Sociedade

Portimão cidade europeia da Proteção Civil

 
 
 
 
O projeto #EUSavesLives chegou ontem a Portugal pela primeira vez, e estará em exposição no centro comercial Aqua Portimão, até 11 de agosto das 11h00 às 22h00, no Piso 0.

 
A iniciativa promovida pela União Europeia pretende alertar para as temáticas da proteção civil e catástrofes naturais, através de diversas tecnologias interativas de realidade virtual.
 
Durante dez dias, Portimão junta-se à União Europeia para acolher este projeto inovador, na paragem final da segunda edição da exposição que percorreu diversos países desde fevereiro.
 
Na inauguração estiveram presentes Isilda Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Christos Stylianides, Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crise, Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, Francisco George, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e o Sargento Sérgio Vieira da GNR, que relatou alguns episódios que vivenciou em missões da "Frontex" - Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas.
 
A atriz Miriam Vieira também se juntou ao momento para revelar a experiência «difícil e comovente» que protagonizou para uma telenovela representado o drama dos refugiados.
 
A exposição #EUSavesLives é um espaço lúdico e dinâmico, onde o visitante tem oportunidade de experimentar tecnologias altamente envolventes que transportam para locais no mundo em contextos de risco, sociais e naturais. Apagar um incêndio numa floresta em Itália, participar numa aula num dos maiores campos de refugiados do mundo e compreender a realidade diária de um campo de refugiados no Bangladesh, são as três experiências que estarão disponíveis na exposição de entrada livre e aberta ao público em geral.
 
No âmbito desta iniciativa, Christos Stylianides, esteve em Portimão nos dias 1 e 2 de agosto, para um conjunto de visitas, contactando com cidadãos, culminando com a inauguração da exposição #EUSavesLives.
 
No primeiro dia o Comissário acompanhado por Isilda Gomes, visitou o Centro Municipal de Proteção Civil e Operações de Socorro, onde se encontra instalado o posto de controlo do sistema de aviso à população para o risco de tsunamis que está a ser instalado na costa de Portimão, tendo sido apresentados os esforços portugueses para montar sistemas de aviso e alerta e medidas de prevenção. O Comissário passou ainda pelo quartel dos bombeiros, cujos trabalhos de melhoria em curso são financiados pelo fundo de coesão da União Europeia.
 
O representante da Comissão foi também um dos oradores do "Diálogo com os Cidadãos" sobre proteção civil e o rescEU, em conjunto com o Ministro Eduardo Cabrita, a autarca Isilda Gomes e o Coordenador Municipal de Proteção Civil Richard Marques. 
 
No segundo dia participou com a restante comitiva portuguesa em várias visitas na freguesia de Mexilhoeira Grande, nomeadamente à Zona de Concentração e Apoio à População, aos trabalhos de prevenção estrutural no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios à implementação no concelho dos Programas "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras" aos meios e recursos do dispositivo de resposta, posicionados em locais estratégicos, recursos tecnológicos de comando e controlo, bem como de apoio à decisão.
 
 
Na inauguração da exposição, Francisco George, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, enalteceu a modernização e a evolução da Proteção Civil em Portugal, reforçando o papel «determinante dos Municípios, quer na obtenção, quer na coordenação dos meios de resposta».
 
O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, destacou, por seu lado, que desde que tomou posse, a grande missão «é salvar vidas», o Governante disse que depois de dezenas de anos de serviço público, a experiência trágica dos incêndios de 2017 em Portugal, foi algo que jamais esquecerá, contribuindo para o desígnio nacional, que é salvar vidas.
 
Eduardo Cabrita revelou que 3 dias após os incêndios desse ano, visitou os locais por onde passou o fogo, contactando com famílias afetadas, ainda antes de ter sido nomeado Ministro da Administração Interna, «aí senti o drama dessas famílias, que falaram comigo abertamente, demonstrando a sua fragilidade e incapacidade em fazer frente a tamanha catástrofe, com perda de vidas humanas».
 
O Governante frisou que a ideia de uma Europa solidária «é fundamental», no apoio ao desenvolvimento na educação na saúde ou nas infraestruturas básicas, «por isso Portugal é um dos países com maior entusiasmo, na participação do projeto europeu».
 
Na vertente humanitária, Eduardo Cabrita confirmou que Portugal tem sido um parceiro disponível nas missões europeias, destacando o empenho das forças de segurança portuguesas (GNR, Polícia Marítima e SEF), «que salvam vidas no Mediterrâneo». 
 
Christos Stylianides, reforçou que a iniciativa em Portimão «não foi acidental, mas simbólica, porque é o reconhecimento da contribuição fundamental de Portugal, ao longo de muitos anos, para com o nosso sistema europeu de resposta a catástrofes».
 
O responsável disse tratar-se «acima de tudo, de uma homenagem a todas as vítimas dos incêndios dos últimos anos, e para todos os socorristas, que arriscam a vida para salvar vidas». Com a experiência de outubro de 2017 em Portugal, a Europa despertou para uma opção de resposta aos desastres naturais, pelo que nesse sentido foi criado rescEU. o novo sistema da UE de modernização da Proteção Civil, já em ação.
 
Na criação desta resposta, Christos Stylianides agradeceu às autoridades portuguesas e em particular, ao Primeiro-ministro António Costa, «pelo seu apoio total durante este processo».
 
No final da cerimónia, Isilda Gomes não escondeu «a satisfação e o orgulho de Portimão ter sido uma das cidades escolhidas para acolher este projeto». A autarca confidenciou ao Algarve Primeiro que, «a responsabilidade pela Proteção Civil Municipal cabe ao presidente de câmara, razão pela qual, tenho sempre de avaliar muito bem todos os aspetos que envolvem esta realidade».
 
Referiu que «o trabalho no terreno é feito e bem concretizado pelos operacionais, mas toda a estrutura que envolve a Proteçao Civil está a meu cargo, o que quer dizer que, quando me pedem para fazer algum investimento, tenho de ponderar muito bem a sua utilidade e, ao mesmo tempo, ter a certeza de que dispomos dos meios necessários para poder responder de forma eficaz em caso de necessidade».
 
Dando como exemplo o investimento de 2 milhões que foi canalizado para a Proteçao Civil Municipal, a autarca sublinhou que «quando me indicaram a necessidade de comprar 4 barcos de salvamento, entre os quais um de grandes dimensões, fiquei a pensar se seria mesmo necessário, mas ao mesmo tempo, não tive dúvidas, pois não se pode colocar o cenário de não se salvar uma vida por falta de meios. Esta é a minha linha de orientação; é a minha base de trabalho».
 
Relativamente à escolha de Portimão para esta visita do Comissário Europeu e para acolher esta exposição, a autarca diz-se «feliz por ver este nosso trabalho reconhecido», acrescentando que, «é sempre um grande orgulho saber que fomos escolhidos num universo tão alargado e, ao mesmo tempo, termos colhido tantos elogios face ao trabalho que temos desenvolvido».