Em comunicado, o sindicato revela que foi também analisada "a grande injustiça que se verifica neste que é o principal setor de atividade da região, onde milhares de trabalhadores estão confrontados com a degradação contínua do seu poder de compra e das suas condições de trabalho e de vida, a par de uma cada vez maior apropriação pelo patronato e acionistas dos grupos económicos que operam no setor da riqueza que é criada com o esforço e sacrifício dos trabalhadores que estão sujeitos aos baixos salários e à desregulação dos horários de trabalho, vendo-se confrontados com dificuldades crescentes em suportar o brutal aumento de custo de vida e em conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar".
Os sindicalistas adiantam que, segundo dados do Turismo de Portugal, "o ano está prestes a encerrar com um novo recorde no que respeita ao consumo dos visitantes em território nacional. As receitas turísticas no país - que correspondem ao dinheiro gerado pela atividade e que incluem gastos com alojamento, restauração, transportes, compras, entre outros serviços - irão crescer cerca de 6% em 2025, atingindo um novo máximo histórico de perto de 30 mil milhões de euros. Este será o melhor ano de sempre para o turismo nacional, que irá superar as receitas de 27,7 mil milhões de euros registadas em 2024."
Já os últimos dados disponíveis pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam que, até outubro, "o número de hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico avançou 3,1% para os 28 milhões, as dormidas subiram apenas 2,2%, para 73 milhões, enquanto os proveitos totais (que somam ao alojamento outros gastos inerentes à estadia dos turistas, como restauração, lavandaria, entre outros serviços) deram um salto de quase 8% para os 6,4 mil milhões de euros", cita o sindicato.
Em resposta a estes resultados, os trabalhadores decidiram "intensificar a luta por uma justa distribuição da riqueza, por melhores condições de trabalho, pela possibilidade de conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar, por serviços públicos de qualidade e acessíveis a todos, pela defesa dos direitos e o cumprimento da Constituição da República Portuguesa".
Desta forma, foi aprovado um pacote reivindicativo, para 2026, onde é exigido o aumento geral dos salários em 15%, com um mínimo de 150 €, e a exigência da fixação do salário mínimo em 1050 € a partir de 1 de Janeiro de 2026; a rejeição da desregulação dos horários de trabalho e redução da jornada semanal de trabalho para as 35 horas semanais (7h/dia), sem redução de salário; a valorização do subsídio de alimentação, abono para falhas e prémio de línguas; a garantia de 2 dias de folga seguidos (pelo menos 1 vez por mês ao fim de semana); gozo de 25 dias úteis de férias, sem estar dependente da assiduidade; valorização das profissões e progressão automática na carreira a cada 3 anos e criação de um regime de até 5 diuturnidades de 25 € cada, a vencer a cada 3 anos.