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Como é que uma pessoa se torna psicopata?

Foto - Pixabay
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A psicopatia caracteriza-se pela falta de empatia, fraca capacidade afetiva e má gestão da raiva.

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Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral afirma que, as pessoas com este transtorno de personalidade apresentam uma grande arte de manipulação, não se responsabilizam pelas suas atitudes, consideram-se o centro do mundo e possuem comportamentos extremamente narcisistas.

A psicopatia pode acontecer devido a alterações cerebrais, fatores genéticos e traumas na infância, como abuso sexual ou emocional. O diagnóstico é feito por um psiquiatra baseado no "Teste de avaliação de psicopatia de Hare ou PCL-R", em que são avaliadas as características do comportamento da pessoa.

O tratamento da psicopatia pode ser feito com recurso a medicamentos indicados pelo psiquiatra, e terapia psicológica, envolvendo o apoio da família, amigos e comunidade, resume o psicólogo na revista Tua Saúde.

Os principais sinais que ajudam a identificar uma pessoa psicopata são:

1. Falta de empatia

O psicopata sabe compreender o estado emocional e conhecer a perspetiva de outra pessoa em determinada situação, o que é uma vantagem, já que o ajuda a identificar as pessoas emocionalmente vulneráveis. No entanto, é incapaz de vivenciar o que a outra pessoa sente, pelo que lhe é fácil usar os outros em seu benefício.

2. Comportamento impulsivo

Os psicopatas tendem a tomar atitudes impulsivas sem qualquer tipo de consideração por outras pessoas e sem pensar nos prós e contras de determinadas ações e, por isso, podem cometer atos ilegais já que procuram uma recompensa imediata.

3. Falta de controle da raiva

Estas pessoas podem ter ataques repentinos e intensos de raiva quando são criticadas ou quando algo não lhes sai como desejam ou planeiam.

A falta de controle da raiva pode fazer com que o psicopata apresente comportamentos de intimidação e controle sobre outras pessoas.

4. Egocentrismo

As pessoas com traço de psicopatia consideram-se o “centro das atenções” porque acreditam ser superiores aos demais. Acreditam vivamente que são adorados pelos outros e, quando tal não acontece, revoltam-se, são impulsivos, destrutivos e destroem a imagem ou algo que os demais possuam porque não aceitam que alguém lhes faça frente ou seja melhor do que eles.

5. Falta de remorso

As pessoas com este perfil aparentam estar arrependidas pelas ações negativas que praticam em relação aos outros, mas na realidade, não conseguem sentir além do desejo de fazer mais, de manipular melhor para conseguirem o que pretendem e de tentarem de outra forma para que não sejam descobertas e, o pior de tudo, é que repetem o erro infinitas vezes precisamente porque não sentem qualquer remorso ou compaixão pelas suas vítimas.

Apesar de não ser uma regra para todos os psicopatas, é comum que se envolvam em ilegalidades e que em nada se arrependam, contudo, é recorrente que as pessoas portadoras deste transtorno dependam dos outros, já que é neles que se inspiram, acreditam que conseguem o que pretendem, que ganham força para implementar as suas estratégias e chegar ao que desejam. Aqueles que os rodeiam e os que eles tentam agradar, são meros alvos de uso e abuso para obterem o que pretendem, não sendo de admirar que as suas relações sejam inconsistentes, superficiais e carregadas de falsidade, mentiras, manobras de sedução e de curta duração.

A revista Tua Saúde explica ainda que, a psicopatia e a sociopatia enquadram-se nos transtornos de personalidade antissocial, no entanto podem ser diferenciadas através da sua gravidade, em que a psicopatia é uma forma mais grave da sociopatia. Ou seja, enquanto o psicopata é calculista, bem-sucedido e charmoso ao mesmo tempo que é manipulador e impulsivo, o sociopata costuma ser irresponsável, mantém comportamentos de risco e foge às leis e normas impostas pela sociedade.

Muitos estudos demonstram que a psicopatia não tem cura, mas que, com medicação adequada, apoio psicológico orientado e o envolvimento da família e amigos, algumas pessoas com este transtorno conseguem integrar-se minimamente na sociedade, no entanto, é preciso estar atento e não se deixar levar pela sua arte de manipulação, charme e aparente simpatia. Muitos autores registam também que, além das características genéticas, muitas pessoas desenvolvem a psicopatia devido à educação, ao ambiente onde estão inseridas e aos estímulos que recebem pelo que, é fundamental estar atento aos mínimos sinais e pedir ajuda especializada, recomendam.