Economia

Sindicato da Hotelaria do Algarve exige medidas urgentes que respondam aos problemas dos trabalhadores

O Sindicato da Hotelaria do Algarve levou a cabo ontem, uma ação em Faro, que teve como objetivo denunciar "a contínua degradação laboral e social que se verifica no setor do Turismo e dar a conhecer às várias entidades direta ou indiretamente relacionadas com o setor, as medidas que urge tomar para responder aos problemas que os trabalhadores estão a sentir", lê-se em comunicado.

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Para o sindicato, são medidas indispensáveis para atrair e fixar os trabalhadores no setor.
 
Os sindicalistas adiantam que para além da distribuição de uma missiva à população, foi entregue uma carta reivindicativa na Região de Turismo do Algarve, na Delegação Regional do Algarve do Instituto do Emprego e Formação Profissional, na Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve e na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve que contém as medidas que consideram, "urgentes, possíveis e indispensáveis para responder aos problemas dos trabalhadores e para atrair e fixar os trabalhadores no Turismo".
 
O sindicato denuncia ainda que devido ao "bloqueio patronal da negociação coletiva no setor e o aumento do custo de vida está a empurrar os trabalhadores para a pobreza e a aumentar as desigualdades sociais, ao mesmo tempo que se verifica um forte crescimento da atividade económica no Turismo, com os dados mais recentes a traduzirem resultados nos principais indicadores superiores a 2019 e a indicarem que 2022 será um ano de novos recordes", regista a entidade.
 
Deste modo, é defendida a urgente diminuição da desigualdade na distribuição da riqueza e aumentar o poder de compra dos trabalhadores através do aumento geral dos salários e restantes componentes remuneratórias. 
 
Entre as medidas apontadas pelo sindicato está à cabeça a necessidade de um aumento geral dos salários de 10%, com um mínimo de 100€, a fixação do vencimento base mínimo em 850€ a partir de 1 de janeiro de 2023, o combate aos vínculos precários, a garantia do transporte, o pagamento dos feriados com mais 200%, a regulação e diminuição dos horários de trabalho para as 35 horas semanais, a atribuição de 25 dias úteis de férias sem condicionalismos, a garantia de dois dias de folga seguidos com um fim-de-semana por mês em acréscimo, a valorização do trabalho prestado aos fins-de-semana, por turnos e em horários repartidos com mais 25%, a valorização da antiguidade através do pagamento de até 5 diuturnidades de 25€ cada, a vencer a cada 3 anos, a progressão na carreira de forma automática a cada 3 anos, a atribuição da alimentação em espécie em quantidade e qualidade, a dispensa remunerada no dia de aniversário dos trabalhadores, garantia do alojamento aos trabalhadores deslocados nacionais e estrangeiros, o fornecimento, tratamento e limpeza do fardamento de todos os trabalhadores, entre outras.
 
Além das entidades referidas a carta reivindicativa foi também enviada à Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, à Associação da Hotelaria de Portugal, à Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, à Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, à Assembleia da República e à Presidência da República.