Devido ao bloqueio da negociação coletiva no setor e ao aumento do custo de vida, "está a empurrar os trabalhadores para a pobreza e a aumentar as desigualdades sociais", é a leitura que o Sindicato da Hotelaria do Algarve faz.
Em comunicado, o sindicato explica que a par desta situação, verifica-se um forte crescimento da atividade económica em todo o setor do Turismo, com os dados mais recentes a traduzirem resultados nos principais indicadores superiores a 2019 e a indicarem que 2022 será um ano de novos recordes.
Os sindicalistas entendem que é urgente diminuir a desigualdade na distribuição da riqueza e aumentar o poder de compra dos trabalhadores através do aumento geral dos salários e restantes componentes remuneratórias. Por outro lado, defendem que é necessário melhorar as condições de trabalho e a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar, para garantir a fixação dos trabalhadores e a consequente melhoria da qualidade do serviço.
Deste modo, a Direção do Sindicato da Hotelaria do Algarve exige para 2023, a negociação das seguintes propostas:
•Aumento salarial de 10%, com um mínimo de 100€, com efeitos a 1 de janeiro de 2023, fixando o vencimento mínimo base nos 850€.
•Integração no quadro de efetivos de todos os trabalhadores com vínculos precários que respondem a necessidades permanentes.
•Garantia do transporte de e para o local de residência, para todos sem discriminações.
•Pagamento do trabalho prestado em dia feriado com o acréscimo de 200%, incluindo os feriados municipal e de terça-feira de carnaval.
•Pagamento do trabalho prestado em dia de descanso semanal com o acréscimo de 200%, com a atribuição de 1 dia de descanso compensatório num dos 3 dias seguintes, ou noutro dia à escolha do trabalhador.
•Dois dias de descanso semanal seguidos durante todo o ano.
•Redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, sem perda de direitos e de rendimento.
•Atribuição de 25 dias úteis de férias, sem condicionalismos.
•Valorização do trabalho prestado aos fins-de-semana com um acréscimo de 25% sobre a retribuição normal.
•Valorização do trabalho por turnos com um acréscimo de 25% sobre a retribuição normal.
•Valorização do trabalho prestado em horários repartidos, com intervalo superior a 1 hora, com um acréscimo de 25% sobre a retribuição normal.
•Valorização da antiguidade através do pagamento de até 5 diuturnidades no valor de 25€ cada, a vencer a cada 3 anos.
•Progressão na carreira de forma automática a cada 3 anos.
•Pagamento de um prémio de conhecimento de língua estrangeira no valor 50 euros por cada língua falada.
•Pagamento de um abono para falhas no valor de 60 euros mensais.
•Pagamento de um complemento de seguro de 30% da retribuição durante 120 dias em cada ano civil.
•Pagamento de um subsídio noturno com um acréscimo de 25% das 20 às 24 horas e de 50% das 24 às 8 horas.
•Atribuição da alimentação em espécie em quantidade e qualidade, com 1 refeição ligeira e 2 principais de acordo com o horário de trabalho, nomeadamente, pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar, ceia simples e ceia completa.
•Dispensa remunerada no dia de aniversário dos trabalhadores.
•Garantia de descanso semanal ao sábado e domingo uma vez por mês, que acresce aos dias de descanso semanal normal.
•Atribuição de um descanso compensatório equivalente a 25% das horas suplementares (horas extras) trabalhadas e pelo trabalho prestado em dia feriado, a gozar no prazo de 60 dias quando atingir o direito a um dia de descaso.
•Garantia do alojamento aos trabalhadores deslocados nacionais e estrangeiros.
•Fornecimento, tratamento e limpeza do fardamento de todos os trabalhadores.
A estrutura sindical informa que já foi enviada ao patronato, a proposta de revisão do Contrato Colectivo de Trabalho e está marcada uma reunião para o próximo dia 20 de dezembro para dar inicio ao processo negocial para 2023.