Política

PSD vota contra Orçamento para 2023 da Câmara de Loulé

Cláudio Lima - Presidente do PSD Loulé.
Cláudio Lima - Presidente do PSD Loulé.  
Para o PSD, o concelho de Loulé tem – desde há algum tempo – todas as condições para ser o concelho liderante do Algarve, contudo, entende que em muitas áreas, "continua a estar muito aquém das expetativas de todos aqueles que escolhem Loulé para viver, trabalhar, investir, ou simplesmente para disfrutar de momentos de lazer".

Agora que o Orçamento da autarquia para 2023 foi aprovado, aponta que o mesmo apresenta um saldo de gerência que ronda os 80 milhões de euros e questiona por que motivo "continuam sem resolução obras de tão grande importância como a cobertura do concelho com água e esgotos, as melhorias e manutenções das principais infraestruturas desportivas, a requalificação das redes viárias, a conclusão da circular de Loulé, assim como a resolução dos problemas que afetam a qualidade de vida das pessoas do concelho, como a falta de habitação, os problemas de estacionamento nas cidades de Almancil, Quarteira e Loulé, e tantos outros projetos de natureza estruturante que, ano após ano, ficam para trás".
 
O partido critica o aumento dos custos fixos (recursos humanos e outras despesas que são assumidas numa ótica de (continuidade/plurianualidade), "sustentadas na obtenção de receitas que não têm as mesmas características".
 
No imposto IMT, que varia consoante as dinâmicas do mercado imobiliário e que até aqui tem sido favorável à Câmara Municipal de Loulé, o PSD diz que não há certezas quanto ao futuro.
 
Em comunicado, o partido recorre ao Anuário Financeiro dos Municípios de 2021, onde Loulé é o segundo município do País com maior peso de receitas provenientes de impostos, taxas e licenças. No entanto, e segundo os socias democratas, "isso não significa que o executivo liderado pelo Partido Socialista tenha conseguido resolver os problemas crónicos do concelho, quando comparado com outros municípios que competem com Loulé, em matérias fundamentais para melhorar a sua atratividade e permitir a fixação de pessoas em busca de melhores condições de vida".
 
Para o orçamento de 2023, e com a incorporação do saldo de gerência, o PSD calcula que este chegue aos 250 milhões de euros, dinheiro que daria para "obras estruturantes, que ano após ano, têm-se arrastado, continuando por concretizar".  
 
O partido exemplifica com o Mercado do Peixe e da Fruta em Quarteira, inscrito em 2019, "onde centenas de milhares de euros já foram gastos em projetos, mas a obra em si, nem vê-la. O seu orçamento, esse, não pára de crescer, começando com uma previsão de 20,8 milhões de euros, e agora para 2023, cresceu mais 4 milhões de euros, com uma verba de 25,2 milhões de euros, sem uma explicação do executivo".
 
Cláudio Lima, Presidente do PSD/Loulé, refere que o partido votou contra a proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2023, «pois pese embora concordemos na generalidade com os projetos e as prioridades nele contidos, não podemos compactuar com esta reiterada atitude com vista a enganar as pessoas, que alimentam a esperança de ter os seus problemas resolvidos». O responsável acusa o executivo socialista de falta de ambição, «que depois de 9 anos à frente dos destinos da Câmara Municipal, demonstra já não ter “chama” para governar», conclui.