O amor é algo que se aprende, e exige vontade e consciência para que seja duradouro e enriquecedor.
Segundo Erich Fromm, psicanalista, filósofo humanista e sociólogo alemão, o amor aprende-se, pelo que, não basta sentir. Os parceiros têm de desenvolver um tipo de “alfabetização” para que o sentimento ganhe forma e para que a relação seja duradoura. «Há muitas pessoas que dizem amar o outro, mas na prática não sabem nem o que é amar, nem como se vive o amor», afirmou.
«As pessoas que sabem amar conseguem construir relações mais fortes e duradouras. Quem simplesmente sente, mesmo que com muita intensidade, às vezes não consegue fazer as coisas funcionarem», completa.
Bertrand Russell um dos filósofos mais influentes do século XX, acrescentou que, “A boa vida é inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento”, o que constitui um ponto de partida fundamental para que compreendamos a importância de usar a razão e o coração para que uma relação perdure. É ainda de anotar que, amar alguém é ter consciência desse sentimento, da relevância da pessoa na nossa vida, a construção de um projeto de vida em conjunto e cuidar diariamente da relação. As pessoas que deixam a relação fluir, sem que se importem muito de onde vem e para onde vai, mais cedo ou mais tarde, vão perdê-la, pois nenhuma convivência resiste sem um rumo, um compromisso, uma orientação e a tomada de consciência do que se pretende e da nossa luta diária para que tudo corra bem.
Mas não basta! Os especialistas reuniram cinco traços que revelam se existe amor verdadeiro e consciente numa relação, confira-os:
1. Confiança
A palavra confiança nem sempre é bem compreendida. Não tem a ver com acreditar cegamente no outro, mas esperar o melhor dele. As pessoas que sabem amar confiam no(a) seu(sua) parceiro(a) e “trabalham” para que ambos encontrem a sua melhor versão, pois quando estamos bem, queremos que o outro igualmente também se sinta feliz e confortável na convivência diária.
A confiança também se expressa através da liberdade de nos mostrarmos tal como somos e de não temermos um julgamento. Sabemos que o outro aceita-nos e respeita-nos tal como somos e nós também devolvemos isso criando a cumplicidade, sem medos ou reservas.
2. Respeito
Não existe amor se não existir respeito. O respeito refere-se à capacidade de aceitar o outro tal como ele é.
Quando há respeito, protege-se a nossa autonomia e a do outro, sabendo que ninguém tem o poder de mudar alguém, mas sim de levar o outro a compreender que há sempre aspetos que pode melhorar, tal como nós devemos reunir essa disponibilidade para que evoluamos em conjunto e para que a nossa convivência seja gratificante.
3. Partilha
As pessoas que sabem amar estão dispostas a acompanhar e a ser acompanhadas. Tal expressa-se através da disponibilidade para construir em conjunto, para ouvir e para dizermos o que sentimos e pensamos.
Amar é ter tempo para estar com o outro e ser capaz de abdicar de algo em prol desses momentos de qualidade porque sabemos que é agradável para ambos.
4. Diálogo
As pessoas que sabem amar entendem que o diálogo é fundamental para ter uma boa relação. Para tal, não basta conversar sobre o mundo ou futilidades, mas sim, abrir o mundo interior, mostrar-se ao outro e estar disponível para recebê-lo também e, isso consegue-se através do contacto presencial e do tempo que dedicamos ao diálogo: ao dar e receber o que somos e o que o outro é.
5. Paciência
Amar é ter paciência e consciência de que o outro não vai reagir sempre como gostaríamos, muito menos ter a atitude certa no momento certo, por isso, é essencial sermos compreensivos e aceitar que ninguém é perfeito, que não está sempre ligado a nós como desejamos. É assumir que nós também não estamos sempre na nossa melhor versão e que, às vezes, basta uma boa conversa para esclarecer um mal-entendido, para evitar um julgamento ou uma discussão mais acesa. A chave é respeitar, compreender, dar tempo e aceitar, pois, assim o outro vai sentir-se acolhido, falar sobre o que se passa e o momento ganha outra expressão.
Registe ainda que, o amor requer entrega e muita capacidade de entender e de aceitar o outro nas suas particularidades, pois só assim seremos aceites e respeitados também. É uma troca em que as duas partes têm de empenhar-se para que funcione e, tal só acontece quando o desejo é forte e profundo, logo, não vale a pena fazer de conta que está tudo bem. É preciso demonstrá-lo nas mais variadas situações com atitudes, com vulnerabilidade, abertura mental, liberdade interior, sentimentos genuínos e uma forte vontade de alimentar a relação com aquela pessoa. Caso contrário, tudo se perde.