Sociedade

Comissão de Utentes da Via do Infante promete buzinão no dia em que o Algarve ficar livre de portagens

João Vasconcelos (Facebook)
João Vasconcelos (Facebook)  
A Comissão de Utentes da Via do Infante congratula-se pela aprovação da eliminação das portagens no Algarve, referindo que triunfou a justiça, dando os parabéns aos utentes e populações.

Em comunicado, lembra que foram 14 anos de luta para um Algarve livre de portagens, depois de terem sido implementadas no dia 8 de dezembro de 2011 pelo Governo PSD/CDS com o apoio do PS, e que «os partidos do atual Governo, PSD e CDS, continuam a trair o Algarve, mas foram derrotados no Parlamento». 
 
Com as portagens, a Comissão fala de consequências que «foram muito nocivas e trágicas para muitas famílias: centenas de vítimas, entre mortos e feridos, nos milhares de acidentes rodoviários que ocorreram na EN125 (ainda não totalmente requalificada), uma das vias mais perigosas do país e considerada a “estrada da morte”; a mobilidade na região regrediu mais de 20 anos e agravaram-se as desigualdades económicas, sociais e territoriais; o Algarve perdeu competitividade económica em relação à vizinha Andaluzia; muitas empresas faliram e o desemprego aumentou; muitos utentes, por não poder pagar portagens, sujeitaram-se ao trânsito infernal durante horas a fio na EN125; outros, viram os seus magros rendimentos diminuir pelos pagamentos das taxas de portagem; a concessionária privada, através de uma PP ruinosa para o Estado, viu os seus bolsos encherem com largas dezenas de milhões de euros à custa dos contribuintes que somos todos nós».
 
Em jeito de balanço, diz que ao longo dos anos, levou a efeito «muitas dezenas» de marchas lentas e buzinões na EN125, na A22 e sobre a Ponte Internacional do Guadiana; reuniões, encontros e debates com o ainda Governo Civil, Câmaras Municipais, AMAL, NERA e outras entidades sociais, empresariais e sindicais; foram apresentadas duas petições à Assembleia da República com milhares de assinaturas; foram promovidos dois Fóruns Algarve-Andaluzia; tiveram lugar cordões humanos e marchas a pé; foram constituídas três plataformas de luta anti-portagens e dois manifestos regionais envolvendo o Motoclube de Faro, o Movimento com Faro no Coração, o Movimento “Algarve – Portagens na A22 Não”, a USAL/CGTP e outras entidades regionais; foi constituída uma Comissão Transfronteiriça Luso-Espanhola Anti-Portagens envolvendo a CUVI; ocorreram durante o verão “cercos” às casas de férias do 1.º ministro e do Presidente da República; foram dezenas as conferências de imprensa realizadas, entre outras iniciativas, algumas envolvendo utentes espanhóis e o Ayuntamiento de Ayamonte.
 
A Comissão de Utentes diz que continuará atenta e que não «descansará enquanto não for aprovada a lei final para acabar de vez com as portagens no Algarve, com alguma celeridade, ainda na presente sessão legislativa».  
 
Assinala ainda que o primeiro dia livre de portagens no Algarve, será assinalado com um «forte buzinão» em todo o percurso da Via do Infante.