Ser bom envolve um conjunto de comportamentos, valores e atitudes que se exibem em diferentes situações, mas importa realçar que, ninguém é sempre boa ou má pessoa. Existem limites que escolhemos colocar nos nossos comportamentos que permitem que mantenhamos uma determinada conduta, mas perante as situações, podemos ter de ajustar-nos. A diferença é que as boas pessoas mantêm um estilo muito próprio e não aceitam modificá-lo se isso as empurrar para decisões ou comportamentos que não aceitam.
Smith et al. (2007), investigadores, publicaram um estudo que revelou as principais características de uma pessoa boa, eis as conclusões:
1. Benevolência
A pessoa boa sente-se bem quando quem está ao seu redor tem qualidade de vida e bem-estar pelo que, é capaz de fazer algo que esteja ao seu alcance para ajudar. Não se limita a familiares e amigos, estende-se ao ser humano em geral que possa beneficiar de algo que concretize.
Estas pessoas saem da “bolha” do eu e conseguem reservar sempre um espaço de tempo e de atenção para pensar nos demais, tentando contribuir com alguma coisa que possa melhorar a qualidade de vida da comunidade.
2. Conformidade
Estas pessoas não são conformistas e não aceitam tudo, simplesmente sabem lidar consigo mesmas, respeitam-se, respeitam os outros e não necessitam de recorrer a “lutas de poder” para afirmar-se. Sabem dar a sua opinião sem ofender, pensam na dor do outro se fizerem algo negativo e conseguem confortar quando é necessário. Ao mesmo tempo, são moderadas porque gerem as emoções e evitam ser impulsivas, logo acabam por ser bem aceites num grupo, não por se esconderem da realidade, mas porque gostam também de ouvir os outros.
3. Tradicionalismo
Schwartz et al. (2000) definem tradicionalismo como respeito, compromisso e aceitação dos costumes e ideias propostas pela sua cultura. Aceitam as alterações geracionais, a evolução, a mudança de mentalidades e tentam ajustar-se a cada tempo, sem perder de vista os valores em que acreditam. O destaque desta característica é que as pessoas boas entendem o progresso, respeitam-no e, apesar de continuarem a sua cultura, abrem a mente à novidade, sabendo que não precisam de discutir diferenças, mas sim aceitá-las, respeitá-las e aprender com elas.
4. Sinceridade
As pessoas boas conseguem dizer o que pensam e sentem de modo empático porque colocam-se no lugar do outro e encontram as melhores palavras de modo a evitar ferir. Contrastam com a sinceridade rude e conflituosa de quem não possui esta habilidade que facilita muito a convivência social, o bem-estar e o convívio.
5. Humildade
As pessoas boas são humildes. Colocam-se em pé de igualdade com os outros porque sabem que ninguém é melhor ou pior; somos todos únicos, diferentes e especiais.
A humildade leva à simplicidade. Portanto, as pessoas que escolhem a gentileza apreciam as pequenas coisas da vida e a companhia de quem amam e não precisam de muito para valorizar as pessoas, as situações, almejam sim sentir-se bem. Defendem que a felicidade está contida na simplicidade da vida ainda que sejam ambiciosas, lutadoras, empenhadas, mas responsabilizam-se pelos seus atos, escolhas e comportamentos.
De acordo com os investigadores, ser bom não implica somente deixar de fazer o mal ou evitar cair nele, ser bom é estar disposto a agir ativamente na vida, com o intuito de aprender, evoluir, entender mais e melhor quem somos para que acompanhemos o progresso sem perder de vista os nossos valores e aspirações. E, a par de tudo isto, é aceitar os direitos e deveres dos outros como parte integrante da nossa própria vida porque somos seres sociais e desejamos viver o melhor possível com os outros e connosco próprios.