112

Interior do concelho de Loulé conta com moderna unidade avançada de Proteção Civil

 
O Município de Loulé inaugurou a Unidade Avançada de Proteção Civil, em Vale Maria Dias, em plena Serra do Caldeirão, assumindo-se como um importante apoio na prevenção, primeira intervenção e combate aos fogos florestais.

Conforme refere a autarquia em nota divulgada, é ao quilómetro 704 da Estrada Nacional N2 que se encontra o edifício que, pela sua localização estratégica numa das principais manchas florestais do Algarve, mais sensível aos incêndios, serve uma extensa área. Foi a pensar na defesa dos aglomerados populacionais dispersos, da riqueza ao nível da flora e fauna e do património natural e geológico que foi criado este espaço, “uma enorme mais-valia para o trabalho da Proteção Civil”, como sublinhou o autarca Vítor Aleixo.
 
Tratou-se de um investimento de meio milhão de euros, com a aquisição do imóvel e obras de remodelação e ampliação.
 
O espaço integra dois edifícios com diversas valências de apoio. Um deles é composto por gabinetes técnicos, dotados de meios e recursos para a atividade diária mas que poderão também converter-se em duas células distintas (Situação e Gestão de Emergência e Coordenação de Comando e Controlo). Isto caso haja a necessidade de materializar um posto comando conjunto para os diversos agentes de proteção civil, por exemplo se houver acidente grave ou uma catástrofe, como explicou João Matos Lima, coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Loulé. Inclui também zonas de descanso para os operacionais e uma área multiusos para ações de formação e sensibilização.
 
 
A unidade ficará dotada com fibra ótica, internet, telefone fixo, rede de estações meteorológicas, Rede Rádio Municipal e Rede Rádio SIRESP. O segundo edifício permitirá criar uma estrutura provisória - ZCAP – Zona de Concentração e Apoio à População - já que foi concebido para dar apoio à população ou reforço operacional. Integra ainda uma oficina para manutenção e reparação de viaturas.
 
Estarão em permanência 20 pessoas afetas ao serviço de Proteção Civil, entre os quais os 6 elementos da equipa de Sapadores Florestais. Mas durante o período crítico, a partir de 15 de junho e até ao mês de setembro, ficarão nesta unidade dois elementos da Cavalaria da Guarda Nacional Republicana, incumbidos de fazer a vigilância na Serra do Caldeirão.
 
Como ressalvou o coordenador da Proteção Civil de Loulé, além da componente operacional, este espaço está à disposição da comunidade. A ideia é que “constitua um centro de partilha de conhecimento e que receba diversas atividades pedagógicas nas áreas da proteção civil, biodiversidade, ambiente, entre outras”. 
 
A localização desta unidade em Salir, a única freguesia do concelho de Loulé definida como “prioritária” no que respeita à gestão de combustível, e identificada como de maior vulnerabilidade à ocorrência de incêndios, faz parte de uma estratégia concertada que inclui também outros equipamentos e serviços neste território. São eles o dispositivo de vigilância do Exército Português na Escola Primária do Malhão, a sede dos Sapadores Florestais ou as instalações da Associação dos Produtores Florestais do Barranco Velho, onde no período crítico fica instalada uma Brigada dos Bombeiros.
 
“A cada ano que passa, o nosso dispositivo de prevenção e combate aos incêndios florestais está mais robusto, mais enriquecido, mais apetrechado, e está mais elástico e com mais conhecimento para melhor cumprirmos as nossas obrigações. Temos aqui dois compromissos: proteger a vida e de proteger a natureza, a nossa casa”, sublinhou Vítor Aleixo.
 
O autarca falou ainda do agravamento das alterações climáticas refletido no consequente aumento do risco de incêndio e da preocupação do município em criar condições para promover o combate à desertificação nestas paragens. “É para as populações serranas que nós trabalhamos, para lhes trazer melhores condições para que sintam mais seguros e para que a segurança possa ser um valor capaz de atrair as pessoas ao interior”, concluiu.