Economia

Seca: Hoteleiros algarvios aplaudem possíveis apoios a obras estruturantes

 
O presidente da maior associação de hotéis do Algarve considerou hoje positiva a possibilidade de financiamento de obras estruturantes para poupar água nas unidades hoteleiras, após o anúncio do Governo de medidas de apoio para o setor.

“O turismo não quer apoios à quebra da produção, mas para certos investimentos estruturantes pode ter sentido fazê-lo”, disse à agência Lusa o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins.
 
O Governo aprovou na quinta-feira um conjunto de medidas destinadas à poupança de água, entre elas mobilizar 26,65 milhões de euros para o aumento da eficiência e da disponibilidade de água no Algarve.
 
De acordo com uma resolução do Conselho de Ministros, o setor do turismo poderá receber 10 milhões de euros desse valor, considerando Hélder Martins que se “abre uma janela” para apoiar investimentos “mais pesados”.
 
O presidente da AHETA deu como exemplo a realização de investimentos para trocar todos os chuveiros de uma unidade turística por outros que gastem menos e sejam mais eficientes, o que permitiria reduzir o consumo de água.
 
“As medidas aprovadas têm sido discutidas com o setor e algumas já as estamos a implementar desde o ano passado”, assegurou Hélder Martins que, mais uma vez, garantiu que o setor irá reduzir em 15% o consumo de água, assim como foi definido anteriormente.
 
A redução dos caudais na canalização, a utilização de torneiras, chuveiros e autoclismos com menos consumo, são outros exemplos, acrescentou.
 
Quanto às medidas que vão ser tomadas nas próximas semanas pela hotelaria, o empresário referiu a redução das áreas verdes, a substituição de plantas por outras mais resistentes e que gastem menos água e a poupança de água nas piscinas.
 
Por outro lado, Hélder Martins manifestou a sua discordância com um possível aumento do tarifário da água previsto na resolução do Governo para aquele que não reduzirem o consumo em mais de 15%.
 
“Somos contra esses aumentos, porque são uma sobrecarga para os empresários e foram anunciados num prazo demasiado curto”, defendeu.
 
Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução em que o Governo reconhece a situação de alerta na região do Algarve, por motivo de seca, e aprova um quadro de medidas de resposta imediata, de caráter temporário, para a redução de consumos e racionalização da utilização dos recursos hídricos.
 
As medidas vão permitir “ultrapassar as necessidades essenciais da época do verão e terminar o ano de 2024 com reservas para 2025”.
 
Em janeiro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática anunciou para o Algarve cortes de água de 25% na agricultura e de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e fazer face à seca.
 
Lusa