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Tem amigos que lhe falam mal dos outros? Leia este artigo

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Tem amigos que lhe falam mal dos outros? Leia este artigo  
Foto - pch.vector / Freepik
“Quem nos fala dos outros, também vai falar de nós”. Saiba como reagir.

As relações de amizade processam-se pela confiança e pela confidência. Recorremos a um amigo para lhe abrir o coração e para colher o que também tem para dizer. É um processo tão natural que custa-nos acreditar que, alguém que ouve os nossos relatos tão íntimos, é capaz de os utilizar indevidamente, mas a verdade é que isso acontece e não é assim tão raro, alertam os entendidos nesta matéria.
 
Muitas pessoas sentem uma necessidade tão grande de se afirmarem num grupo, num emprego, num contexto social que não olham a meios para atingirem os seus fins. Utilizam aquilo que sabem de amigos ou familiares e usam-no em seu benefício.
 
Segundo os especialistas em comportamento humano, estas pessoas são hipócritas, maldosas e, em muitos casos, manipuladoras e interesseiras. Conseguem passar-se por confiáveis, boas pessoas e amigos leais quando, na realidade, representam um papel que dura até que sejam descobertas e, na maioria das vezes, da pior forma.
 
Diz a ciência que, faz parte da natureza humana e das próprias relações que estabelecemos com os outros que falemos acerca daquilo que nos acontece, daquilo que nos magoa, pelo que, ingenuamente acabamos por falar a quem não sabe entender que se trata de uma confidência e que coloca esses conteúdos ao dispor dos seus interesses.
 
Existem “linhas vermelhas” que todos os amigos deveriam ter para conseguirem falar acerca do que os aborreceu ou feriu, “sem que necessitem de revelar os nomes das pessoas em causa e pormenores que as possam prejudicar, mas infelizmente essa é uma realidade”, alertam os entendidos.
 
É possível desabafar sem denunciar a pessoa que nos afetou, tal como seria lógico que não transmitíssemos informações que facilmente levassem os nossos interlocutores ao alvo da nossa crítica, mas seja quem desabafa, seja quem usa essa informação, parece não ter o devido cuidado com o que diz, enfatizam.
 
Há pessoas de confiança, pessoas que sabem guardar uma confidência e que, mesmo que falem acerca do assunto com outras pessoas, sabem proteger a identidade de quem viveu a situação, “mas as pessoas maldosas não se preocupam com isso. Mostram-se amigas, recebem mais e mais conteúdos e continuam a utilizá-los a seu favor porque, “na realidade procuram atenção, aceitação, reconhecimento e um valor que sabem não possuir, mas não entendem que não será dessa forma que o vão obter”.
 
Assim, é muito recorrente que estejamos a confiar em pessoas falsas, acreditando tratar-se de bons amigos e confidentes, mas se repararmos, essas pessoas pouco falam da sua intimidade e de pormenores que as possam comprometer. Só isso é logo um sinal de alerta para não se alongar nos seus desabafos, pois a vossa relação não está a decorrer em equilíbrio como se pretende, advertem os entendidos.
 
Também é muito comum que, pessoas que escondem situações que, de alguma forma as envergonham ou que não aceitam em si ou no seu passado que, falem de situações semelhantes, mas que as coloquem noutros personagens, mesmo que sejam os seus amigos, para poderem aliviar a mágoa ou tentar saber qual seria a reação do grupo se soubesse que são as suas vivências. Naturalmente que nada lhes custa dizer que é o amigo e que nada têm a ver com o assunto.
 
Não é menos comum a existência de pessoas que inventam as histórias mais hilariantes, as mentiras mais bem contadas, as calúnias e outro tipo de conteúdos que prejudicam alguém para conseguirem prender a atenção num grupo social, pois quer queiramos, quer não, a mentira vende, tal como uma boa história, mesmo falsa, será sempre o alvo das atenções entre amigos.
 
Há parceiros que falam mal do outro aos amigos só para se afirmarem, mostrarem força e, claro, serem o centro das atenções, mas perante um confronto desmentem tudo e, as culpas acabam por atingir um outro alguém que, na maioria das vezes, nada sabe sobre o assunto.
 
Também há pais que falam mal dos filhos só para serem aceites, respeitados ou para integrarem um grupo, mas perante um confronto, negam tudo, fazem uma cena e raras vezes conseguem esclarecer a autoria das confissões caluniosas.
 
É evidente que, apesar de o ser humano adorar histórias, é bom que tenha em conta que, está a rir e a acompanhar a desgraça de um familiar ou amigo, mas na primeira oportunidade, será ele o alvo de uma crítica semelhante, porque, segundo a ciência, “quem tem o hábito de falar mal, fá-lo em todos os cenários, não mede as consequências, não possui as tais linhas vermelhas do segredo e, certamente que tem um interesse maior que o move, pelo que em nada lhe afeta a dor do outro ou aquilo que lhe possa provocar em termos de prejuízos”.
 
Saiba também que, ser cúmplice de uma risota de alguém não o protege de ser amanhã o alvo da chacota, por isso, é importante reservar-se, selecionar bem as pessoas com quem convive, ponderar bem a quem faz um desabafo e manter uma conduta positiva, pois quem lida com pessoas tóxicas e que só querem mal aos outros, acaba por fazer o mesmo e por ser ele o próximo da lista de críticas e comentários depreciativos.
 
Pelo contrário, quem procura outro tipo de companhias mais honestas, pessoas que nada mais querem do que estar connosco, desfrutar de momentos de prazer, aprender e ensinar, partilhar emoções mais positivas e que não nos fala mal de outrem, pode ser menos apelativa em termos de satisfação da nossa curiosidade, mas acredite que será uma fonte de bem-estar, de convívio, de paz interior e de satisfação que vale a pena sentir. Já sabe, a escolha é sempre sua! Se precisa de aprovação, pratique o autoconhecimento, tente saber mais também sobre os outros, melhore as suas habilidades sociais, reforce a sua autoestima e autoconfiança, pois só assim deixará de precisar de recorrer aos outros para saber uma fofoca, para saber sobre a vida de alguém, arruinar a imagem de outra pessoa e ser um alvo do mesmo na primeira ocasião.
 
Lembre-se de que, quem critica os outros, está a esconder-se de algo que o envergonha, que teme e que magoa. Para tratar essas emoções, basta olhar para si, enfrentar os seus medos e tentar entender o que se passou. Não tem de vingar-se daquilo que já lhe fizeram ou que já sofreu, mas sim, curar essas feridas, aconselham os entendidos nesta matéria realçando que, podemos e devemos falar acerca do que nos acontece com alguém em quem confiamos, mas temos de avaliar se a pessoa é mesmo confiável, saber distinguir entre a necessidade de desabafar e de falar mal de alguém sem medir as consequências e entender que, os comentários abrangentes, sem nome, sem uma intenção de prejudicar, constituem uma fonte de aprendizagem social. Pelo contrário, aquilo que usamos em nosso benefício e que fere alguém, mais cedo ou mais tarde, vai virar-se contra nós.
 
Aprender a gostar de estar em grupo sem ter necessidade de falar mal de outrem para que sejamos aceites é uma virtude tão grande como afastar-se de um cenário tóxico, maldoso e rodeado de pessoas negativas e cruéis.
 
Aprendemos muito mais num ambiente de troca salutar do que num contexto recheado de críticas destrutivas e, o simples facto de participarmos num desses grupos negativos, ilustra só por si aquilo que somos e os valores que nos orientam. Conseguir chegar ao pé da pessoa que nos magoou de alguma forma, esclarecer a situação é muito mais valioso do que optar pelo falar mal como moeda de troca quando nos sentimos magoados. Apesar de sabermos que, em muitas situações não há diálogo possível e que a pessoa vai manter a conduta errática, podemos sempre ponderar essa situação quando sentimos que algo pode mudar e melhorar, pois caso contrário, o segredo é mesmo afastar-se dessas companhias que só vão dar uma má imagem a seu respeito e, naturalmente acarretar-lhe muitos prejuízos em termos de bem-estar, qualidade de vida e saúde mental, concluem os entendidos nesta matéria.