Durante a reunião, a comitiva são-brasense detalhou os desafios que comprometem a capacidade de resposta da instituição a situações de risco e emergência, tanto no concelho como na região.
Marlene Guerreiro enfatizou o esforço financeiro crescente e substancial da autarquia no apoio aos bombeiros, que se traduz numa transferência anual de cerca de 600 mil euros para a Associação, através do Plano de Apoio ao Associativismo e da comparticipação em Equipas de Intervenção Permanente e outras necessidades operacionais. Contudo, a presidente da Câmara Municipal sublinhou que esses recursos, apesar de significativos, são insuficientes para garantir a contratação, a estabilidade e a retenção de profissionais qualificados.
A autarca alertou ainda para as dificuldades acrescidas na gestão de recursos humanos, em virtude da competição desigual com municípios vizinhos que possuem corpos de bombeiros municipais, os quais oferecem carreiras e regimes remuneratórios mais atrativos, condições que São Brás de Alportel não consegue igualar devido às suas limitações orçamentais.
Diante deste cenário, Marlene Guerreiro defendeu a necessidade urgente de soluções estruturais a nível nacional, com o objetivo de consolidar um Sistema Nacional de Socorro que assegure condições estáveis, dignas e sustentáveis para os corpos de bombeiros, seja através de um maior apoio do Estado às Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários ou aos Bombeiros Municipais, à semelhança do regime de transferência de competências, garantindo, assim, a igualdade no acesso à segurança e ao socorro.
"As populações, quando precisam de socorro, não podem estar à mercê das diferentes capacidades financeiras dos seus municípios. É fundamental alterar o sistema a nível nacional, para que possamos realizar o merecido e necessário reforço da capacidade operacional desta corporação histórica e indispensável ao concelho", reforçou a autarca, apelando a uma ação concertada e urgente por parte do Governo.