Para responder a esta lacuna, a Câmara Municipal de Loulé está a implementar um projeto inovador no país, um sistema de teleassistência que nasce de uma parceria com a operadora NOS, e que permitirá garantir o apoio a estas pessoas em caso de emergência. A apresentação decorreu esta quinta-feira, em Alte, uma das freguesias que, a par do Ameixial, Salir e União de Freguesias Querença, Tôr e Benafim, será contemplada pelo projeto.
Em nota divulgada, a autarquia de Loulé refere que durante 36 meses, vai monitorizar 160 idosos isolados, recorrendo à tecnologia 5G da NOS, numa colaboração com a HopeCare, empresa ligada à saúde digital. «O objetivo é colmatar a situação de maior isolamento social em que algumas pessoas mais vulneráveis vivem e aumentar a rapidez e eficácia na assistência a esta população, seja por motivos de saúde ou de segurança».Durante dois dias, uma equipa da Câmara Municipal de Loulé e das duas empresas estiveram a instalar o equipamento em casa dos 11 primeiros beneficiários e a fazer a devida explicação sobre o funcionamento do mesmo.
Trata-se de um kit composto por router, box, pulseira e smartphone que é entregue a cada utilizador. Como explicou Francisco Norton de Matos, da HopeCare, a pulseira (feita de um material resistente, com uma bateria que dura um ano e à prova de água), que é colocada no pulso do beneficiário, tem um mecanismo de deteção de quedas, de localização, monitorização de sinais vitais e possibilidade de envio de pedido de SOS. Caso a pessoa caia inanimada, o sistema vai espoletar um alerta. Há ainda a possibilidade de programar a vibração da pulseira a determinada hora, por exemplo para lembrar a toma de um medicamento.
Por outro lado, este equipamento também monitoriza a temperatura ambiente da casa do idoso, com alertas em caso de frio ou calor excessivos, uma vez que muitas destas habitações têm problemas ao nível do isolamento térmico.
Além desta valência do projeto, o Município reforça que através de uma parceria com a Unidade Local de Saúde do Algarve, está a ser preparada a implementação da monitorização de 50 idosos com doenças crónicas.
O concelho de Loulé com uma extensão de 763km2, tem 7095 idosos, que vivem nestas quatro freguesias. Residir no concelho de Loulé, ter mais de 65 anos e estar numa situação de vulnerabilidade socioeconómica e social (viver num isolamento geográfico extremo) constituem os critérios de elegibilidade, conforme foi referido pela vereadora da área social, Ana Machado.
Este projeto faz parte do Programa Digital orientado ao desenvolvimento económico e social do interior do concelho de Loulé, que enquadra soluções e equipamentos digitais em quatro áreas: ação social e apoio a populações mais frágeis, educação, turismo e proteção civil.
Pedro Figueiredo, da operadora NOS, explicou as ações em curso que “vêm ajudar esta diversidade de pessoas e de necessidades que tem o território”.
No âmbito das medidas de proteção da floresta e do ecossistema ambiental, a nota da autarquia adianta que está a ser implementada uma solução tecnológica de deteção e monitorização de incêndios, garantindo a cobertura de 95% do território florestal, estando já instaladas 3 novas estações meteorológicas (edifício da Junta de Freguesia do Ameixial, Malhão e Centro Ambiental da Pena).
Ao longo dos últimos anos, foram distribuídos pelas escolas/alunos 200 computadores portáteis, router/placa de acesso em banda larga 84G, proporcionando melhores condições de aprendizagem e desenvolvimento aos jovens que vivem naquelas freguesias.
Por outro lado, numa aposta no desenvolvimento da atividade turística do interior, a mesma fonte diz estar em curso, a digitalização de percursos naturais e culturais e a criação de solução de experiências imersivas e interativas (pontos turísticos com realidade aumentada).
“Estamos no coração das Smart Cities. Toda a tecnologia inteligente que é incorporada na gestão autárquica dos territórios é imprescindível hoje em dia. Estou muito feliz como autarca porque, mais uma vez, Loulé é pioneiro numa matéria importante que tem a ver com o futuro das comunidades humanas e do desenvolvimento dos territórios”, salientou o autarca Vítor Aleixo.
O investimento global neste programa ascendeu a 2,5 milhões de euros.