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Saiba se é um pai/mãe autoritário

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A educação dos filhos é um processo delicado e que acarreta inúmeras dúvidas, erros e também acertos em muitos pontos.

Por norma, os pais idealizam um determinado processo para os filhos e, em muitos casos, esquecem-se de que eles são pessoas únicas e especiais, que têm também os seus objetivos e interesses, gostos e preferências. Quando os adultos não conseguem respeitar e conciliar estes aspetos, acabam por não encontrar a harmonia na relação com os seus descendentes.
 
Torna-se fundamental que, os progenitores percebam e assumam que, colocar um filho no mundo é o maior ato de altruísmo de um ser humano precisamente porque envolve dar muito, compreender ainda mais, apoiar, amar, mas ter o cuidado de não interferir, de não oprimir, de não prejudicar.
 
Basicamente os pais precisam de encarar a parentalidade como se de uma amizade muito profunda se tratasse, pois implica amar, mas não sufocar, libertar, mas apoiar, ensinar, mas não impor, aconselhar, mas respeitar a decisão dos filhos.
 
Assim, para saber se é um pai/mãe autoritário/a, veja se comete estes erros:
 
1. Invadir a privacidade dos filhos
 
Existem pais que, desde pequenos costumam mexer em tudo o que é dos filhos, sem que lhes peçam autorização ou que pensem que os mais novos merecem respeito. Depois, costumam ver-lhes as mensagens nos equipamentos digitais, só porque foram os pais que os compraram e que julgam ter esse direito, entram no quarto dos mais novos sem bater à porta e procuram informação nos objetos, em vez de lhes perguntarem ou de conversarem com os filhos.
 
Esta é uma atitude autoritária, que demonstra falta de respeito e de  confiança e revela que  a relação não é positiva.
 
2. Querem mandar na vida dos filhos
 
Muitos pais acreditam tanto que sabem o que é melhor para os filhos só por terem experiência, por serem mais velhos e porque também foram educados assim que, criticam tudo o que os mais novos fazem, o que pensam e o que decidem. Este ponto, tal como o anterior, prejudica muito o desenvolvimento dos filhos, seja em termos de autoestima, autoconfiança e autonomia.
 
Os pais devem aconselhar, apoiar, encaminhar os filhos, mas sempre tendo em conta que eles também têm opinião e que devem ser respeitados. Esta é sempre uma boa oportunidade para os adultos também aprenderem com os mais novos e para evoluírem, por isso, não imponha e, ainda menos faça uso da chantagem com objetos, bens ou dinheiro para lhes comprar a atenção e a concordância com o que pensa. Os pais devem conter-se e serem capazes de ouvir, de aceitar e respeitar, já que será essa a base para que se tornem adultos saudáveis, responsáveis, maduros e conscientes.
 
3. Estimulam a dependência
 
Este é mais um grande impedimento para a felicidade e para o correto desenvolvimento dos filhos: pais que fazem tudo pelos mais novos, que não os deixam errar e que querem ser eles a controlar tudo, para evitar que estraguem um objeto, que não façam o que os pais querem e daí por diante. As crianças, os jovens e os adultos precisam de ser independentes , de arriscar dentro de determinados moldes de segurança, de pensar, de experimentar e de tentar, sob pena de ficarem eternos dependentes dos pais, sem conseguirem fazer nada, de se sentirem frustrados, infelizes e desmotivados. Estes pais querem tanto que os filhos estejam ao seu lado que se esquecem de que eles também vão ter de fazer o seu percurso, não com dependência dos pais, mas com amizade, carinho e compreensão de parte a parte, por isso, liberte os seus filhos, deixe-os realizar e pedir-lhe ajuda quando sentirem essa necessidade. Não vá à frente deles, mas sim ao lado, sob pena de ser um pai/mãe autoritário/a.
 
4. Fazer chantagem psicológica com os filhos
 
Ainda há pais que dizem que não gostam dos filhos se estes não fizerem o que eles querem ou apreciam. Também ainda é recorrente que se compare a criança ou jovem com o irmão que “é perfeito” ou com outro familiar que, “efetivamente, faz tudo à vontade dos pais”. Não há nada que mais prejudique o desenvolvimento de um ser humano do que ser tratado assim,; sem valor, sem ser apreciado pelos pais que são a sua maior figura de referência, sem a aprovação destes adultos e com a comparação com os demais, pelo que, esta também é considerada uma forma de autoritarismo, uma vez que pretende levar os mais novos ao que os pais desejam e, em muitos casos, até na idade adulta.
 
5. Encarar os amigos dos filhos e namorados como rivais
 
Esta é mais uma forma de posse e de ciúme. Estes pais não querem ninguém ao lado dos filhos pelo medo de os perderem e que eles mudem e que se desenvolvam noutro sentido, por isso, falam mal dos amigos, prejudicam a relação afetiva dos mais novos e inventam problemas só para que os filhos regressem “ao seu colo”, muitas vezes já depois de adultos.
 
Os filhos têm de ser livres para fazerem as suas escolhas e, quanto mais os pais respeitarem essas decisões, mais serão ouvidos, mais terão oportunidade de aconselhar e de mostrar que respeitam e que amam os seus descendentes.
 
Perante estes alertas, cabe a cada pai/mãe decidir qual a melhor estratégia a seguir, sabendo que, a presença, o amor e a relação com os nossos filhos merece que façamos um esforço para mudar algo em nós, para nos ajustarmos melhor aos novos tempos de forma a mantermos a proximidade com quem tanto amamos, recomendam os psicólogos.