Dicas

Psicólogo explica como lidar com a rejeição amorosa

 
Ninguém gosta de ser rejeitado, na medida em que um dos principais motores da vida humana é amar e ser amado e, acima de tudo, ser aceite, no entanto, não há quem passe pelo mundo sem rejeitar e sem ser rejeitado.

É um processo natural, em que não precisam de existir culpados ou erros, simplesmente não temos capacidade de gostar de toda a gente, nem todos gostam de nós como gostaríamos.
 
Tendo por base uma publicação do Dicas de Mulher, «cada pessoa faz um trabalho constante de  aceitar, acatar, absorver ou o de rejeitar, afastar, ignorar. Esse movimento é tão natural como os relacionamentos humanos, o que faz com que o indivíduo crie a sua identidade, a partir de escolhas.
 
Segundo Frederico Mattos, psicólogo e autor do blog Sobre a Vida, não existe unanimidade. Na natureza humana vão existir sempre cores, sabores, experiências e pessoas que nos agradam mais do que outras. O problema é que temos uma fantasia de que o nosso desejo pelo outro deveria criar uma atração correspondente e irresistível”.
 
No mesmo enquadramento, o mesmo especialista recorda que, ser rejeitado costuma abalar diretamente a autoestima. A resposta negativa de uma pessoa a quem deu o seu melhor faz com que a segurança nas suas qualidades seja enfraquecida. A questão é que nem sempre isso é um processo racional ou mesmo pessoal, isto porque, “a rejeição pode acontecer por aspetos conscientes ou por outros inconscientes, como alguém que remete para aquela pessoa sentimentos avessos e repugnantes do seu passado e se incomoda com a forma de estar do outro, ou a aparência física pode despertar lembranças não claras no outro que causam essa desconexão, pelo que, forçar a relação seria uma agressão para os dois lados”, evidencia Frederico Mattos.
 
Na realidade, não há como fugir. Todos passam por rejeições em alguns momentos da vida. Seja na escola, com os amigos, no trabalho ou na vida amorosa. Não obter a promoção esperada, nem o convite para aquela festa ou a chamada daquele que se ama. A diferença está em como cada um lida com a rejeição, sublinha o mesmo psicólogo fornecendo 8 passos para lidar com a rejeição amorosa:
 
1. Separar a rejeição do rejeitado
 
A rejeição é apenas um tipo de critério de alguém a respeito de outra pessoa, que por acaso pode ser você: “Não é pessoal, ainda que pareça, pois ela não tem pleno controle de quem vai gostar. A outra pode até ser uma boa pessoa e desejável, mas para aquela não causa nenhum impacto”, ilustra Frederico Mattos.
 
2. Exercite a autoestima
 
Não se permita esquecer o seu valor e as suas qualidades. Não é porque uma pessoa não gostou de si que todas as outras não vão gostar. A autoestima muitas vezes está relacionada à aceitação amorosa e é preciso avaliar muito bem o que realmente é preciso mudar e o que é apenas a opinião do outro.
 
3. Respeite a não correspondência
 
“Algumas pessoas têm dificuldade em tolerar o facto de não serem correspondidas, como se aquilo fosse um ataque pessoal. É como se o alvo da sua paixão fosse obrigado a responder positivamente aos seus sentimentos. Mesmo num relacionamento de longa duração, as vidas e as personalidades podem tomar rumos diferentes e aquilo que motivava inicialmente a união pode-se perder no meio do caminho”.
 
4. Encare a tristeza
 
Aceite lidar com a tristeza e entenda que aquelas esperanças depositadas vão passar por um processo natural de diluição até se recomporem. Fugir da dor é só um modo de prolongar o processo.
 
5. Siga a própria vida
 
O psicólogo Frederico Mattos sugere: “Redirecionar aquele desejo, amor e carinho para outras fontes saudáveis, como pessoas acolhedoras e queridas, é uma boa forma de obter  gradualmente a nutrição emocional sem a pressão de ter de viver novas tentativas amorosas”.
 
6. Mantenha-se em movimento
 
Exercícios físicos e atividades agradáveis têm o poder de nos mostrar a vida por outro ângulo e de sair da espiral de sofrimento. Mais do que uma dica, tome como uma regra: não fique sozinho/a em casa à espera que a dor passe. Faça um esforço e movimente-se –  dessa forma sentir-se-à muito mais predisposto e com capacidade de luta.
 
7. Faça uma melhor  seleção no futuro
 
De acordo com Frederico, um trabalho de autoanálise também é fundamental: “Repense os seus critérios para entender se as pessoas pelas quais se apaixona costumam ser demasiado indisponíveis ou inacessíveis. Tente compreender se existe uma disposição efetiva para ser amado/a ou se, no fundo, só está a criar um ciclo de rejeição para si mesmo/a”.
 
8. Inverta as posições
 
Recorde-se de uma situação em que também rejeitou alguém e recupere os motivos que reuniu para o fazer. Com este exercício de memória, provavelmente vai ter de assumir que já passou por uma situação em que uma pessoa que parecia interessante não o/a tocou profundamente. Com essa constatação ser-lhe-à muito mais fácil perceber que, não existe uma regra para que as pessoas se apaixonem e que, tal como aparentemente não houve uma razão muito profunda para essa rejeição, quando a situação se inverte a realidade é a mesma.
 
O mesmo psicólogo deixa ainda alguns conselhos do que não deve fazer ao viver um sentimento de rejeição:
 
“É impossível passar levemente por uma rejeição, pois naturalmente isso acarreta sempre algum desconforto” e, segundo o mesmo especialista na área da psicologia, “ainda bem que libertamos esse sentimento”, no entanto, não devemos entrar em processos autodestrutivos que nos prejudicam, pelo que não devemos:
 
Remoer factos e eventos tentando encontrar culpados ou erros;
 
Isolar-se dos amigos e da vida social;
 
Desejar ou planear uma vingança caso ache que a culpa é da outra pessoa;
 
Criticar-se ou punir-se por ter sido rejeitado;
 
Contar a história a toda a gente numa tentativa de envenenar a perceção dos outros sobre quem o rejeitou;
 
Procurar precocemente outras pessoas para não sentir o impacto negativo da perda.
 
Todos assumimos que o processo não é fácil, que pode demorar algum tempo, mas se pensarmos na aprendizagem que retiramos da situação, tudo será facilitado. Siga estas dicas, faça a sua reflexão e, quando se sentir preparado, siga em frente, ao seu ritmo, com os seus argumentos e força interior.
 
Fátima Fernandes