O Bairro Municipal Frederico Ulrich, antigo bairro operário de Loulé, construído nos anos 40 do século passado, vai ser requalificado e ampliado com um investimento inicial de quase três milhões de euros.
A Câmara de Loulé assinou hoje o auto de consignação da obra com a empresa Costa & Carreira, que tem a partir de agora cerca de dois anos para terminar a 1.ª fase da reabilitação do Bairro Municipal Frederico Ulrich, correspondente a 18 fogos.
“Trata-se de um dia muito feliz para mim”, disse emocionada aos jornalistas Maria Crispim, que chegou bairro com 6 anos, há 70 anos, e que foi realojada noutro local pela autarquia enquanto decorrem as obras.
A cerimónia de assinatura teve lugar numa rua ao lado daquele que era conhecido como o “bairro operário de Loulé”, adjacente ao Estádio Municipal.
Vamos ter a “reabilitação e ampliação do principal e o mais antigo núcleo urbano de natureza social existente na cidade de Loulé”, resumiu o presidente da Câmara Municipal.
António Aleixo explicou que os moradores dos 18 fogos onde vai ser feita a intervenção, em “moradias muito degradadas”, foram realojados temporariamente noutros locais do concelho, no que considerou ter sido uma “operação logística complexa”.
“Eu adoraria ter a felicidade de entregar as chaves [das casas depois de remodeladas] a estas pessoas que conheço” e que na sua maioria são idosas, afirmou o autarca, que não se vai recandidatar ao lugar em 2025 por estar abrangido pela limitação de ter cumprido três mandatos consecutivos.
Para Vítor Aleixo, a reabilitação do Bairro Municipal Frederico Ulrich era o “1.º objetivo” da sua estratégia de habitação para o concelho.
Depois da reabilitação do conjunto de fogos habitacionais, os seus ocupantes vão continuar a beneficiar do regime de arrendamento apoiado.
O antigo bairro operário foi projetado entre 1945 e 1947 pelo arquiteto louletano Manuel Maria Laginha.
Ao longo dos anos, os ocupantes foram edificando diversos acrescentos, visto que as áreas eram diminutas, o que levou a uma degradação do bairro.
Os trabalhos que vão ser iniciados têm em vista a requalificação e ampliação dos fogos atuais, assim como a correção de problemas estruturais, como a falta de isolamento térmico.
O arquiteto responsável pelas alterações que agora vão ser implementadas, Luís Pires, garantiu que a ampliação das casas vai ter “a mesma linguagem e as mesmas características morfológicas” do projeto inicial, mas adaptadas à comodidade dos tempos atuais.
Lusa