Ambiente

Quer conhecer a primeira floresta Miyawaki no Algarve?

Bióloga Sónia Soares
Bióloga Sónia Soares  
No dia 29 de julho, entre as 09h30 e as 11h00, serão abertas as portas a todos os que queiram conhecer a primeira floresta Miyawaki no Algarve, que começou a ser plantada em março, na Mesquita, perto de Algoz, concelho de Silves. São florestas que se no caracterizam por espécies vegetais nativas da região.

A iniciativa executada pelas mãos do projeto Floresta Nativa, plantou mais de 260 plantas de 17 espécies vegetais autóctones do Algarve, numa área com 100 m2.
 
O projeto surgiu da determinação de uma bióloga, em querer contribuir para mudar o rumo da "nossa casa", o planeta Terra, e contribuir para a recuperação das florestas autóctones nacionais.
 
Com início em outubro de 2022, o projeto tem como objetivos, reflorestar de forma sustentável; restaurar a biodiversidade através da reflorestação e restituir a floresta nativa destruída.
 
Sónia Soares, bióloga com mestrado em ecologia e gestão ambiental e amante da natureza, é o rosto deste projeto, que está à frente da organização da plantação da primeira floresta Miyawaki no Algarve. 
 
Ao Algarve Primeiro, explicou o método Miyawaki remonta à década de 1970 e à descoberta do botânico japonês Akira Miyawaki, de que apenas 0.06% das florestas do seu país eram nativas. Perante esta realidade, e com o conhecimento adquirido ao longo de anos de estudo, Miyawaki desenvolveu um método de forma a restaurar as vegetações nativas, em terras degradadas ou destruídas. O método Miyawaki de arborização, inspira-se nos ecossistemas naturais para criar florestas pioneiras: 100% orgânicas, que crescem 10 vezes mais rápido, são 30 vezes mais densas, contêm 100 vezes mais biodiversidade. São rápidas de estabelecer e livres de manutenção após os primeiros dois a três anos.
 
Ao plantar uma grande variedade de árvores nativas próximas umas das outras cria-se um aumento da biodiversidade vegetal, proporcionando um incremento de espécies animais, à medida que a floresta vai crescendo, adiantou a responsável pelo projeto no Algarve.
 
Sónia Soares esclarece que estas florestas não são uma opção às florestas naturais, "mas sim um meio de reflorestar habitats destruídos e melhorar ambientes ecologicamente degradados", como por exemplo em meios urbanos, que por sua vez, fornecem, o aumento da vegetação, habitat para as espécies animais, espaços verdes e frescos de lazer e relaxamento, melhora a qualidade do ar, além de reduzir a poluição sonora, mitiga o escoamento superficial das águas pluviais e diminui o efeito de ilha de calor urbano.