Ambiente

Seca: Consórcio de 26 instituições quer criar projeto de gestão sustentável de recursos no Algarve

Foto - Vista aérea de Mexilhoeira Grande
Foto - Vista aérea de Mexilhoeira Grande  
Um consórcio de 26 instituições de nove países quer desenvolver no Algarve um projeto de gestão sustentável dos recursos, aplicando os princípios da economia circular para combater a falta de água na região, foi hoje anunciado.

O projeto consiste na criação de “uma unidade de demonstração com o objetivo de encontrar soluções para a gestão sustentável de recursos, nomeadamente para a agricultura e produção de alimentos”, disse à agência Lusa Alexandre Gonçalves, um dos gestores técnicos.
 
Denominado CisWEFE-NEX, o projeto tem um valor global de 11,5 milhões de euros (ME), financiado em 9,5 ME por fundos comunitários através do Cluster 6 do Horizonte Europa inserido na iniciativa Circular Cities and Regions.
 
De acordo com Alexandre Gonçalves, o projeto hoje apresentado em Portimão foi aprovado com uma duração de cinco anos, três para a implementação da unidade de demonstração industrial e dois para a demonstração do produto final.
 
O Algarve foi a região piloto selecionada para testar o sistema, dado estar inserida na Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia e enfrentar desafios ambientais comuns, entre os quais o stresse hídrico.
 
“Aqui o objetivo é reaproveitar as águas salobras e do bagaço de azeitona, este com uma percentagem grande de água, para a irrigação de um sistema de produção agrovoltaico”, apontou.
 
Ao mesmo tempo, adiantou, pretende demonstrar “a sustentabilidade dos recursos e económicos, no sentido de que o sistema possa ser replicado pelos empresários agrícolas”.
 
A unidade demonstradora, composta por vários subsistemas - uma zona agrovoltaica, lagoa de irrigação, salinas e unidades de tratamento de água e dessalinização - vai ser instalada numa área de cerca de seis hectares na Mexilhoeira Grande, no concelho de Portimão.
 
De acordo com Alexandre Gonçalves, o projeto já tem o financiamento comunitário aprovado, mas aguarda pelos licenciamentos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Câmara de Portimão.
 
Lusa