Economia

Lançada primeira pedra do centro tecnológico do Autódromo Internacional do Algarve

 
O Autódromo Internacional do Algarve (AIA) e a Universidade do Algarve (UAlg) lançaram hoje a primeira pedra do edifício do parque tecnológico, obra de 3,4 milhões de euros para o desenvolvimento nas áreas da mobilidade, energia e sustentabilidade.

“Trata-se de um enorme desafio”, daquele que é o primeiro edifício no Algarve “a albergar empresas relacionadas com a tecnologia da indústria automóvel e também das energias renováveis”, disse o presidente do Celerator, Paulo Pinheiro, associação promotora do projeto.
 
O novo equipamento de investigação e desenvolvimento tecnológico, designado por Celerator, vai ficar situado num terreno junto ao Autódromo Internacional do Algarve, e abrangerá numa primeira fase uma área superior a 2.000 metros quadrados.
 
Durante a apresentação do projeto, o responsável da Celerator e diretor do AIA elencou o desenvolvimento dos combustíveis sustentáveis e sintéticos, o hidrogénio verde e a segunda vida das baterias “como as áreas prioritárias para o novo centro”.
 
“Ouvimos todos os dias falar da questão da pegada ecológica e, na nossa opinião, o futuro passa por novas formas de mobilidade com a não emissão de C02 e o desenvolvimento de motores de combustão interna com combustíveis sintéticos”, disse o responsável.
 
Segundo Paulo Pinheiro, “é neste setor que o novo centro irá fazer a aposta ecológica com a realização de parcerias com as marcas que utilizam" o Autódromo do Algarve, já que as equipas de competição de automóveis e motos são utilizadores naturais do novo parque tecnológico, "pois desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de novas soluções e tecnologias".
 
O responsável adiantou aos jornalistas à margem da apresentação do parque tecnológico, que “existem já conversações muito avançadas” com um construtor automóvel para que toda a parte dos combustíveis sintéticos de motores de combustão interna seja feita no centro algarvio.
 
Um outro vetor apontado como essencial, tem a ver com a segunda vida das baterias de todos os carros elétricos e híbridos que circulam atualmente, “um dos problemas que se vai colocar à sociedade daqui a alguns anos”.
 
“São baterias que acabam por ficar sem utilização nos carros e precisam de uma segunda vida, porque continuam a ter potencial elétrico para outros fins, como por exemplo, para armazenar energia produzida por painéis solares em casas de habitação”, notou.
 
Paulo Pinheiro referiu ainda que o objetivo inicial do novo centro é albergar cinco empresas “maduras, de elevado nível tecnológico e de conhecimento, podendo no futuro ser alargado a sete empresas no máximo”.
 
“Neste momento, posso revelar que estamos numa posição privilegiada com empresas que já estão a testar novas tecnologias que chegarão ao mercado daqui a cinco, seis anos”, concluiu.
 
Por outro lado, o reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas, realçou a importância da parceria com o AIA, classificando o projeto “como estruturante para a região e para um ambiente mais sustentável”.
 
Para o responsável da academia, o equipamento vai permitir trazer empresas para desenvolverem a sua atividade e, “ao mesmo tempo, permitir que equipas da Universidade do Algarve interajam com essas empresas para o desenvolvimento de tecnologia”.
 
“Temos cada vez mais a interagir com o meio empresarial e este é um bom exemplo”, destacou.
 
Por outro lado, adiantou, a parceria com o AIA pode constituir uma grande vantagem para a academia, pois é uma forma de atrair mais estudantes e de permitir a candidatura a mais projetos.
 
Já o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, classificou o projeto como essencial para o Algarve no domínio dos desafios da transição climática “e que deve ser visto com ambição”.
 
“Precisamos de atrair investimentos e conhecimento a todos os níveis, sendo este projeto uma forma de trazer empresas com grande potencial para esta área do barlavento do Algarve”, concluiu.
 
A construção do Celerator vai custar 3,4 milhões de euros, comparticipado em parte por fundos comunitários, e deverá ficar concluído até ao final do ano.
 
Lusa