A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão, comemorou este domingo o 93.º aniversário, com a inauguração oficial das obras de ampliação do Quartel-sede, presidida pela Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
A cerimónia contou ainda com a entrega de meios e recursos à corporação, com destaque para os equipamentos de proteção individual aos ‘soldados da paz’, e a inauguração de meios de intervenção aquática, nomeadamente uma lancha semi-rápida e três botes.
As obras de ampliação do Quartel-sede, que representaram um investimento de 625 mil euros, foram financiadas pelo Fundo de Coesão em 85%, tendo a componente nacional (15%) sido suportada pelo Município de Portimão (94 mil euros). Os trabalhos suplementares foram suportados pela Associação Humanitária.
Mesmo sob alguma chuva que foi caindo no início da cerimónia, os bombeiros seguiram à "risca" o protocolo.
Na comemoração dos 93 anos da Associação Humanitária, a Presidente da Câmara de Portimão realçou que a ampliação do Quartel-sede, «é uma obra que os bombeiros precisavam», destacando o apoio que a autarquia tem vindo a dar aos Bombeiros nos últimos 5 anos, «só em 2019, são investidos 2 milhões de euros».
A autarca reafirmou que a Proteção Civil de Portimão está hoje, «à altura dos desafios que se colocam», elogiando o trabalho dos operacionais, da Direção, mas também do Comandante e Coordenador Municipal de Proteção Civil - Richard Marques.
Segundo Isilda Gomes, os investimentos que a autarquia tem feito, «reforçam também a economia local, já que os cidadãos e turistas sentem-se seguros, atraindo mais visitantes ao concelho».
A edil reconheceu que os operacionais de Portimão têm «equipamentos individuais de luxo», que representam 8 mil euros por elemento, respeitante a 3 equipamentos para florestas e 2 para meio urbano, «porque queremos que os bombeiros, estejam seguros no desempenho das suas funções, se estes homens e mulheres não se sentem seguros, como poderão dar segurança a todos nós?», enfatizou.
Na mesma comunicação, Isilda Gomes dirigiu-se à Secretária de Estado, sobre a necessidade da corporação adquirir uma nova auto-escada que responda às especificidades da cidade de Portimão, com edifícios de grande volumetria, como acontece por exemplo na Praia da Rocha, referindo que o investimento na Proteção Civil, «não pode recair, principalmente na esfera dos Municípios, mas mais no Estado e Municípios», defendendo que os Fundos Comunitários deveriam dar prioridade à Proteção Civil.
Patrícia Gaspar deu os parabéns aos Bombeiros Voluntários de Portimão pelo trabalho de resposta que têm dado à população, principalmente na fase mais crítica do ano, «onde é preciso dar atenção à floresta mas também à população que aumenta exponencialmente nos meses de Verão».
A Governante prometeu que o Ministério da Administração Interna, irá reunir com todos as entidades ligadas à Proteção Civil, «de forma a que sejam criados novos modelos e novas formas de financiamento».
A Secretária de Estado, reconheceu a atenção que o executivo municipal tem dado à corporação, referindo tratar-se «de um exemplo de boas práticas a nível nacional», reforçando que «quanto melhor funcionar o nível Municipal, melhor funcionará a Proteção Civil, com Portimão a ser um exemplo a seguir».
Ao Algarve Primeiro, Richard Marques, comandante dos Bombeiros de Portimão anotou que, «em 2014 compilámos um importante projeto de tentar relacionar os meios e recursos que temos disponíveis com aquilo que são os riscos identificados pelo Plano Municipal de Proteção Civil», neste sentido, «o que temos tentado fazer é que o Corpo de Bombeiros tenha a capacidade de resposta seja em qualificação dos recursos humanos, seja em termos de meios operacionais disponíveis, seja no funcionamento e na disponibilidade permanente, para que possa responder aos riscos que estão identificados».
O responsável realçou a aquisição do material aquático, porque, «quando estamos a falar numa intervenção no Plano de Água, não estamos só a falar sobre a intervenção marítima, porque aí, a Autoridade Marítima tem a jurisdição, estamos a falar de 3 botes que permitem, em situações de cheias rápidas no perímetro urbano, projetar 3 equipas para começar a fazer resgate». O comandante evidenciou ainda que, «temos tentado não só responder ao elementar, mas ao combate a incêndios florestais, combate a incêndios urbanos, como também ao que sabemos que pode acontecer na sequência de um Tsunami ou de outro tipo de catástrofe, para podermos alinhar com os meios que temos».
Richard Marques realçou ainda a importância da aquisição de um veículo-escada, uma vez que, «o nosso está com quatro décadas de vida e já não corresponde às exigências das novas tecnologias». Ao mesmo tempo, «este veículo-escada tem 30m, quando estamos a falar de edifícios na Praia da Rocha com 90 metros de altura, é uma preocupação que temos de resolver», uma vez que, «temos de ter um equipamento que possa estar adequado a estas caraterísticas urbanas».
Ao nosso jornal, salientou a importância da nova lancha semi-rápida que chegou à corporação e que «vem dar resposta a novas necessidades e realidades, com capacidade de fazer combate a incêndios, com apoio ao mergulho, resgate e transporte».
No dia do 93º aniversário, a corporação também recebeu um autocarro para transportar a Fanfarra que resulta «de uma parceria com a Transol, em que nós demos formação a todos os funcionários e, em contrapartida, eles ofereceram-nos o autocarro». A caracterização da viatura contou com o apoio do Boa Esperança e, «vem revolucionar a qualidade da mobilidade do corpo de bombeiros». Na posição de Ricahrd Marques, «para além da Fanfarra, temos muitas atividades da Escola de Cadetes e Infantes, para além de termos intervido muito naquilo que são os grupos de reforços externos, pelo que, é totalmente diferente transportar os bombeiros com este conforto, do que fazer o mesmo transporte em veículos de combate».
Para rematar, o mesmo responsável evidenciou também os Equipamentos de Proteção Individual que têm vindo a ser entregues aos bombeiros, isto porque, «desde 2014 que, o Município assumiu que quer os seus bombeiros devidamente protegidos e bem equipados para as diversas áreas de intervenção». Neste sentido, «iniciámos com o EPI Florestal, passámos pelo Urbano e, neste momento, cada bombeiro dispõe daquilo que é a proteção adequada para qualquer tipo de risco».