Existem indivíduos com uma energia tão baixa que, “só dá vontade de fugir a sete pés”, mas o problema é que, estas pessoas existem em todo o lado e, em muitos casos, são membros da família e muito próximos.
Naturalmente que, a primeira sugestão seria a fuga, mas atendendo a que não podemos passar o nosso tempo a evitar esse confronto, até porque existem pessoas tóxicas em todo o lado, a alternativa passa por aprender a lidar com essa realidade de forma preventiva.
Os “vampiros emocionais” são verdadeiras sugas de energia, acabando por nada fazerem de útil com aquilo que “roubam” dos outros. São indivíduos negativos por natureza; reclamam por tudo e por nada e, pouco fazem para melhorar essa condição.
Por norma, são a nossa mãe, o nosso pai, um primo ou um colega de trabalho, razão pela qual não podemos “descartar” e seguir em frente.
Assim, para evitar a sensação desagradável, acompanhada de dores de cabeça, mal-estar e, em muitos casos, dores por todo o corpo, o ideal é encarar a situação frontalmente e protegermo-nos o mais possível dessa pessoa que, mal chega começa logo a reclamar, que só encara a vida numa perspetiva destrutiva e que, quase que não encontra motivos para viver, mas que “descarrega” essas energias negativas em cima de quem as receber.
A melhor alternativa a adotar já, é mesmo cortar o tipo de relação emocional que estabelecemos com elas!
“Se alguém procura um lugar para jogar o próprio lixo, que não seja na sua mente.” Dalai Lama
Este é o pensamento de quem sabe e que pode ser o grande ponto de partida para a mudança de quem rejeita ser o “caixote de lixo” de gente mal amada, amargurada e pouco resolvida com o seu percurso. Não têm uma idade específica, muito menos atendem ao estatuto. São pessoas tóxicas pela forma como encaram a vida e ponto final!
Para além da energia negativa que transmitem, os “vampiros emocionais” são hábeis na tentativa de levar os outros a serem como eles. É quase como que uma missão, cujo resultado é uma família ou equipa de trabalho contaminada negativamente!
É bom compreender o que se passa no cérebro para avaliar a importância de um afastamento emocional de pessoas tóxicas.
Todos precisamos de pessoas e de nos relacionarmos com os outros, mas para nos sentirmos bem, para nos relacionarmos e criar vínculos significativos, é preciso que ocorra empatia e fluidez de emoções de parte a parte, sob pena de não conseguirmos encontrar essa harmonia.
Quando tal acontece, o nosso cérebro liberta ocitocina. Pelo contrário, quando somos confrontados com a negatividade persistente, quando o que recebemos é uma certa hostilidade ou desconfiança, o cérebro liberta cortisol, a hormona do stress.
Neste sentido, na nossa mente surgirá uma sensação bastante específica: a sensação de ameaça.
Ao mesmo tempo, é preciso ter em conta, o impacto negativo na nossa rede de células interconectadas que constituem o sistema de neurónios espelho, destinados apenas a registar e processar cada expressão facial das pessoas ou a sua linguagem corporal. Isso, muitas vezes, faz com que nos contagiemos com os estados emocionais das pessoas à nossa volta.
O efeito químico do stress no nosso cérebro provocado por uma sensação de ameaça permanente, combinado com a contaminação das emoções negativas que recebemos dos outros, provoca um único e persistente desejo de fuga.
Como já referimos, perante algo tão negativo, escapar parece ser a única solução num determinado momento, ainda assim, não vale a pena passar a vida em torno de “escapes” quando nos podemos defender inteligentemente.
Tendo por base a obra: “Emotional Contagion, Studies in Emotion and Social Interaction”, o melhor a fazer nesses casos é aprender a ser “impermeável” a esse tipo de interação com o intuito de proteger o seu bem-estar físico e emocional.
Em suma, a melhor forma de proteger as suas energias dos “vampiros emocionais” é usar os mecanismos de defesa do organismo associados ao conhecimento que vai desenvolvendo acerca do assunto.
O primeiro passo é aprender a “desativar” o impacto que essas pessoas podem provocar em nós. Não hesite, por exemplo, em repetir para si mesmo, como se fosse um mantra, algo como: “esta pessoa só vai consumir a energia que eu permitir que ela consuma”.
Depois, é preciso racionalizar e perceber que, efetivamente existem pessoas que têm o insistente hábito de falar apenas sobre coisas negativas, de como a vida as trata mal, por exemplo. Uma maneira de impedi-las é racionalizando com assertividade: “em vez de reclamar, reaja contra tudo isso que não gosta”, “eu gostaria de que pelo menos uma vez, você fosse capaz de falar coisas positivas comigo”.
Um outro ponto não menos importante é aprender a dizer “não”. Essa estratégia é tão simples quanto eficiente. A partir de agora, mostre ao seu vampiro emocional que não tem tempo para ouvir as suas constantes críticas, que se nega a ouvir essas fofocas e que, principalmente, se nega a ser maltratado.
Em pouco tempo, para além do bem-estar que vai sentir, quem se protege dos vampiros emocionais vão conquistar um importante estatuto de respeito, uma vez que, ao fazer uma barreira ao que estava instituído, rapidamente obriga a que todos se reorganizem. Na prática, ninguém consegue mudar uma pessoa negativa, mas é possível retirar-lhe a importância e o peso que assume na nossa vida.
É imperioso tomar consciência disso e tomar rédeas no que se refere ao controla da nossa própria vida. Quem não gostar, paciência! Acima de tudo, temos de pensar no quanto vamos beneficiar sem o impacto dessas sugas na nossa vida e o maravilhoso que é ser feliz com quem nos alimenta essa positividade.
Anote como última nota que, os vampiros emocionais se servem (também) das redes sociais para se lamentarem e reclamarem e que o fazem de forma constante e, talvez até mais insistente do que no contacto presencial. O telefone também é um dos recursos, já que têm a facilidade de ser mais difícil calar o seu discurso negativo, por isso esteja muito atento à forma como se pode deixar dominar e envolver com estas sugas de energia!
Fátima Fernandes