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Quando os filhos não gostam de estudar

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Há muitos fatores que podem desestabilizar o aluno, que vão desde o excesso de tempo ligado aos ecrãs, a questões de saúde mental como ansiedade e depressão.

Muitas famílias confrontam-se com crianças e jovens que não gostam de estudar, que apresentam pouco interesse pela atividade letiva ou que, adiam sucessivamente as tarefas sendo muito difícil levá-las a fazer os trabalhos de casa e a prepararem -se para os testes.
 
Naturalmente que, uma criança ou jovem que não se empenha nos estudos, terá muitas dificuldades ao longo do seu percurso e estará muito mais limitada no que se refere à transição de ano e a obter um emprego melhor no futuro.
 
Na posição dos especialistas em comportamento humano, é importante compreender o que poderá estar por detrás desse desinteresse, por isso, os encarregados de educação devem analisar:
 
- Se o seu filho apresenta regularmente desinteresse pelo estudo ou se é uma situação pontual; uma matéria que entende menos e sobre a qual sente mais dificuldades;
 
- Se os pais dedicam um tempo diário para perguntar como vão os estudos, como está a correr a sua relação com colegas e professores e se, de um modo geral, manifestam interesse pela atividade diária dos filhos;
 
- Ao observar o seu filho percebe alguma alteração no seu comportamento como sendo mais agitação, choro, desmotivação também para com outras atividades, isolamento, tristeza, inquietação ou outro;
 
- Verifique se o seu filho apresenta problemas ao nível da autoestima; se trabalhou para um teste e se não conseguiu obter o resultado pretendido, se dedicou menos tempo aos estudos e se foi penalizado, se algum professor o chamou à atenção e ele não soube como reagir e daí por diante, sendo que estes cenários podem fazer com que a criança ou jovem perca a autoconfiança e que reduza a autoestima, o que  agrava o desinteresse pelos estudos;
 
- Avalie se o seu filho sente-se autónomo para realizar as tarefas diárias, se arruma a mochila da escola, se realiza os trabalhos em casa, se transporta o material necessário para as aulas e se o mesmo está em boas condições e daí por diante. É importante que a criança ou jovem faça esse trabalho sozinha e que aprenda a assumir as suas responsabilidades para que possa obter melhores resultados escolares;
 
- Tente compreender se o seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem e converse com os professores no sentido de o ajudar a ultrapassar essa condição que certamente o estará a condicionar e a impedir que obtenha melhores resultados. Um problema visual, auditivo, dificuldades de concentração, entre outros, podem impedir que o seu filho aprenda os conteúdos com facilidade, o que o limitará e precisa de uma intervenção adequada;
 
- Tenha em conta que, o seu filho pode estar a viver problemas emocionais que o impedem de ascender e de aprender melhor. Avalie se a criança ou jovem é vítima de bullying,, se apresenta algum tipo de problemas na relação com os colegas, com os professores, se há algo que o afeta na escola, mas também em casa. Muitas vezes, o mau ambiente familiar dá lugar a uma maior instabilidade emocional e a problemas na escola.
 
Os entendidos lembram que, por norma, as crianças gostam de aprender coisas novas e estão sempre disponíveis para estudar e para saber mais. Se tal não está a acontecer, isso pode indicar que se está a passar algo e que a criança ou jovem precisa de apoio e de atenção.
 
Ao mesmo tempo, os pais assumem um papel de extrema importância em todo este processo, uma vez que, com compreensão, carinho e disponibilidade, vão conseguir ouvir o filho e saber o que se passa para melhor o poderem ajudar e motivar, aconselham os especialistas.
 
Para que o seu filho aumente a vontade de aprender e que queira empenhar-se e estudar mais siga estas orientações dos especialistas:
 
- Defina metas com ele. Comece pelas pequenas conquistas e vá aumentando o grau de dificuldade premiando-o e elogiando-o sempre que alcançar o pretendido;
 
- Reserve um tempo diário para o apoiar. Muitas vezes, basta o interesse e carinho dos pais para o motivar. Faça-o de modo a que ele entenda que os pais acreditam nele e que estão a torcer para que tenha bons resultados;
 
- Mostre disponibilidade  e compreensão e vá exigindo gradualmente à medida em que o seu filho vai superando etapas;
 
- Diga ao seu filho que, a matéria é ensinada pelos professores nas aulas pelo que terá de estar atento para a aprender. Em casa, estará acompanhado, mas será sua a aplicação do que aprendeu na escola.
 
Por fim, os pais devem registar a importância de valorizarem mais as conquistas e menos os fracassos para que o positivo ganhe mais expressão. Devem permitir que os filhos sejam mais autónomos e responsáveis pelas suas tarefas, marcando um horário diário para o estudo e mostrar que acreditam nas capacidades do filho para que  ele confie mais em si mesmo também. Forneça-lhe bons exemplos, mostre-lhe a importância do trabalho, da organização, do empenho e do tempo diário que se dedica a uma tarefa para que se consigam obter melhores resultados. Seja firme nas regras e não permita adiamentos de tarefas importantes, trabalhos de casa ou períodos diários de estudo.
 
Em caso de doença, procure a ajuda de um especialista e siga as suas recomendações. Em casos de saúde mental, peça a ajuda de um psicólogo que, muitas vezes, existe na escola ou no centro de saúde da sua área de residência, mas não deixe de apoiar a criança ou jovem em dificuldades, sublinham os mesmos especialistas.