Trabalhadores do setor da hotelaria e turismo manifestaram-se esta terça-feira, contra os baixos salários que auferem e a degradação das condições de vida.
Segundo o Sindicato da Hotelaria do Algarve, em 2022, as receitas totais do turismo em Portugal, superaram os 21 mil milhões de euros, mais 15% que o registado em 2019, período anterior à pandemia quando País alcançou recordes históricos.
Apesar dos resultados divulgados, os sindicalistas referem que mais de metade dos trabalhadores do ramo da hotelaria recebe o salário mínimo nacional de 760 euros, levando para casa cerca de 676 euros.
O sindicato adianta em comunicado, que perante os lucros obtidos pelas empresas, "é necessário e possível", um aumento salarial de 10%, com um mínimo de 100 euros.
Queixam-se dos ritmos de trabalho "alucinantes", dos horários de trabalho desregulados e alterados unilateralmente pelos patrões. Defendem a existência de horários dignos e regulados, de forma a permitir a conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar.
Criticam a proposta de aumento do número de horas de trabalho diário de 8h para as 10h e de 50 a 60 horas por semana, quando "se impõe é a sua redução para 35 horas semanais".
Recusam a tentativa de retirada da alimentação, quando é obrigatória no setor e acusam o patronato de "sistematicamente" ter "boicotado" as negociações com os sindicatos mais representativos.