De acordo com Beatriz Pereira, psicomotricista, desenvolver funções executivas nas crianças é essencial para o controlo inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, funções determinantes para o controlo do nosso comportamento e da nossa autonomia.
Para potenciar essas funções nos mais novos, devemos:
Controlo inibitório:
1- Preparar e ajudar a criança a esperar por algo.
2- Não ceder em todas as idas ao supermercado, a todos os brinquedos e guloseimas. Os pais podem, por exemplo, acordar um número com as crianças mais vezes, nas quais poderão levar algo que gostam dentro de um certo valor.
3- Não ligar as tecnologias para conseguir que a criança faça todas as rotinas necessárias. Quanto mais dependente está a criança para tal, menos controlo terá sobre as suas emoções. Um bom controlo inibitório implica a capacidade para lidar autonomamente com a frustração e as suas emoções, sublinha a especialista.
Memória de Trabalho:
1- Ajudar a arrumar os brinquedos no respetivo lugar.
2- Recordar experiências e histórias vividas em família ou até dois dos produtos a comprar no supermercado.
3- Incentivar a criança a detetar os seus próprios erros nos trabalhos de casa ou a recordar aquilo que se pode ter esquecido de fazer.
Flexibilidade Cognitiva:
1- Permitir que a criança expresse como acha que se pode superar um desafio. Ex: deixou cair o leite em cima da mesa. O que precisas fazer?
2- Tomar pequenas decisões ou escolhas. Ex: escolher a sua roupa entre duas opções.
3- Cozinhar seguindo uma receita.
O dia-a-dia é tão importante quanto o brincar que tanto se fala, para o desenvolvimento e aprendizagem.
A participação da criança nas rotinas e tarefas diárias de família ajudam na estimulação das suas funções executivas tal como na sua responsabilidade, sentido de respeito e empatia para com os outros e autonomia, recomenda Beatriz Pereira, Psicomotricista e autora do Blog - Mais que Especial.