Faro

Gastão Cruz

Foto:Gastão Cruz no âmbito do 3.º Festival Literário Internacional de Querença
Foto:Gastão Cruz no âmbito do 3.º Festival Literário Internacional de Querença  
Gastão Santana Franco da Cruz nasceu em Faro no dia 20 de Julho de 1941 foi uma referência no campo da literatura e da poesia portuguesa.

 
Também conhecido como crítico literário e encenador, Gastão Cruz tinha uma vasta experiência a nível nacional, sendo ainda uma referência internacional, sobretudo na tradução de obras de relevo na nossa história. 
 
Licenciado em Filologia Germânica com certificação passada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 
 
Do seu vasto currículo é ainda de salientar o facto de ter sido docente do ensino secundário entre 1980 e 1986, sendo o Português a sua disciplina de eleição a par das funções de Leitor de Português em Londres no King’s College. 
 
Nessa Universidade leccionou a Língua Portuguesa, cadeiras de Poesia, Drama e Literatura Portuguesa. 
 
Gastão Cruz era destacado como poeta, sendo que o seu nome ficou reconhecido como ligado à publicação colectiva “Poesia 61”. 
 
Nessa obra, Gastão Cruz reuniu outros nomes conhecidos do grande público como sendo, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta. 
 
Pode-se afirmar que Gastão Cruz foi uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. 
 
Em 1965 integrou a equipa de fundadores do Grupo de Teatro de Letras. 
 
Enquanto crítico literário, coordenou a revista Outubro e colaborou em vários jornais e revistas nos anos sessenta, como sendo, “Seara Nova”, “O Tempo e o Modo” e “Os Cadernos do Meio-Dia”, obras publicadas sob a direcção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa, também ilustres algarvios. 
 
Na mesma sequência, surgiu em 1973, o título “A poesia portuguesa hoje”, livro que se mantém como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta. 
 
No âmbito da actividade teatral, Gastão Cruz foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje entre os anos 76 e 77, encenando peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov e uma adaptação sua de “Uma Abelha na Chuva” de Carlos de Oliveira, cuja publicação ocorreu em 1977. 
 
Gastão Cruz dedicou-se também á tradução de livros para português, facto que lhe concedeu um mérito singular na época, uma vez que traduziu nomes como William Blake, Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare. 
 
As Doze Canções de Blake que traduziu fazem, aliás, parte da sua bibliografia poética. 
 
A sua obra “Rua de Portugal” recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2004. Em 2009, “A Moeda do Tempo” mereceu o Prémio Correntes d'Escritas e o reconhecimento do seu talento. 
 
Gastão Cruz é mais um exemplo do quanto a memória deve permanecer no tempo, pelo que se destacam alguns dos seus títulos mais notáveis na Poesia: 
 
“A Morte Percutiva”- em Poesia 61 datada de 1961; “Hematoma” do mesmo ano;“A Doença” publicada em 1963; “As Aves” de 1969; “Teoria da Fala” de 1972; Campânula” publicada em 1978; “Órgão de Luzes” de 1990; “As Leis do Caos” de 1990; “Transe” de 1992 e, mais recentemente, “As Pedras Negras” datada de 1995; “Poemas Reunidos” de 1999; “Crateras” publicada em 2000; “Rua de Portugal” em 2002 entre outras publicações que fazem deste autor uma imagem de talento e de sabedoria. 
 
Em Julho de 2019, Gastão Cruz vence 1.ª Edição do Grande Prémio de Poesia "Maria Amália Vaz de Carvalho"instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e patrocinado pela Câmara Municipal de Loures num valor de 12.500 euros.
 
A 20 de Março de 2022, faleceu no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, com 80 anos.
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