A 7a edição do ALUT - Algarviana Ultra Trail arranca esta quinta-feira, 28 de novembro, em Sagres e percorre 308 quilómetros de trilhos até Alcoutim. Mais de uma centena de atletas estão inscritos para atravessar nove concelhos da região, com um limite de 72 horas para completar aquela que é a mais dura prova do género, realizada em Portugal.
Para a organização, a cargo da Algarve Trail Running, mais de 30% dos participantes inscritos, vêm de fora de Portugal, nomeadamente de Espanha, Reino Unido, França, Bélgica, Polónia e até da China. Este é também o ano com mais mulheres atletas inscritas.
A escolha das datas, 28 novembro a 1 de dezembro, não foi ao acaso. Nas palavras de Bruno Rodrigues, diretor da prova, “desde 2017 que o objetivo principal da prova é combater os efeitos da sazonalidade na região. Numa altura do ano considerada época baixa, reunimos todas as condições para a prática desportiva ao ar livre, quando toda a Europa se encontra já sob condições climatéricas extremas e adversas. Adicionalmente, todo o percurso desenvolve-se na zona interior da região Algarvia por territórios de baixa densidade, onde muitas vezes os turistas não chegam.”
Estima-se que o contributo do ALUT para a economia local se situou nos 55 mil euros na edição de 2023. No ALUT, os atletas esperam atravessar 9 concelhos da região algarvia: Alcoutim, Castro Marim, Tavira, São Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos e Vila do Bispo. Para fazê-lo em segurança, contam com 10 bases de vida espalhadas ao longo do percurso, onde encontram alimentação variada e muitos produtos típicos da região confecionados pela população local. Aqui, os atletas podem ainda tomar um duche, descansar ou até mesmo dormir.
No que respeita ao dispositivo de socorro, existe um vasto dispositivo de segurança no evento e em permanência, de forma a garantir a primeira intervenção em caso de necessidade. Todos os atletas têm geolocalizadores que podem não só acionar sinais de alerta, como também permitem ao público acompanhar em tempo real, no website da prova, a sua localização no percurso e deslocar-se aos locais para os poder apoiar.
Esta é uma prova onde a competição entre atletas está em segundo plano. Bruno Rodrigues explica que “o maior desafio é o desafio pessoal e a organização está presente para ajudar a cumprir o sonho que é cruzar o Algarve, do mar ao rio Guadiana. Conhecemos os atletas e os seus acompanhantes pelo nome e estamos junto deles dia e noite para tudo o que precisarem. Escusado será dizer que, à chegada ou em caso de desistência, cada lágrima derramada por ou atleta é sentida como nossa. Criam-se laços de amizade eternos, companheirismo e histórias eternas. Como os próprios atletas expressam: o ALUT não se explica, sente-se!”.
Nesta 7ª edição, o ALUT está ainda mais desafiante, fruto de uma alteração no percurso para que os atletas possam chegar aos 3 pontos mais elevados do Algarve, impondo uma dificuldade extra. É também novidade a aposta na sustentabilidade e na redução de emissões e de resíduos através da optimização das deslocações e da eliminação total de plásticos descartáveis nos abastecimentos.