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Psicologia ensina a lidar com vizinhos fofoqueiros

Psicologia ensina a lidar com vizinhos fofoqueiros
Psicologia ensina a lidar com vizinhos fofoqueiros  
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Na posição dos psicólogos entendidos nesta matéria, existem 4 motivos que levam a que as pessoas falem mal umas das outras.

Um dos locais onde mais podemos ser mal falados pelos outros é onde moramos, pelo que, faz sentido perceber o que pode ir na mente dos nossos vizinhos e como podemos lidar com eles para que isso nos afete menos.
 
Na prática, podemos ser mal falados e criticados em todo o lado, basta que, nos assumamos como diferentes e tal como somos, que tenhamos autoestima, que não correspondamos às expectativas dos outros, que convivamos com pessoas mal intencionadas, mal amadas e pouco satisfeitas com a vida e que precisam  de “descarregar” as suas frustrações sobre alguém, mas a psicologia vai mais longe e aponta os quatro motivos que estão na base dessa necessidade de criticar, são eles:
 

1) Projeção

A projeção é um conceito da psicologia analítica de Jung. Jung afirmava que os conteúdos psíquicos inconscientes (desconhecidos da consciência) são projetados para fora, nos outros e nas coisas, nos objetos.
 
O psiquiatra suíço que marcou a sua influência e posição  em diversas áreas de estudo afirmava que, “Tudo o que nos irrita nos outros pode conduzir-nos a um melhor conhecimento de nós mesmos“, mas para isso temos de pensar naquilo que fazemos, as intenções que nos motivam para falar mal de alguém, assumir uma posição e querer ser diferente, pois só assim seremos capazes de alterar esse comportamento nocivo.
 
Por norma, tendemos a colocar na vida dos outros as nossas próprias frustrações e sofrimento, a ponto de criticarmos aquilo que não temos coragem para admitir em nós mesmos.
 

2) Maledicência

Há pessoas que gostam e sentem prazer em falar mal, inventar mentiras, caluniar, ofender ou denegrir. Embora as razões para tanto possam ser as mais variadas, é bastante provável que as suas causas profundas residam em aspectos de rivalidade. Rivalidade que, no fundo, acaba por relacionar-se com um profundo complexo de inferioridade.
 
Uma pessoa equilibrada emocionalmente não sente necessidade de falar mal das demais. No entanto, quem se sente mal consigo mesmo, que sofre, que sente falta de algo e que não luta para o conseguir ou para superar aquilo que o incomoda, recorre à fofoca para que, ilusoriamente se sinta melhor. Ao criticar o outro, acredita que os demais membros do grupo não vão criticá-lo porque estão todos concentrados no alvo da fofoca e, isso faz com que imagine ser uma pessoa melhor, mais aceite e que a vida até lhe corre bem. Este aspeto é muito comum em pessoas com baixa autostima, apáticas, pouco lutadoras e que acreditam que, ao destruírem o outro conseguem evidenciar-se numa qualquer área de vida. Fazem-no na vizinhança, no trabalho, na família e em todos os ambientes em que participam.
 
As pessoas recorrem à crítica destrutiva e à fofoca para tirarem partido e para sentirem que são melhores do que ele, pois destruindo a imagem de alguém torna-se mais fácil serem o centro das atenções, mas cuidado que isso é “um jogo perigoso” , pouco duradouro e inseguro, alertam os especialistas.
 

3) O gosto pela tragédia

Não é por acaso que a informação mais trágica, normalmente veiculada por órgãos de comunicação  social sensacionalista, é a que colhe mais adeptos e acredita-se que já é assim há muito tempo e que assim deverá continuar. Tal acontece porque há muitas pessoas que adoram o horror e a tragédia, que sentem prazer em saber para poderem criticar o que aconteceu a alguém e expressar a sua raiva perante o sucedido. Tal é comum na vizinhança, mas também na família, no grupo de amigos, no trabalho e outras áreas de vida porque há sempre quem esteja à espera de um desfrcho trágico para dizer que tinha razão, que já sabia que ía acontecer e, acima de tudo, tem um pretexto para falar com outros sobre o sucedido com a garantia de que será ouvido e o centro das atenções.
 
Mesmo que muitas notícias sejam falsas, rapidamente são difundidas num grupo ou nas redes sociais e, acredite-se ou não, muitas pessoas ficam contentes com “a desgraça alheia” e com a oportunidade de poderem dizer tudo o que pensam sobre aquela pessoa, por isso, não se admire que os seus vizinhos fiquem felizes se furar um pneu à hora de ir para o trabalho ou quando já está atrasado, por exemplo.
 

4) A necessidade humana de contar histórias

Muitas fofocas são invenções e, em muitos casos, nem existe uma base de verdade no que é dito ou sobre a pessoa pela qual existe o relato. É um prazer de muitas pessoas inventarem, acrescentarem dados à história, denegrirem a imagem de alguém, brincarem com os sentimentos dos outros porque existe um “mafarrico” dentro de nós que, ao não ser controlado, acaba por envenenar tudo à sua volta e por fugir como se nada tivesse feito. Naturalmente que todos temos possibilidade de trabalhar esta área mental, mas que poucos o fazem, tal é o prazer de ser assim, contudo, é importante saber que, essa postura gera muitos conflitos, mal-entendidos, mentiras e sofrimento às suas vítimas, mas acontece e com muito mais frequência do que se possa imaginar. Basta ver a quantidade de histórias que circulam nas redes sociais, nos comentários e partilhas para entendermos a dimensão desta maldade humana que, ao não ser transformada, torna-se destrutiva, salientam os entendidos nesta matéria.
 
Na tabula smargardina, um antigo texto alquímico que também se estuda na psicologia analítica de Jung, existe a ideia de que: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos tocam-se. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”.
 
Assim e, antes de mostrarmos algumas dicas que o poderão ajudar a lidar melhor com vizinhos fofoqueiros, registe que,  “Fofocar sobre os outros é certamente um defeito, mas é uma virtude quando aplicada a si mesmo”.
 
1.  Evite conversar com vizinhos fofoqueiros, uma vez que, naturalmente vai estar “enrolado” numa teia de fofocas e injustiças em relação a alguém
 
2.  Cumprimente os seus vizinhos, evite o conflito, mas não alimente conversas desnecessárias
 
3.  Tente resolver os problemas da sua área de residência formalmente e não entre nem em discussões, nem em comentários destrutivos
 
4.  Não recorra às redes sociais para resolver problemas de vizinhança ou para falar mal daqueles que dividem o mesmo prédio ou condomínio. Faça-o de forma presencial, por carta ou e-mail dirigido e recorra às entidades competentes para o fazer.
 
5. Não utilize fotos de vizinhos, habitações, viaturas ou outras para mostrar que alguém cometeu uma ilegalidade. Contacte as autoridades competentes e faça a sua queixa de forma assumida e responsável
 
6. Se não suportar o que dizem a seu respeito, pondere mudar de casa e adotar uma postura mais formal e distante dos seus vizinhos. Tente aprender com os erros de relações anteriores e eduque os seus vizinhos para um novo estilo e uma nova postura. Seja educado, cumprimente se os encontrar frente a frente, mas siga o seu passo em direção aos seus objetivos.
 
7. Não fale dos seus vizinhos com outros vizinhos porque provavelmente a informação vai chegar-lhes e causar conflitos, dar azo a histórias e, em muitos casos, não será nada do que disse.
 
8. Seja responsável pelos seus atos e não faça nada sobre o qual não possa defender-se e responder de modo correto.
 
9.  Por muito que possa sentir prazer e necessidade, não fale mal dos outros e também não ouça o que dizem a seu respeito. Ignore, concentre-se na sua vida e despreze quem o critica injustamente, pois como já vimos, é muito difícil modificar a natureza humana e, nela está contido o desejo de fofoca.
 
10. Concentre-se no que  é, no que tem e no que pode melhorar e não se preocupe com o que dizem a seu respeito, já que isso não o vai acrescentar, muito menos ajudar a melhorar a sua qualidade de vida. Conviva com pessoas que gostam de si, que o tratam bem e que não precisam de recorrer á fofoca para estarem na sua companhia ou para chamar a atenção de quem quer que seja.