O corte no abastecimento de água para o setor agrícola no Algarve, hoje anunciado pelo ministro do Ambiente, “obriga a implementar” o plano máximo de contingência para agricultores de Silves, Lagoa e Portimão, disse o presidente dos regantes.
O presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão, João Garcia, disse à Lusa que “face ao menor volume de água disponível, terá de ser aplicado o máximo do plano de contingência, que é a rega de sobrevivência das culturas, a maioria de citrinos”.
O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, anunciou hoje no final da reunião da Comissão Permanente da Seca, realizada em Faro, que o corte proposto para a agricultura algarvia, no âmbito do plano de contingência, é de 25%.
“A nossa esperança é a de que tenhamos alguma chuva até ao mês de março, de forma a conseguirmos alguma produção no setor dos citrinos”, apontou.
Aquele perímetro hidroagrícola serve 1.800 agricultores, numa área de 2.600 hectares, sendo 90% de culturas permanentes de citrinos.
“A situação de seca e os cortes, são motivo de grande preocupação para os agricultores, com uma estimativa de prejuízos na ordem dos 12 milhões de euros”, referiu o responsável.
João Garcia disse ainda que o futuro dos agricultores “é agora uma incógnita, porque não se sabe como é que vai estar o estado das árvores e dos pomares no final do ano”.
“Com a água disponível temos de tentar ao máximo salvar as árvores”, salientou.
Além do corte em 25% para o setor agrícola, o ministro do Ambiente anunciou também uma redução de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e fazer face à seca no Algarve.
Duarte Cordeiro classificou a situação na região como sendo grave e apelou ao empenho de todos os setores para garantirem que as reservas de água chegam ao próximo ano.
Lusa