A requalificação da EB 2,3 D. Dinis em Quarteira inaugurada esta sexta-feira, é o maior investimento em equipamentos educativos no Algarve. O investimento do Município Louletano foi de 6,5 milhões de euros com confinanciamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Portugal 2020, ao abrigo do Programa Operacional CRESC Algarve 2020.
O anterior edifício criado em 1985, que se encontrava em avançado estado de degradação, sofreu uma intervenção profunda. Para levar por diante esta obra, o Município celebrou um protocolo com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, onde a autarquia ficou responsável pela execução da empreitada, instalação de mobiliário, material didático, equipamento e execução dos acessos e infraestruturas de suporte ao funcionamento da escola, que tem agora 24 salas de aula, 2 salas de Educação Visual e Tecnológica, 1 sala de Educação Visual, 2 salas de Tecnologias da Informação e Comunicação, 2 salas de Música, 2 laboratórios, uma sala polivalente e refeitório, centro de recursos, gabinete médico e de psicologia, entre outras valências. Facto importante é que a climatização das salas, é feita com recurso a painéis solares e fotovoltaicos.
O primeiro-ministro António Costa, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, entre muitos outros convidados, não faltaram à inauguração, rodeada de muitos professores, funcionários e alunos.
Vítor Aleixo, felicitou os funcionários e professores, mas também alunos e pais, «porque aguentaram, durante muito tempo um período difícil, em que decorreram as obras. Foi incómodo, estiveram em contentores e alguns disseram até que gostaram porque o estado de degradação da antiga Escola D. Dinis era de tal ordem, que até soube bem a estes jovens ocuparem contentores novos». Facto curioso lançado pelo autarca, é que a "matéria-prima" que requalificou a escola, resultou do material sobrante da demolição das antigas instalações. «Isto é o primeiro grande exemplo, de uma obra pública feita no concelho de Loulé, de acordo com as novas políticas da Economia Circular», realçou.
O edil salientou que para se chegar à inauguração, foi preciso muito tempo, muita paciência, burocracia e alguns contratempos. «O mundo não é mais aquilo que era há 30 ou 40 anos, complexificou-se, pois a entidades envolvidas desde o momento em que se sonha o investimento público, até ao momento em que ele se executa, são inúmeras, como são inúmeros os processos, consultas, pareceres, até os concursos que se abrem e não chegam ao fim ou que chegam ao fim mas o empreiteiro diz não ter condições financeiras para realizar a obra, como aconteceu com esta escola, e temos de voltar a realizar tudo de novo, isso faz com que as obras levem mais tempo do que aquilo que nós gostaríamos», confidenciou.
Vítor Aleixo realçou também as 52 nacionalidades representadas na EB 2,3 D. Dinis: «posso dizer que a população estrangeira no concelho de Loulé já representa 22% da população, e nós queremos ser uma terra de acolhimento, onde as pessoas possam realizar o seu potencial e serem aqui felizes, contribuir para a nossa economia, combater a nossa perda demográfica, e nessa medida, as nossas políticas municipais são também orientadas para acolher e integrar essas pessoas», admitiu.
O ministro da Educação, falou de um dia muito importante para a Freguesia de Quarteira, lembrando que esteve presente na inauguração do Conservatório de Música de Loulé - Francisco Rosado. «Tenho de agradecer à Câmara Municipal de Loulé, que tem posto a Educação nas suas prioridades, é verdade que temos feito muito trabalho quer com o Conservatório de Loulé, e agora com a reconstrução desta escola, revela o que temos feito com as autarquias, são mais de 700 requalificações que fizemos um pouco por todo o país, aproveitando os fundos comunitários, da Parque Escolar e do Ministério da Educação, mas sempre trabalhando com os Municípios. Recordo que temos uma descentralização em curso que já dá resultados e o que acontece com Loulé, é a prova viva de que vale a pena». Tiago Brandão Rodrigues falou também do abandono escolar com números animadores: «eu que sou de um território mais pequeno, lembro-me que quando tinha 12 anos, passei para o 7º ano, um terço da minha turma não seguiu os estudos, hoje responsavelmente todos ultrapassámos esse momento e em vez de termos 45% de abandono escolar, como acontecia em 2002, temos neste momento 5,2% e já ultrapassamos muito os compromissos que tínhamos com a Europa», destacou.
Finalmente, António Costa frisou que a escola são as pessoas que a fazem, «mas fazem melhor quando têm melhores instalações e por isso, este contributo da autarquia foi absolutamente decisivo, para que esta escola possa hoje ter condições como a antiga não tinha. É fundamental que todos se possam juntar, de forma a melhor podermos articular os recursos, a existência do Conservatório de Música de Loulé, permite que o ensino articulado da música posse existir também aqui nesta escola, a relação com esta comunidade tão diversa com 52 nacionalidades diferentes, é possível, porque a escola tem autonomia, tem flexibilidade e tem estas janelas abertas à comunidade, e isto é algo que é absolutamente central», concluiu.