Sociedade

Montenegro já tem a Rua Drª Maria Amélia Campos Coroa

 
No âmbito das comemorações do dia da Cidade de Faro, a autarquia enalteceu Maria Amélia Campos Coroa, professora e atriz de Teatro que muito contribuiu para a valorização da cultura no Algarve.

 
Ao Algarve Primeiro, o autarca Rogério Bacalhau explicou as razões pelas quais o executivo farense decidiu atribuir uma placa toponímica a Maria Amélia Campos Coroa. “Porque é justo, porque é uma grande senhora, uma grande artista que deixou uma marca muito vincada em todos aqueles que tiveram o privilégio de contactar com o seu talento e as suas qualidades humanas. Eu tive o prazer de me cruzar algumas vezes com a Maria Amélia e são muitos os relatos que ouço de pessoas que tiveram oportunidade de conviver mais de perto com esta grande figura que muito enriqueceu a cultura da nossa cidade”.
 
Rogério Bacalhau realçou a importância de “perpetuar a memória de Maria Amélia Campos Coroa e de possibilitar às gerações vindouras a possibilidade de saberem mais acerca do seu percurso e talento”.
 
No ato de descerramento da placa toponímica que agora dá o nome a uma das artérias de Montenegro, o edil farense manifestou a sua intenção de “podermos para muito em breve continuar esta merecida homenagem com a criação de uma sede com as devidas condições para o Grupo de Teatro Lethes, que dá continuidade ao grupo co-fundado por Maria Amélia Campos Coroa”.
 
Rogério Bacalhau sublinhou que “todo o executivo aprovou esta singela homenagem por unanimidade como forma de reconhecimento por todo o legado que esta senhora nos deixou fosse no Teatro, fosse na escola, fosse na vida quotidiana”. 
 
Para nós, “é fundamental que todos possam saber quem é Maria Amélia e isso será possível através da placa que aqui deixamos hoje, que é uma forma de perpetuar precisamente esse reconhecimento”, sustentou o autarca.
 
Na cerimónia estavam presentes familiares da artista e professora. O nosso jornal falou com um dos filhos com vista a tentar saber mais acerca desta homenagem. 
 
 
O médico Emílio Campos Coroa disse que “a minha mãe era um reflexo de luminosidade no olhar e de uma grande bondade. Para mim é um privilégio enorme assistir a este reconhecimento por parte da autarquia, uma vez que o meu pai já tem uma placa toponímica, o meu tio também dá o nome a uma rua da cidade de Faro, agora chegou a vez da minha mãe ficar com a sua memória perpetuada desta forma”.
 
Emílio Campos Coroa disse ao Algarve Primeiro que, “a minha mãe ultrapassou tempos muito difíceis na altura em que queria dar voz ao seu trabalho, pois era um tempo de muita repressão devido ao regime político vigente na época. Foram muitas as vezes em que os ensaios do Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve cuja criação esteve a cargo de um grupo de pessoas, entre elas, os meus pais, aconteceram como ensaio-geral e sob vigilância da PIDE”.
 
O médico disse ainda que, “o grupo realizou centenas de espetáculos e deu vida a muitos momentos culturais na cidade de Faro e em todo o Algarve, mas muitas vezes em condições muito difíceis devido à censura”.
 
Emílio Campos Coroa realçou que, “é importante conhecer-se as condições em que se era artista nesta época para melhor se compreender esta homenagem e o significado que a mesma tem para este grupo de pessoas, algumas ainda entre nós, felizmente”.
 
Maria Amélia Campos Coroa nasceu em 1924, tendo falecido em 2011.