Na realidade, é exatamente o oposto. Quanto mais preocupados andamos, menos resolvemos porque bloqueamos, porque não conseguimos pensar, porque não libertamos a mente no sentido de analisar a situação em diferentes perspetivas.
A maioria de nós cresceu com a crença de que mostrar preocupação é responsabilidade, maturidade e capacidade de ultrapassar as situações mais difíceis, mas na prática, isso não corresponde à realidade. Uma mente liberta pensa muito melhor, com mais lucidez e criatividade, enfatizam os entendidos nesta matéria.
A forma como pensamos acerca de nós próprios, do mundo e da vida, define as maiores ou as menores preocupações e o grau de eficácia para ultrapassar as adversidades, pelo que, uma pessoa que rumina muito, resolve pouco, enquanto que uma mente fresca e fluida encontra sempre uma alternativa ao que parecia impossível de resolver, completam.
Quando estamos preocupados, gastamos uma boa parte do nosso tempo a pensar, pelo que, produzimos pouco, resolvemos ainda menos e angustiamo-nos muito mais porque a preocupação é uma armadilha mental que nos prende e prejudica na maior parte das situações, roubando-nos por exemplo, a capacidade de criar soluções para sair do problema. A preocupação retira-nos também o autocontrole e a capacidade de tomarmos decisões porque controla-nos a mente e as ações.
Isto não quer dizer que não reservemos um tempo diário para pensar, para analisar, para conversar com alguém da nossa confiança e tentar procurar soluções, mas sim que, quando reservamos demasiado tempo às preocupações, estas prejudicam-nos a saúde física e mental, roubam-nos energia, criatividade, capacidade de ação, o descanso, a motivação e até o prazer de viver. É como se nos dedicássemos à preocupação como base de vida e tudo o resto perdesse o sentido. O segredo é alterar a forma de pensar e reduzir o papel das preocupações na nossa vida.
É importante que, aquilo que nos inquieta que seja interpretado de diferentes perspetivas. Devemos partir aos bocados o problema para que se torne cada vez mais simples e mais pequeno e, a partir daí, começar a organizar a nossa mente para a resolução. Alimentar o problema faz exatamente o inverso: torna-o cada vez maior mais difícil de solucionar, explicam os entendidos.
A ciência reuniu algumas dicas que o podem ajudar a preocupar-se menos:
Medite
Muitos estudos demonstram que esta prática ajuda não só a conhecermos melhor o funcionamento dos nossos pensamentos, como a relaxar e a controlar a ansiedade e o stress. Encontre o seu momento do dia para estar consigo mesmo, para pensar e para libertar a mente. Aos poucos, as preocupações vão deixando de ter tanta força dentro de si passando a dar lugar à análise da situação e ao encontro de soluções para aquilo que o inquieta.
Reserve um momento do dia para preocupar-se
Esta é uma técnica há muito defendida e que ajuda a não andar o dia todo preocupado. Encontrar um momento para analisar tudo como se estivesse a fazer um balanço do seu dia, ajuda-o a ultrapassar melhor as adversidades e a que ande mais despreocupado nas restantes horas em que trabalha e está no seu tempo livre. Organizar a mente é a chave para não permitir que as preocupações o perturbem quando não é o momento para serem analisadas, sugerem.
Pratique atividade física
Como promove o relaxamento, o exercício físico constitui uma importante ferramenta para viver mais livre, despreocupado e satisfeito para consigo mesmo e para com a vida.
As pessoas que fazem exercício diariamente, têm uma menor probabilidade de sofrer de ansiedade em relação àquelas que não têm nenhum tipo de treino na sua rotina. Para além de serem mais enérgicas, bem humoradas, disponíveis, produtivas, felizes e gratas, estas pessoas possuem uma melhor autoestima e autoconfiança. Esta pra´tica também beneficia a saúde física e ajuda a aceitar-se mais e melhor, a valorizar-se, o que ajuda a que se preocupe menos com pormenores sem importância e para que goste mais de si. Deste modo, não irá permitir que as preocupações lhe retirem o seu precioso bem-estar e qualidade de vida.
Admita as suas preocupações
Silenciar aquilo que nos inquieta faz com que a preocupação aumente. Se falar nem que seja sozinho e em voz alta, verá que olha para as situações e coloca-as nos devidos lugares. Ao desabafar com alguém da sua confiança, também está a reduzir a carga emocional da preocupação, o apego e a sensação de que só você é que poderá resolver o problema. Ao partilhá-lo, verá que o mesmo é muito mais simples do que parecia e que mais rapidamente se libertará dessa angústia e estará mais livre para desfrutar da vida em pleno.
Fazer de conta que nada se passa, ativa a preocupação porque ela estará a aumentar dentro de nós sem que nos apercebamos , por isso, admita, enfrente e prepare-se para resolver o que o preocupa.
Enfrente os seus medos e dúvidas
Quando enfrentamos as situações, preparamo-nos para responder-lhes de uma forma mais ativa e corajosa. Tentar saber mais acerca do assunto, diminui a carga emocional negativa, reduz a ansiedade, esclarece as dúvidas e reduz o medo. Escreva, fale com alguém da sua confiança e liberte-se desse peso que não lhe faz falta e que em nada o ajuda a seguir em frente e a ultrapassar o problema. Não adie tarefas, pois arrastar as situações, aumenta as preocupações e nada resolve. Enfrentar corajosamente o que se passa será o seu desafio a partir deste momento, boa sorte e, não se esqueça: ao não cortar este modelo de pensamento que alimenta as preocupações, este acaba por tornar-se um círculo vicioso cada vez maior e mais incapacitante.
Já dizia Wayne W. Dyer que, “A catástrofe que tanto te preocupa muitas vezes será menos horrível na realidade do que foi na tua imaginação”, por isso, está à espera de quê para viver com menos preocupações?