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O impacto das redes sociais na saúde mental

O impacto das redes sociais na saúde mental
O impacto das redes sociais na saúde mental  
Foto - Freepik
As redes sociais chegaram para ficar, contudo, podem desencadear ansiedade e depressão.

Segundo os investigadores, o segredo para utilizar positivamente esse recurso é tomar consciência da sua importância nas nossas vidas, gerir o tempo de uso diário, assumir aquilo que se quer mostrar e ser e, acima de tudo, encontrar as nossas próprias razões para recorrer a esta forma de comunicação à distância, pois estar permanentemente à espera da aprovação dos outros e à procura de “gostos”, desencadeia um conjunto de emoções negativas que afetam a nossa qualidade de vida, bem-estar e saúde mental.
 
Quer se trate da comparação contínua com outras pessoas ou da exposição a conteúdos negativos, as redes sociais podem desencadear uma variedade de emoções, que conduzem à ansiedade e depressão, pelo que, reconhecer a influência dessas plataformas é crucial para preservar o bem-estar emocional.
 
Segundo a página de dados do Statista, estima-se que até ao final de 2024, haverá 5,17 bilhões de utilizadores em plataformas como Facebook, X, Instagram, TikTok e YouTube, o que representa quase 63% da população mundial. Apesar da forte adesão, é importante ter em conta alguns riscos associados a uma utilização indevida e pouco esclarecida que pode comprometer a satisfação perante a vida e a saúde mental de quem reserva uma boa parte do seu tempo ligado ás redes.
 
Os cientistas listaram um conjunto de prejuízos que a má utilização das plataformas digitais pode desencadear:
 

1. Baixa autoestima e alteração da autoperceção

O cyberbullying e os comentários negativos podem levar à baixa autoestima dos adolescentes, mas também dos adultos mais vulneráveis.
 
Navegar nas redes sociais é abrir uma porta para um mundo de aparente perfeição, felicidade e padrões de beleza inatingíveis. Cada imagem cuidadosamente editada e atualização de status parecem transmitir uma narrativa de sucesso e realização pessoal. Mas, na maioria dos casos, são realidades distantes da nossa.
 
Quando não temos uma boa autoestima, a comparação social prejudicial pode afetar a perceção que temos de nós mesmos, podendo levar a sentimentos de inadequação, inveja e insegurança, o que deteriora a autoestima e o bem-estar mental.
 
De acordo com um estudo publicado na revista Addictive Behaviors, que envolveu 23.592 pessoas, «o uso excessivo e viciante das redes sociais está relacionado com o narcisismo e a baixa autoestima». Um problema ligado à necessidade de atenção e validação, e que costuma afetar mais as mulheres jovens e solteiras.
 

2. Ansiedade e medo de perder algo que possa estar a acontecer

Os especialistas resumem este problema como uma ansiedade gerada pela necessidade de estar sempre ligado e atento às notificações e a tudo o que se passa nas plataformas digitais, pelo medo de poder estar a perder algo importante, ou que os outros saibam mais do que a própria pessoa. Este problema leva a que o utilizador esteja em permanente estado de alerta, que não consiga descansar e a desenvolver um vício por estas ligações virtuais, com consequências no sono e na sua qualidade, dificuldades de concentração, ansiedade, depressão, insatisfação perante a vida e a comportamentos obsessivos.
 

3. Dependência e vício

A dependência das redes sociais manifesta-se em comportamentos como a necessidade compulsiva de verificar frequentemente as notificações, permanecer online por longos períodos de tempo e a sensação de mal-estar ou ansiedade quando não é possível aceder à internet. Esta dependência, aos poucos, vai afetando a qualidade de vida, prejudicando o contacto presencial com outras pessoas, dificultando a concentração e a vontade de trabalhar, de conviver e de fazer atividades que não envolvam equipamentos digitais e requer que a pessoa peça apoio especializado, no caso, um psicólogo.
 

4. Isolamento social e desconexão

O uso excessivo das redes sociais pode levar a uma diminuição na quantidade e na qualidade do tempo que passamos com amigos e entes queridos no mundo real. Em vez de interagir com as pessoas ao nosso redor, acabamos por ficar presos aos ecrãs, perdendo oportunidades valiosas de conexão genuína e apoio emocional.
 

5. Esgotamento e fadiga mental

A exaustão mental pode manifestar-se numa crescente dificuldade de concentração, falta de motivação e sensação geral de cansaço. Por sua vez, a exposição constante às redes sociais pode interferir no nosso sono, agravando ainda mais o cansaço mental e físico.           
 
Se sinalizou algum destes pontos, não hesite em pedir ajuda, pois caso contrário, estará a cultivar inúmeros prejuízos para a sua saúde mental e a impedir que a sua vida flua de forma agradável e satisfatória e, já agora, lembre-se de que, há muitas emoções positivas para viver fora das plataformas digitais e, que, com moderação e equilíbrio, terá tempo para tudo!