A ciência diz que, a dor da separação é semelhante à fratura de um osso e que a mesma pode durar entre 6 meses e dois anos.
Terminar uma relação com alguém que se ama é sempre um processo difícil e doloroso e leva a que ocorram diversas reações no nosso organismo tais como:
1. Insónia e ansiedade
Após uma separação, são comuns a ansiedade e a insónia. As pessoas sentem-se seguras quando estabelecem um contacto humano e, quando o perdem, sentem dor.
Segundo vários estudos científicos, esta dor que se experimenta após o término de uma relação, ativa a mesma área do cérebro que seria ativada em caso de vício em cocaína.
2. Dor no peito
A dor no peito é outra das reações do corpo perante uma separação.
As pessoas que acabaram de passar por uma rutura, experimentam estímulos e sinais neuronais idênticos aos causados pela dor física no caso de uma queimadura. Por isso, não é de se estranhar que possam sentir dor no peito.
Tal acontece porque, após uma separação, dá-se um agravamento na qualidade da função cardíaca. As pessoas que sofrem de algum tipo de problema desta ordem podem vê-lo agravado, tal como quem sofre de stress acaba por sentir níveis mais elevados.
Devido ao efeito da adrenalina, pode ocorrer uma arritmia. Ao mesmo tempo, são frequentes queixas a nível digestivo e uma diminuição na ação do sistema imunitário.
3. Surgimento de imperfeições na pele
O stress inerente a uma separação também se reflete na pele através do surgimento de acne e outras alterações cutâneas.
Isso também ocorre porque, ao atravessar uma etapa dolorosa, a pessoa tende a cuidar menos da sua aparência e diminuir os hábitos de higiene diários.
O stress também tem uma relação direta com a queda de cabelo, realçam os especialistas.
4. Dor muscular
Quando atravessamos uma situação de stress, somos mais propensos a sofrer lesões, sendo também mais fácil sentir espasmos musculares.
Como consequência de todos estes problemas, os músculos contraem-se, o que se reflete em todas as partes do corpo.
5. Refeições irregulares
Depois de uma separação, muitas pessoas comem demais ou não comem. Desta forma, a rutura pode causar sobrepeso ou perda de peso exagerada.
Na base desta instabilidade está o facto de o stress impactar na sensibilidade das células face à insulina, o que leva a que, o organismo a produza em quantidades maiores dando lugar à acumulação de gordura.
Além disso, este sobrepeso também está relacionado com a insónia e falta de exercício físico.
O stress também compromete o funcionamento do trato gastrointestinal, provocando dores de estômago e diarreia.
Importa ainda registar que, as separações ativam sistemas relacionados com o modo como nos envolvemos com as outras pessoas. Pelo que, tendemos a não aceitar a separação e a lutar para que seja retomada a “normalidade”, o que leva a um esforço excessivo, sobretudo se o outro não está interessado em retomar. Esse desgaste também se reflete em todo o nosso organismo e dá sinais de que algo não está bem.
Se em termos sociais é mais fácil o afastamento, quando se trata de uma relação mais profunda, a dor é maior precisamente porque não queremos aceitar que terminou e o nosso corpo reage pior porque nesses casos, são ativados os mesmos mecanismos das ações básicas como a fome ou a sede, enquanto que, nas demais relações menos profundas, tudo se processa em termos cognitivos, explicam os entendidos nesta matéria.
Dada a complexidade, muitas pessoas acabam por pedir apoio psicológico que as ajudará a ressignificar a existência, a encontrar outros interesses e, de certa forma, a abreviar o tempo da dor. No entanto, é fundamental que a pessoa assuma o que se está a passar, o que sente, o que aconteceu para poder libertar-se e voltar a seguir em frente, mas é sempre de sublinhar que, a rejeição amorosa é dolorosa e requer muita compreensão, aceitação, a vulnerabilidade necessária e o tempo que se julgue suficiente para a superar.
A prática diária de exercício físico, a leitura, frequentar um curso, o autocuidado são, desde logo, pontos a favor de um encontro pessoal e de uma melhoria do estado geral do organismo. É ainda essencial que nos alimentemos melhor, que aproveitemos a nova fase para alterar algo no nosso estilo de vida e que, inclusive, apostemos mais em nós mesmos. Estar mais ligado ao presente, ao “agora”, vai ajudar-nos a compreender melhor e a aceitar o passado e a concentrar-nos naquilo que somos e que temos.
Lembre-se de que, a melhor forma de reciclar esse passado é assumir que ele ficou lá atrás e que agora é tempo de olhar para si, de valorizar-se, de compreender e aceitar que a relação terminou, mas que o leitor está aqui neste momento a descobrir-se e a preparar-se para desfrutar de outros momentos de vida que podem ou não passar pelo encontro de outra pessoa porque, o mais importante agora é conhecer-se, gostar de si e desfrutar do que lhe for possível neste tempo presente.