Segundo os entendidos na área da psicologia, esta posição «nada tem a ver com narcisismo, mas sim com o cuidado e valor que temos de dar a nós próprios, seja para viver plenamente uma relação com alguém, seja para nos sentirmos bem com o que somos.
É ainda de anotar que, é muito mais fácil uma pessoa apaixonar-se pelo que somos do que pelo que temos, logo faz ainda mais sentido que comecemos nós a desenvolver a autoestima para que os outros também possam apreciar-nos. Afinal, o que se transmite aos outros é o que somos, é o que também nós vemos ao espelho… se não gostarmos da nossa imagem, comportamentos e presença, como faremos que alguém goste?
A ciência destaca que, para iniciarmos esse processo de autoestima, amor próprio e autoconfiança que, são essenciais para o nosso bem-estar e qualidade de vida, é fundamental que reservemos um tempo diário para conhecer-nos, para cuidarmos da nossa aparência, para apreciarmos a pessoa que somos e até para definir aquilo que queremos melhorar, seja no aspeto físico (vestir-nos de acordo com o que somos e gostamos, despreocupar-nos com o que os outros pensam de nós e daquilo que usamos e agir em conformidade com o que sentimos, o que se vai refletir nos nossos comportamentos e ações diárias), seja do ponto de vista psicológico em que nos assumimos tal como somos, queremos aprender mais, libertar-nos daquilo que nos condiciona, respeitar-nos, tratar-nos bem, não alimentar pensamentos destrutivos e darmos voz ao nosso “eu” interior e às nossas necessidades sem perder de vista o respeito pelos outros.
Para que consigamos desfrutar de uma relação amorosa duradoura, estável e significativa, é crucial que comecemos esse investimento em nós próprios e que também vamos dando o nosso melhor a quem amamos. Segundo os cientistas, a forma como cuidamos de nós, reflete também o modo como vamos tratar aqueles que amamos, logo, se nos desligarmos do nosso “eu” autêntico, dificilmente nos ligaremos a alguém de um modo saudável e gratificante para ambas as partes. É tudo uma questão de responsabilidade e de compromisso para connosco, afirmam.
Pense nas razões pelas quais alguém deveria gostar de si, apreciar as suas qualidades e valor e reflita se faz o mesmo: se aprecia o seu comportamento, modo de estar, de falar, os comentários que faz, o modo como pensa de alguém e daí por diante. A partir daí, saberá o que gostaria de melhorar em si, porque tudo tem de partir de nós; de dentro para fora, explicam.
Estarmos conscientes do que somos, do que não somos, do que gostamos, desgostamos, do que ambicionamos, do que podemos mudar e até do que não podemos alterar, ajuda-nos a desfrutar de mais qualidade de vida, a aproveitar melhor o nosso tempo diário, a valorizar cada momento da nossa existência e a tornar-nos pessoas mais interessantes e atraentes. Usar objetos que nos fazem sentido, que sentimos que nos ficam bem, destacar uma ou outra parte do corpo de que mais gostamos, são exemplos de como podemos dar um ar mais emocionante à nossa vida e, ao mesmo tempo, tornar-nos mais seguros, estáveis e confiantes, o que se reflete em tudo o que fazemos e nas relações que estabelecemos, pois seremos mais luminosos, agradáveis, livres, empáticos e simpáticos, enfatizam.
Uma pessoa que tem planos de vida, desejos e que luta diariamente por aquilo em que acredita, sejam os seus valores, seja a profissão, causas sociais, questões ambientais, entre outras, torna-se mais magnética, descontraída, generosa, sente que faz o bem comum e que isso também lhe dá prazer e bem-estar, ao mesmo tempo em que mostra que participa ativamente no mundo de que faz parte e que tem uma palavra a dizer com o seu comportamento e capacidade de alterar alguma coisa, por isso, mesmo que tenha uma relação, não desista de ser quem é e daquilo em que acredita. Incentive quem ama a participar nos seus projetos e mostre também curiosidade e interesse por participar nos dela. Deste modo, o seu ser ganha, a sua relação beneficia, o seu bem-estar dispara e, certamente desfrutará de uma vida mais significativa, intensa, genuína e valiosa.
Não se esqueça de olhar para si numa perspetiva desapegada, de ser crítico construtivo do que faz ou deixa de realizar e mentalize-se de que, pode sempre alterar, acrescentar, melhorar e enfatizar o que quiser, mas não perca de vista aquilo que realmente sente, já que é isso que dá forma ao que é.