As relações passam por “altos e baixos”, tal como as pessoas vivem períodos de maior ou menor disponibilidade emocional, no entanto, é possível perceber se se trata de uma fase ou se, efetivamente “o outro” não está disponível para manter a união.
Na posição dos terapeutas de casal, só uma conversa honesta pode ajudar-nos a compreender o que realmente se passa, pelo que, é essencial criar esse espaço de diálogo que se quer o mais descontraído possível e no momento em que ambos decidam.
É também de considerar que, em alguns momentos, um dos elementos da parceria amorosa pode estar com algum problema sobre o qual não consegue falar, pode ser uma pessoa mais introvertida e não ter a habilidade de se expressar livremente ou ainda, não estar disponível para a relação e não conseguir assumi-lo.
Na verdade, não é correto estar ao lado de uma pessoa que não corresponde emocionalmente ao que esperávamos, pelo que, é essencial detetar o que se passa, se a mudança foi repentina ou se é uma característica pessoal, se existe algum trauma do passado mal resolvido ou se simplesmente as duas pessoas não são compatíveis e cada um terá de seguir o seu percurso para que não se magoem.
Segundo a ciência, existem alguns sinais que demonstram falta de disponibilidade emocional a que devemos estar atentos e reagir mediante a nossa sensibilidade e perceção:
1.Falta de diálogo
!Um dos principais sinais de de distância afetiva ocorre quando um dos parceiros evita alguns assuntos mais pessoais e profundos, quando não demonstra interesse no que lhe dizemos ou quando foge da nossa companhia, ainda que, por vezes, de forma discreta.
2. Frieza e apatia
Quando as pessoas estão conectadas emocionalmente, existe uma proximidade notável, um interesse e empenho. Pelo contrário, quando a pessoa se apresenta distante, fria e apática, não quer participar nos momentos a dois, evita expressar sentimentos e foge de assuntos que o levam a ter de falar de si ou a dar-se a conhecer, devemos entender que isso é um sinal de falta de disponibilidade emocional.
3. Falta de apoio
É recorrente que se sinta sozinho, sem apoio e compreensão, sobretudo nos momentos mais difíceis, levando-o a ter de recorrer a terceiros para sentir esse conforto. Segundo os entendidos, trata-se de um claro sinal de que o outro não está emocionalmente disponível para si e para a relação.
4. Inconsistência
Há pessoas que vivem uma relação mas não se sentem comprometidas com o outro, a ponto de nunca se saber com o que se pode contar. Estão numas situações, desaparecem noutras, marcam outros compromissos num momento importante, optam por estar com outras pessoas quando nos tinham prometido estar presentes e daí por diante. Anote que este é mais um sinal de falta de compromisso que também indica que a pessoa que está ao seu lado não está comprometida consigo e com a relação.
5. Sem planos de longo prazo
Quando o casal mostra resistência ou evita falar sobre o futuro do relacionamento, como planos de longo prazo ou objetivos partilhados, está na presença de um mal-estar emocional.
6. Excesso de tempo gasto em outras atividades
Se a outra pessoa dedica a maior parte do seu tempo e energia a atividades como trabalho, hobbies ou amigos e negligencia a conexão emocional consigo, isso traduz falta de interesse e de disponibilidade, na medida em que tudo isso é importante, mas não pode nem deve ser o centro do nosso mundo, sob pena de a relação não resistir.
7. Falta de entrega
Uma relação pauta-se pela entrega de ambos os parceiros, pela necessidade de partilha de uma intimidade saudável que passa pela sexualidade, mas também pelas conversas mais íntimas e cúmplices. Quando tal é evitado ou pouco regular, significa que não existe disponibilidade emocional para partilhar a vida com o outro.
Segundo os terapeutas de casal, o diálogo ajuda muito a entender o que se passa no seio de um relacionamento e deve ser privilegiado. Quando tal não é possível, podemos recorrer a uma consulta com um especialista que, certamente nos dará as melhores dicas de orientação. No entanto, a conversa franca também pode ilustrar o que realmente se está a passar e, em muitos casos, a decisão pela separação é a mais acertada.
Existem cenários em que a resolução dos mal entendidos pode dar abertura para que o casal converse acerca dos seus problemas mais íntimos e que encontre um novo desafio para a convivência diária, mas é essencial que qualquer um dos parceiros saiba que não merece estar com uma pessoa que não lhe liga, que não a ama, respeita, conforta e compreende, por isso, avalie cautelosamente o estado da sua relação, concluem os especialistas.