O prémio, que visa homenagear a memória de Maria Barroso, foi atribuído este ano à APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, em reconhecimento pelo trabalho "exemplar" que a entidade desenvolve no apoio a vítimas de crime e em particular no que se refere à violência doméstica e de género, segundo destaca a autarquia em comunicado.
A cerimónia realçou a importância de refletir sobre a realidade das mulheres e a contínua luta pela igualdade de género, pela liberdade e pela autonomia. O presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, lembrou o legado de Maria Barroso, destacando a importância da sua dedicação aos direitos humanos e à promoção da igualdade. "Este prémio é uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho contínuo de instituições como a APAV e pessoas como Maria Teresa Horta, que, todos os dias, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária", afirmou.
De realçar que por unanimidade do júri foi ainda deliberada a atribuição de uma menção honrosa especial a título póstumo, a Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros, tendo presente a sua obra literária individual e também coletiva enquanto coautora de Novas Cartas Portuguesas - "um livro que marcou a literatura portuguesa do século XX e a consciência política da segunda metade deste século".
Durante a cerimónia, o autarca sublinhou ainda as preocupantes estatísticas sobre a violência baseada no género reveladas pelo Inquérito da União Europeia, destacando o impacto da violência doméstica e de género, bem como a urgência de continuar a lutar pela erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres. O trabalho da APAV, que oferece apoio multidisciplinar, gratuito e confidencial às vítimas de crime e violência, foi registado como um exemplo de resiliência e dedicação.
Na sua intervenção, Luís Encarnação agradeceu ainda a todas as organizações, profissionais e voluntários envolvidos no trabalho da APAV, expressando o seu profundo reconhecimento pelo esforço coletivo na construção de uma sociedade mais segura, mais inclusiva e justa para todos. "A luta por sociedades inclusivas, pacíficas e promotoras da igualdade só pode ser feita em conjunto. Hoje, reconhecemos não só o trabalho da APAV, mas também a contribuição de todas as pessoas que, dia após dia, lutam pela dignidade e pelos direitos humanos", concluiu.
