sempre mais e que não olham a meios para atingirem os seus fins. Tornam-se insensíveis e ingratas pelo apego excessivo ao materialismo.
23. Egocentrismo: quando acreditamos que o mundo gira em torno de nós.
24. Ingratidão que se expressa com a incapacidade de valorizarmos o que somos, o que temos e o que os outros fazem por nós, o que nos torna eternos infelizes e insatisfeitos com tudo, até com a própria vida.
25. Hipocrisia: refere-se a pessoas que prometem mas que não cumprem, não assumem responsabilidades, não são credíveis, nem de confiança. Exibem teorias ou crenças, mas não as praticam.
26. Falta de organização que prejudica a própria pessoa e por envolver aqueles com quem convive ou coabita. Reflete-se numa mente caótica e na incapacidade de organizar o seu mundo exterior, de fazer planeamento, prever as situações e acumular objetos e tarefas por cumprir.
27. Ciúme: que se expressa num medo excessivo da perda, seja de pessoas, objetos, funções e daí por diante. Este sentimento acaba por prejudicar-nos e por afetar muito as relações que estabelecemos.
28. Indiferença: não demonstrar interesse pelos sentimentos ou necessidades dos outros.
29. Imaturidade: reagir sem ter em conta as consequências dos seus atos.
30. Deslealdade: não ser fiel aos seus compromissos e relacionamentos, não cumprir as promessas e os objetivos a que se propõe.
31. Falta de autoconsciência: não ter consciência dos próprios pensamentos e dar lugar a conflitos e a uma vida desorganizada e problemática.
32. Desconfiança: que se expressa através do julgamento constante dos outros. O medo que assola estas mentes faz com que duvidem excessivamente de tudo e de todos sem um motivo aparente.
33. Falta de pontualidade que afeta o seu trabalho, responsabilidades e compromissos e os dos outros.
34. Desinteresse por tudo e até pela própria vida. Apatia, desmotivação e falta de entusiasmo são as palavras de ordem destas pessoas.
36. Culpa: não conseguir aceitar, perdoar o que fez leva a que os erros persistam, que nada melhore e que os seus sentimentos em relação a si mesmo e aos outros. Sejam destrutivos.
37. Gula: comer demais para preencher vazios emocionais como ansiedade, culpa ou tédi.o Não resolve os problemas, mas acaba por ser um recurso de quem não olha para si, não tenta melhorar-se e pensar carinhosamente na sua pessoa.
37. Manipulação: usar os outros em seu próprio benefício.
38. Falta de disciplina que se reflete na incapacidade de manter o esforço e os objetivos a longo prazo. Estas pessoas iniciam projetos, mas em pouco tempo perdem o entusiasmo e o espírito de sacrifício essenciais para os concluir ou reformular sempre que necessário.
39. Pensamentos negativos que nos condicionam e limitam a capacidade de ação e de resolver problemas. Designa-se por autossabotagem e explica as razões pelas quais muitas pessoas desistem sem sequer terem tentado.
40. Mania da superioridade expressa-se por pessoas que se consideram acima dos outros seja em termos intelectuais, materiais, de poder, estatuto ou outro, desrespeitando completamente as ideias, valores e decisões dos demais.
41. Medo de mudar/arriscar que se expressa através de tentativas sucessivas de manter-se “na zona de conforto”. É-lhes difícil progredir, aprender, corrigir, pelo que acabam por criticar tudo e todos, até os que fazem algo por evoluir.
42. Vitimização: agir como se o mundo todo estivesse contra nós e servisse de pretexto para não fazermos nada ou para querer que os outros nos dêem tudo. São pessoas que não arriscam porque estão sempre à espera que os outros o façam por elas. Queixam-se, lamentam a sua sorte e não saem desse círculo vicioso encontrando sempre desculpas para o seu fracasso e frustração, mas não reagem, não lutam, não resolvem os seus problemas e não assumem as suas responsabilidades. Culpam os outros, o seu passado, o destino para o que lhes acontece e não admitem que também têm uma palavra a dizer e uma atitude a tomar.
43. Egoísmo: supervalorização dos seus próprios interesses a ponto de não conseguirem assumir que os outros também os possuem e que devem lutar e ter direito ao que desejam.
44. Falta de autonomia: este defeito manifesta-se na incapacidade de tomar decisões, de pensar, de admitir falhas, conquistas, objetivos e de ser “autor da sua própria história”. Estas pessoas dependem, mas estão sempre irritadas porque, no fundo, sofrem com a sua incapacidade de ação e de decisão.
45. Ridicularização e gozo: são pessoas com uma baixa autoestima que acreditam que se tornam mais confiantes ao gozar e ridicularizar os outros. Criticam, tecem “à partes”, envolvem outras pessoas nas suas piadas para que se sintam aceites, mas no fundo, são profundamente infelizes e invejosas. Este defeito acaba por empurrá-las para o isolamento, uma vez que, aos poucos, quem convivve com elas acaba por sentir-se mal e afasta-se.
Se identificou alguns destes defeitos em si ou nas pessoas com quem se relaciona, saiba que esse é o primeiro passo para tomar consciência de que não somos perfeitos e que podemos melhorar-nos com determinação, empenho e responsabilidade. Ao não querermos ser assim, mudamos a forma de pensar e, consequentemente de agir connosco próprios, com os outros e com o mundo. Acredite que é mais fácil viver de um modo simples, autêntico e genuíno, com a mente aberta e dispostos a deixar entrar novos conhecimentos. Quando não fazemos este exercício diário, deixamos que o nosso passado tome conta de nós e que nos limite a evolução que caracteriza o ser humano e que é determinante para uma vida mais plena.