Ambiente

Seca: Captação de volume morto em Odelouca dá resiliência ao Algarve

Maria da Graça Carvalho
Maria da Graça Carvalho  
Foto - Algarve Primeiro
A captação de água do volume morto da barragem de Odelouca, em Monchique, permite aceder a mais 15 hectómetros cúbicos em períodos de seca e aumenta a resiliência hídrica do Algarve, disse hoje a ministra do Ambiente.

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Maria da Graça Carvalho esteve hoje na barragem algarvia a inaugurar o investimento de 4,9 milhões de euros feito para a captação de água do volume morto em Odelouca e salientou a importância da obra para períodos de escassez como os que se registaram nos últimos anos no Algarve, obrigando à aplicação de restrições ao consumo na agricultura, setor urbano e turismo.

A ministra do Ambiente e da Energia afirmou que “este é um investimento que dá resiliência e que prepara a região do Algarve para períodos de seca” e considerou que, embora o Algarve esteja com as “barragens quase em pleno”, os trabalhos executados permitem “preparar o futuro” através de uma “melhor utilização do volume morto desta barragem”,
 
A governante lembrou que, embora as chuvas tenham recarregado as reservas do Algarve, permitindo reduzir as restrições aplicadas aos diversos setores de atividades, equiparando-os nos 5%, “há dois anos e no ano passado era necessário” recorrer ao volume morto de Odelouca.

“Tudo o que estamos a fazer é para preparar o Algarve para o futuro, para períodos de 10/20 anos, porque nós sabemos que, olhando para a estatística e para os dados, a tendência é de seca, principalmente na região do barlavento [oeste], e portanto estamos a dar uma resiliência hídrica ao Algarve”, justificou.

Maria da Graça Carvalho explicou que o investimento hoje inaugurado permite “aumentar” a disponibilidade de água da barragem em 15 hectómetros, um valor “muito bom” tendo em conta os 75 hectómetros anuais de consumo urbano no Algarve.

A ministra recordou que estão também a ser feitos trabalhos para reforçar a ligação entre sotavento e barlavento, através de uma captação de água do rio Guadiana no Pomarão, da construção de uma dessalinizadora e de uma ligação do Alqueva à barragem de Santa Clara e depois ao barlavento algarvio, apresentada pelo Governo no projeto Água que Une.

“Temos também previsto duas novas barragens relativamente pequenas, Foupana e Alportel, e portanto, todo este conjunto, prepara o Algarve para os próximos 20 anos e possíveis secas que, infelizmente, virão aí”, argumentou a governante.

Maria da Graça Carvalho enalteceu o papel que a região teve nos períodos de maior escassez, nos quais deu “uma grande lição” efetuando poupanças e cortes no consumo com medidas para aumentar a eficiência e reduzir perdas, mas sublinhou que “há que continuar a poupar água”, porque a tendência é haver cada vez mais períodos de seca no Algarve.

A ministra falou aos jornalistas durante ao final da manhã, após a inauguração do investimento para a captação do volume morto da barragem de Odelouca, realizada em Monchique.

Durante a tarde, a titular da pasta do Ambiente prossegue o programa no distrito de Faro, com a inauguração, em Lagoa, de um investimento em infraestruturas de elevação e adução para água para reutilização, na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Boavista.

A governante preside também à assinatura do contrato para a remodelação da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Paderne e Sistema Elevatório do Purgatório, do contrato para o reforço da interligação do Sistema de Abastecimento em Alta do Barlavento/Sotavento Algarvio e do contrato para o reforço da Interligação Barlavento/Sotavento – 1.ª Fase.

A ministra encerra a sua visita com uma intervenção no 17.º Congresso da Água, em Lagos, ao final da tarde.

Lusa