Saúde

Sindicato contesta fecho de bloco de partos de Portimão que torna enfermeiras “transferidoras”

 
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) criticou hoje o encerramento do bloco de partos do Hospital de Portimão até ao final de agosto, tornando as suas trabalhadoras “transferidoras” de mulheres grávidas para o Hospital de Faro.

“As enfermeiras especialistas em saúde materno-obstétrica transformaram-se, no essencial, em ‘transferidoras’ de mulheres grávidas para o Hospital de Faro”, afirma o SEP em comunicado.
 
De acordo com o sindicato, as enfermeiras tiveram, na segunda-feira, de “assegurar um parto na ambulância” que ia a caminho da unidade de Faro.
 
Os representantes dos trabalhadores acusam o Governo e o Ministério da Saúde de deixar o Barlavento algarvio sem “qualquer resposta em Pediatria de forma consistente”.
 
“A contratação de médicos pediatras em prestação de serviços durante alguns dias, e que permitiria, por exemplo, o funcionamento do bloco de partos, colide com a mobilização de obstetras para o hospital de Faro, tornando difícil perceber a opção gestionária”, refere o sindicato.
 
De acordo com o SEP, o departamento da Mulher e da Criança do Hospital de Portimão tornaram-se em serviços “fantasma”, não dando “segurança para os algarvios e para os turistas”.
 
Por outro lado, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o encerramento destes serviços e a transferência de mulheres e crianças para Faro tem “sobrecarregado aqueles serviços sem que as equipas de enfermagem sejam reforçadas, à exceção de duas enfermeiras especialistas que todos os dias se deslocam do bloco de partos de Portimão para o de Faro”.
 
Os representantes dos trabalhadores concluem que “não há falta de recursos humanos”, tendo o Governo e o Ministério da Saúde de optar entre "valorizar as carreiras profissionais ou, ao invés, privar os cidadãos e, em concreto os algarvios do acesso a estes cuidados de saúde”.
 
Entretanto, os enfermeiros da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve convocaram uma greve para quinta e sexta-feira para exigir melhores condições laborais, remuneratórias ou de horários.
 
A paralisação está marcada para os períodos da manhã e tarde, no primeiro dia, para os hospitais de Faro, Portimão e Lagos, Serviços de Urgência Básica (Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António), Centro de Medicina e Reabilitação do Sul e Unidade Convalescença de Loulé, e, no segundo dia, para os cuidados de saúde primários.
 
Lusa