O primeiro requisito para se sentir bem consigo mesmo é acreditar no que merece e não naquilo que lhe dão.
Enquanto humanos, todos temos a liberdade e a vontade pessoal de lutar por aquilo que ambicionamos e, quanto mais nos respeitarmos, mais respeitaremos os outros e mais eles nos respeitarão.
Viver rodeado de pessoas negativas e que nos fazem acreditar que não temos valor, é uma perda diária da nossa dignidade, por isso, quem quer ser mais livre e feliz, mais digno de merecer o que a vida tem para proporcionar-lhe, tem de começar por selecionar muito bem as pessoas com quem convive, os ambientes que frequenta e, sobretudo aquilo que aceita ou rejeita.
Não podemos de modo algum permitir que nos usem, que abusem de nós, que nos ofendam ou maltratem. Se o permitimos é porque não nos sentimos dignos de merecer mais e melhor, é porque não reunimos a estima suficiente sobre nós mesmos, porque não nos tratamos com carinho, não nos respeitamos e não colocamos limites às ações dos demais.
Uma pessoa que não se considera digna de aprender mais, de evoluir, de ser feliz, certamente que não vai conseguir alcançar algo melhor do que aquilo que possui.
Segundo os especialistas na área da psicologia, o nosso real valor não pode depender da aprovação ou opinião dos outros, tal como o reconhecimento não pode ser um fator que nos motive para trabalhar melhor ou para sermos melhores pessoas. Cada um de nós tem de reunir dentro de si a consciência do que vale e a vontade de querer aprender mais, experimentar algo novo para evoluir, dar a sua opinião para que possa participar e pensar acerca de si mesmo, como talvez o faça em relação aos outros.
Reservar um tempo diário para estarmos connosco próprios, analisarmos o que fizemos, o que queremos, o que podemos melhorar e até aquilo em que estivemos muito bem «é um imperativo para que sejamos cada vez mais livres, felizes e melhores pessoas em sociedade». É essencial que tenhamos consciência de nós mesmos, que gostemos de olhar-nos ao espelho, de trabalhar a nossa forma de pensar para que estejamos alinhados com aquilo que realmente somos e temos, pois é isso que nos permite valorizar-nos e considerar-nos dignos do melhor que a vida tem para nos oferecer.
Registe que:
• Perdemos a nossa dignidade quando nos deixamos humilhar e boicotar de forma sistemática;
• Perdemos a dignidade de forma fulminante quando deixamos de amar-nos;
• A dignidade perde-se quando nos tornamos conformistas e aceitamos muito menos do que merecemos.
• Deixamos de ser dignos quando queremos tudo só para nós, quando não incluímos os outros no mesmo espaço social e com a mesma liberdade de direitos e de deveres e quando ultrapassamos os limites, as regras e os valores porque nos achamos acima de tudo e de todos.
Segundo o filósofo alemão, Emmanuel Kant, a dignidade reflete consciência, vontade própria, sentido de responsabilidade e autonomia». Nesse sentido, podemos ou não nascer num ambiente saudável em termos de valores, afeto e equilíbrio, podemos ou não receber aquilo que gostamos, podemos ou não possuir aquilo que achamos merecer, «mas jamais podemos perder a nossa força interior, a nossa capacidade de mudar aquilo que nos incomoda e que prejudica os outros, pois não ter nascido num determinado meio não é desculpa para não melhorarmos aquilo que nos tornamos em adultos. Temos de ser proativos, críticos, maduros e responsáveis», sublinham os especialistas.
Fortaleça a sua dignidade tendo em conta estes aspetos:
- Assuma o controle da sua vida. O leitor é responsável pelas suas escolhas, pelos seus atos, mas também pelas suas conquistas;
- Não faça aquilo que esperam de si, alimente aquilo de que gosta e acredita. Trabalhe por aquilo que ambiciona;
- Considere-se merecedor das conquistas, recompensas e de tudo aquilo que lutou por alcançar. É o seu empenho, trabalho e dedicação, os valores que defende, aquilo em que acredita que dá frutos;
- Não se culpabilize por aquilo que não conseguiu, mas tente aprender com a experiência e faça de um modo diferente;
- Não aceite passivamente aquilo que não merece, mas sim, lute por modificar as situações, pois o leitor é o ator principal da sua vida e deve sentir-se responsável por si mesmo e merecedor das suas conquistas;
- Defina os seus valores. Aspetos tão básicos quanto uma identidade forte, uma boa autoestima e valores sólidos configuram as raízes da nossa dignidade pessoal, fatores que ninguém pode nem deve ignorar;
- Reflexão e meditação. Ao longo do dia, é bom ter certos momentos para si mesmo. É um espaço próprio para avaliar como está a sentir-se e como pode melhorar de modo a que não se afaste muito de si mesmo e que não mascare as emoções;
- Respeite-se, respeite os outros e exija respeito. Só quando praticamos esta dimensão é que nos tornamos dignos de acrescentar-nos e de sermos mais livres e felizes. Ninguém rodeado por infelicidade e pessoas negativas, conseguirá sentir-se bem, digno e valorizado. Pense nisso.